Deputado federal Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara, após ouvir Temer, advogados e amigos políticos.
Roberto Ramalho é jornalista.
O deputado federal Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara na tarde dessa quinta-feira.
Ele convocou uma entrevista coletiva para ler uma carta em que anunciou sua saída. Sua decisão teve como base o fato dele e sua família passarem a sofrer perseguição em razão das denúncias feitas recentemente.
Ao ler o documento, o peemedebista chegou a chorar e fez duras críticas ao governo petista. Eduardo Cunha alegou que deixa o comando da Câmara dos Deputados para ajudar a restaurar o país.
O parlamentar estava afastado do cargo pelo STF desde o dia 5 de maio. Com a renúncia, o presidente em exercício Waldir Maranhão tem até cinco sessões para fazer novas eleições.
Como se sabe, o deputado do PMDB vinha sendo pressionado por aliados para tomar a decisão como estratégia para evitar a cassação e salvar seu mandato. Ele é acusado de ter mentido à CPI da Petrobras sobre ter contas não declaradas no exterior.
O deputado Pauderney Avelino, líder do DEM, afirmou que a renúncia de Cunha vira uma página tumultuada na história da Câmara dos Deputados e que a casa deve voltar à normalidade. Pauderney acredita, no entanto, que a decisão foi tomada tarde demais e que dificilmente Cunha terá apoio e poderá ter seu mandato cassado.
Porém, o eleitor nem imagina que Eduardo Cunha lutará pelo mandato na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que é presidido por seu parceiro Osmar Serrarglio (PMDB-PR).
A renúncia à presidência da Câmara dos Deputados foi parte da estratégica delineada junto com seu parceiro Michel Temer (PMDB), com quem Cunha esteve reunido em segredo há duas semanas.
Mesmo que Eduardo Cunha venha perder seu mandato, Temer o agraciará com cargos no seu governo, caso continue na Presidência da República.
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