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terça-feira, 3 de março de 2015

Artigo - A importância do HEPR no tratamento dos pacientes com transtornos mentais e dependentes químicos

Roberto Ramalho é advogado, jornalista, e servidor da universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, lotado no HEPR

O HEPR do qual sou servidor público, faz um trabalho com os pacientes de forma abnegada e com muito carinho.

Os servidores do HEPR trabalham dia e noite para proporcionar as condições de trabalho adequadas para os pacientes, sejam eles portadores de transtornos mentais ou dependentes químicos.

O problema é que embora atendamos 24 horas e sejamos de fato um Hospital de Emergência, o governo do Estado na gestão passada não reconheceu esse direito e o atual governador precisa corrigir essa distorção.

Faz-se necessário, e com urgência, que isso seja feito e logo e a atual secretaria de Saúde, Dra. Rozangela, precisa interceder junto ao governador para que tornemos um a entidade de caráter emergencial.

Segundo pesquisa, a Esquizofrenia paranóide e dependência química lideram o ranking de internações no Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR).

Ano passado, em relação aos atendimentos gerais, foram acolhidos 1.731 pacientes e no ano de 2013 o número de internações correspondeu a 1.765. 

O dado foi divulgado, no sábado (28), pela Agência Alagoas. 

As cidades que mais encaminharam pacientes foram Rio Largo com 71 pessoas, seguindo de União dos Palmares com 44 entradas, São Miguel dos Campos com 31 entradas, Santana do Ipanema com 21 e Porto Calvo com 18 internamentos.

De acordo com o gerente-geral da Instituição, psiquiatra Audênis Peixoto, as altas se devem ao papel fundamental da família e da estrutura da unidade de saúde.

Disse Dr. Audênis: “Além do acompanhamento médico, o usuário também participa de oficinas terapêuticas, incluindo as festividades anuais, retornando para o convívio familiar e social após permanência de 31 dias de acolhimento”.

Segundo definição da Organização Mundial da Saúde, a dependência química é um transtorno cerebral como qualquer outro problema psiquiátrico ou neurológico. As características hereditárias e os fatores psicossociais, culturais e ambientais podem desempenhar um papel importante nesse processo. As informações constam do estudo Neurociência do Consumo e Dependência de Substâncias Psicoativas.
O estudo, o primeiro do gênero desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde, foi produzido por especialistas de 11 países, incluindo o Brasil. Relata as últimas descobertas sobre os mecanismos cerebrais que regem a dependência química, analisa as implicações éticas de algumas formas de tratamento e faz recomendações para as políticas e programas governamentais dos países filiados.

A dependência química é definida pela 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS), como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de determinada substância. 

A dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (por exemplo, o fumo, o álcool ou a cocaína), a uma categoria de substâncias psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes.

Segundo o site www.psiqweb.med.br, baseado na Organização Mundial de Saúde – OMS - ONU, entendem-se como Transtornos Mentais e Comportamentais as condições caracterizadas por alterações mórbidas do modo de pensar e/ou do humor (emoções), e/ou por alterações mórbidas do comportamento associadas a angústia expressiva e/ou deterioração do funcionamento psíquico global. Os Transtornos Mentais e Comportamentais não constituem apenas variações dentro da escala do "normal", sendo antes, fenômenos claramente anormais ou patológicos.

Surgido do Movimento Antimanicomial, que resultou na famigerada Lei Antimanicomial de 2001, foi criado o processo decorrente deste movimento, surgindo, assim, "a Reforma Psiquiátrica", definida pela Lei 10216 de 2001 (Lei Paulo Delgado) como diretriz de reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferido o foco do tratamento que se concentrava na instituição hospitalar, para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em unidades de serviços comunitários e abertos.

Só que os municípios jamais se responsabilizaram em construir os denominados CAPS - Centros de Atenção Psíco-Social.

Dessa forma, em Alagoas, todos os municípios continuam recorrendo ao Hospital Escola Portugal Ramalho que dá seu exemplo acolhendo pacientes portadores de transtornos mentais e dependentes químicos.

Em vez de acabar com esse tipo de hospital, deveriam é construir muito mais.

O que é lamentável é que o HEPR não seja reconhecido uma entidade de caráter emergencial só pelo fato de ter havido poucos óbitos.

Isso é uma clara e manifesta maneira de afirmar o quanto o HEPR preza pela vida de seus pacientes, se preocupando com sua saúde, vida, dignidade e bem-estar.

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