Artigo –
Diferenças entre amor e paixão
Roberto
Ramalho é jornalista e servidor da Universidade Estadual das Ciências da Saúde
de Alagoas
Em sua obra
intitulada “Ensaios sobre o amor e a solidão”, Editora MG Editores,
9ª edição, 2013, 272 páginas, Flávio Gikovate se
aprofunda no tema do amor, mostrando suas diferentes roupagens, definindo ora
como enamoramento, paixão, ou atração sexual, e como lidar com elas.
O autor
aborda, também, um problema que atinge até as relações amorosas mais plenas: a
possessividade.
Propondo
uma nova forma de aliança íntima, inspirada na amizade profunda, Flávio
Gikovate mostra ainda que a solidão (temporária ou como escolha de
vida) é primordial para nosso desenvolvimento.
Aproveitando que o assunto é muito complexo faço as seguintes perguntas:
Amor e Paixão são a mesma coisa? O que realmente está por trás dos estados de
encantamentos que sentimos por outra pessoa? Por que sentimentos tão nobres e
até profundos, acabam nos adoecendo? É necessário que conheçamos a forma como
amamos ou basta nos entregarmos ao que sentimos? Esse tão complexo assunto foi
exaustivamente estudado e debatido pelos psicanalistas Freud e Lacan.
Eles escreveram sobre o amor e as paixões, já descritas na antiguidade
pelos gregos nas reflexões de tantos outros escritores, bem como desde os
tempos antes de Cristo.
O termo paixão deriva
do latim tardio (passio-onis), derivado de passus, particípio passado de patī «sofrer»).
É um termo aplicado a um sentimento muito forte em relação a uma pessoa, objeto
ou tema.
A paixão é uma emoção intensa, um entusiasmo ou um desejo sobre qualquer
coisa.
Segundo estudos recentes de Donatella Marazzidti (2007, Livro Natureza do Amor), a paixão se caracteriza, sob o aspecto biológico,
por uma liberação contínua de alguns neurotransmissores como dopamina e noradrenalina
De acordo com a autora, a amígdala cerebelosa tem um papel central neste processo, pois é desta região que emana alguns dos sentimentos mais instintivos. Esta tempestade bioquímica está relacionada com um índice mais baixo de serotonina no cérebro do que em uma população normal, sendo semelhante ao nível deste neurotransmissor nos portadores de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), o que explicaria os pensamentos obsessivos da pessoa a qual se está apaixonado. Estes níveis bioquímicos explicam por que a pessoa tende a perder a razão, enquanto se encontra em estado de apaixonamento.
De acordo com a autora, a amígdala cerebelosa tem um papel central neste processo, pois é desta região que emana alguns dos sentimentos mais instintivos. Esta tempestade bioquímica está relacionada com um índice mais baixo de serotonina no cérebro do que em uma população normal, sendo semelhante ao nível deste neurotransmissor nos portadores de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), o que explicaria os pensamentos obsessivos da pessoa a qual se está apaixonado. Estes níveis bioquímicos explicam por que a pessoa tende a perder a razão, enquanto se encontra em estado de apaixonamento.
Segundo a pesquisadora, este mecanismo é semelhante ao de algumas drogas, como a cocaína, sendo necessário para a perpetuação da espécie, pela
atração. Além destes neurotransmissores citados, há a participação de outras
substâncias, tais como oxitocina evasopressina, que estão relacionadas com o amor e as sensações
de segurança e calma derivadas deste sentimento.
Diferentemente da paixão, no amor também agem substâncias presentes no
organismo.
Nesse
processo estão envolvidos, basicamente, três neurotransmissores, a saber: a
dopamina, a norepinefrina e a serotonina, todos produzidos por áreas ligadas ao
sistema de recompensa e prazer do cérebro.
Esse
sentimento sem igual simplesmente quando a pessoa está próxima do amado (a), as
mãos tremem e o coração e a respiração aceleram. Estão em ação à dopamina e a
norepinefrina, substâncias que levam à alegria excessiva, à falta de sono e o
sentimento de que o amado é único, e de que é quase impossível compará-lo com
alguém. Já aquela compulsão e obsessão pelo parceiro são causadas por baixos
níveis de serotonina. Isso é apenas paixão, e nada mais.
O amor em
sua total plenitude preenche, de alguma maneira, a alma e o corpo e não somente
por alguns segundos, minutos, dias ou meses, podendo existir por muitos anos,
ou até mesmo eternamente enquanto dure.
A razão
do amor em direção à outra pessoa recaí na própria pessoa amada, cujas ações,
gestos, palavras, pensamentos, conferem permissão a que a outra pessoa ou ser,
tenha e compartilhe desse profundo sentimento inimaginável e inigualável.
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