Artigo - O afastamento e
rompimento do PMDB com o governo da presidente Dilma e o perigo de uma grave crise
político-institucional
Roberto Ramalho é advogado, jornalista e colunista do Portal
RP-Bahia
Segundo
informa o site do jornal “O Globo”,
após dar como perdida a batalha para manter o PMDB na base aliada, o governo
decidiu fazer um mapeamento dos cargos hoje ocupados por apadrinhados
peemedebistas — o objetivo é redistribuir esse espólio a outros partidos que
possam dar votos para salvar a presidente Dilma Rousseff do processo de
impeachment no Congresso.
Ainda assim Dilma Rousseff tenta convencer ministros do PMDB a
continuarem em sua gestão.
A
exatamente um dia de o PMDB decidir o desembarque do governo, - o que
provavelmente deverá ocorrer -, a presidente se reuniu com ministros do partido
para conversar. A legenda tem sete ministros na atual gestão e o maior temor do
Palácio do Planalto é que a saída do PMDB termine levando outros partidos
aliados para a oposição.
Dificilmente o PMDB deverá permanecer no governo,
embora ainda reste alguma esperança, o que é improvável.
O que
existe atualmente é uma tentativa de se conseguir unanimidade na decisão, o que
também é improvável.
As
contas da executiva nacional do partido mostram que pelo menos 80% dos
parlamentares votarão pelo afastamento do governo da presidente Dilma Rousseff.
O
divórcio já é praticamente inevitável nesse momento de tensão e aflição para a
presidente Dilma.
Na
minha opinião, o PMDB sempre foi uma legenda de oportunistas e é e foi governo
durante as gestões de José Sarney, de Itamar Franco, de Fernando Henrique
Cardoso, de Luis Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff.
Caso o
Impeachment passe na Câmara dos Deputados e a presidente Dilma Rousseff seja
afastada, após os votos em plenário, assumirá interinamente, até o seu
julgamento no Senado, o vice-presidente Michel Temer, do PMDB.
Caso
ele assuma interinamente por seis meses e a sua gestão falhar, poderá haver
manifestações desfavoráveis a seu governo, podendo ser criado um clima de instabilidade
política ainda maior, uma crise gravíssima sem precedentes, e ai sim, a
possibilidade de intervenção militar, mesmo temporária, até que a situação
esteja sob controle.
Não
seria um golpe de Estado, porque acredito que os militares das Forças Armadas
acreditam na manutenção do Estado Democrático de Direito, e grande parte dos
jovens, de até aproximadamente 35 anos, que não viveram num estado de exceção,
jamais aceitariam viver sob uma nova ditadura.
Essas
pessoas só conhecem e vivem sob liberdade: de opinião, de expressão, de ir e
vir e de pensamento.
Seria
muito sofrimento para elas e muito desses jovens também são filhos e netos de
militares e estão acostumados com o regime democrático.
Além
disso, a própria sociedade civil organizada também jamais aceitaria isso. Creio
que se viesse a acontecer uma intervenção militar, ela seria passageira.
Os
grandes pensadores iluministas como Rosseau, Montesquieu, Hobbes entre outros,
sempre lutaram por democracia e liberdade.
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