Brasil é um dos países em que motociclistas mais morrem
Jornalista Roberto Jorge
O Brasil é o quinto país do mundo em mortes por acidente de trânsito, com 45 mil óbitos por ano, segundo dados do Ministério da Saúde.
Neste universo, os casos envolvendo motos correspondem a quase 30% do total.
O estado do Piauí, no Nordeste, é o que tem os dados mais alarmantes. De cada 100 mil pessoas, 21 motociclistas morrem vítimas de acidentes de trânsito. A taxa é a maior do país e subiu assustadores 401% em dez anos – em 2002, a taxa era de 4,2 mortes.
Também tiveram aumentos elevadíssimos os estados do Maranhão (436%), Sergipe (392%) e São Paulo (378%).
No Brasil, o índice é de 6,3 mortes por 100 mil habitantes. Alagoas ocupa a 19ª posição com taxa de mortalidade de 4,2 para cada 100 mil habitantes. Entre 2002 e 2012, este número cresceu 86,8% no estado. Em em 2013 foram 142 mortes.
As vítimas dos acidentes com moto têm um perfil específico: 78% são homens entre 20 e 39 anos. Dos motociclistas ouvidos pelo governo, 19,6% disseram ter consumido bebida alcoólica e 19,7% estavam sem capacete.
Nos últimos seis anos, as internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de 115% e o custo com o atendimento a esses pacientes de 170,8%.
Em Sergipe, foram 1.327 internações em 2014, representando um gasto de R$ 1,1 milhão.
Diante desse cenário de tragédia, o Ministério da Saúde está propondo uma série de ações intersetoriais que deverão envolver outras esferas do Governo Federal, governos estaduais e municipais, para promoção de uma política específica de prevenção aos acidentes com motos.
Em face desses acidentes com mortes, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou algumas das iniciativas em discussão durante a 68ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra. “Não dá mais para não agir na dimensão preventiva dos acidentes com motos. É preciso propor novas medidas e elevar essa discussão a um problema de saúde pública.
Segundo ainda o ministro da Saúde, Arthur Chioro, algumas propostas em estudo são a obrigatoriedade de apresentação da habilitação no momento da compra da moto, por exemplo, e a possibilidade de financiamento do capacete como um EPI (Equipamento de Proteção Individual), possibilitando a venda do item de segurança junto do veículo.
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