Quem sou eu

Minha foto
Jornalista envolvido e preocupado com questões sociais e políticas que afligem nossa sociedade, além de publicar matérias denunciando pessoas ou entidades que praticam atos contra o interesse público e agindo, sempre, em defesa da sociedade.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Artigo - As chuvas torrenciais na Região Nordeste, a questão ambiental e a omissão do poder público. Roberto Ramalho jornalista e servidor da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas. www.ditoconceito.blogspot.com.br

Há uma semana que chove constantemente em Alagoas, sobretudo em Maceió, com pequenos intervalos de tempo aberto.

As fortes chuvas que caem em Maceió desde a noite de segunda-feira, 23 de maio do corrente mês e ano, provocou o deslizamento de barreiras, queda de muros, desabamento de casas, parte de alguns prédios e deixou um idoso morto e feridos.

Segundo o Corpo de Bombeiros centenas de pessoas estão desabrigadas e o número poderá aumentar mais. A estimativa no sábado (28) e domingo (29) foi de um volume de chuva muito elevado.

De acordo com a previsão do órgão estadual de meteorologia do estado de Alagoas o índice fluviométrico deve aumentar bastante, havendo a previsão de intensas chuvas até o dia 02 de junho, embora esse prognóstico possa mudar por causa dos ventos que podem carregar as nuvens para o mar.

Equipes da Defesa Civil Municipal estão em alerta máximo e de prontidão para dar suporte necessário as pessoas que vivem em áreas de risco na capital alagoana.

Embora estejamos ainda no Outono, desde 1991 não chovia tanto em Alagoas, sobretudo na capital alagoana.

Segundo os cientistas que estudam as chuvas torrenciais que caem em Alagoas há diversos fenômenos responsáveis, entre eles o Distúrbio Ondulatório de Leste (DOL).

Estão sendo detectados ventos que estão vindo da Região da África e correntes frias da América do Sul.

O que contribui muito para que Maceió fique totalmente alagada, em muitos locais da cidade, é a falta de educação ambiental da população, que joga todo tipo de resíduos sólidos nas calçadas, ruas, terrenos baldios, contribuindo, e muito, para que a situação fique ainda pior. E o poder público também é responsável por não fiscalizar aessa prática danosa e realizar o saneamento básico necessário. A prova disso está no Brejal, Ponta Grossa e Vergel do Lago, bairros em que praticamente não existe saneamento básico.

Em todo o Nordeste está chovendo. Porém, é o estado de Pernambuco que está sendo mais atingido por chuvas torrenciais que chegaram a um total de 200 mm.

O Grande Recife teve, entre quinta-feira, 26, até esse segunda-feira, 30 de maio, mais chuvas, alagamentos e transtornos.

As precipitações tem relação com um Distúrbio Ondulatório de Leste (DOL), que também causa chuvas em Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu, na quinta, dois alertas para cidades desses cinco estados, um de nível amarelo, que significa perigo em potencial e chuvas de até 50 milímetros em um dia, e outro de nível laranja, que é de perigo e até 100 milímetros em 24 horas. Mas na Grande Recife caíram mais de 200 mm de chuvas.

Até o fechamento desse artigo, já morreram mais de 90 pessoas em Pernambuco, notadamente na Grande Recife que abrange os municípios de Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, entre outros.

Porém, cientistas e estudiosos afirmam que a constante destruição e devastação da Floresta Amazônica e demais Biomas acaba causando uma desestrutura no sistema, causando intensas chuvas torrenciais em diversas Regiões do Brasil, como aconteceu na Região Sudeste, envolvendo os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, acima de 100 mm.

Nesta segunda-feira, o presidente Bolsonaro esteve em Pernambuco e sobrevoou a região devastada pelas fortes chuvas. Porém, não esteve com o governador do estado Paulo Câmara do Partido Socialista.

E o governo federal cujo presidente é Jair Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão, contribuem para que isso aconteça já que vem impedindo a fiscalização contra maus madeireiros, grileiros (invasores de terras indígenas) e garimpeiros sem licença de exploração de uma lavra.

Órgãos ambientais federais como o IBAMA e o Instituto Chico Mendes estão sucateados de forma proposital pelo governo Bolsonaro, com a diminuição das fiscalizações na Floresta Amazônica e demais Biomas, inclusive impedindo a atuação da Polícia Federal e do Exército.

Bolsonaro é um sujeito mal e perverso e a até o então presidente Ernesto Geisel que governou o Brasil entre 1974 a 1979, o denominou de“um mau militar”.