Papa nomeia vinte novos cardeais e privilegia países pobres
Jornalista Roberto Ramalho
O Sumo Pontífice Francisco nomeou neste sábado, 14, vinte novos cardeais procedentes dos cinco continentes.
Entre envolvidos com questões sociais, confirmando o desejo do Papa de criar uma Igreja menos eurocentrista.
Dos quinze novos cardeais com direito a voto, apenas um trabalha na Cúria Romana e a grande maioria dos escolhidos são sacerdotes envolvidos com questões sociais, confirmando o desejo do pontífice de criar uma Igreja menos eurocentrista.
Durante a cerimônia solene na basílica de São Pedro no Vaticano, o Papa pediu que os novos escolhidos, entre eles cinco latino-americanos provenientes da Argentina, Panamá, México, Uruguai e Colômbia, não aceitem "injustiças".
Francisco lembrou aos novos cardeais que "o cardinalato não é uma distinção honorífica" "nem um acessório" ou condecoração, mas "um ponto de apoio e um eixo para a vida da comunidade". O representante de Cristo discursou que “quem está centrado em si mesmo busca inevitavelmente seu próprio interesse e acredita que isso é normal". Os novos cardeais receberam o barrete vermelho, o título e o anel cardinalício das mãos do Santo Padre Papa e na presença do Papa emérito Bento XVI, que usava uma batina branca, prerrogativa dos pontífices.
Francisco premiou com o título cardinalício pela segunda vez desde que foi eleito pontífice, em março de 2013, representantes de países pobres e subdesenvolvidos.
São dezoito nações, seis das quais nunca haviam contado com um cardeal. Os paíse são: Moçambique, Cabo Verde, Tonga, Mianmar, Nova Zelândia e Panamá.
Dos quinze novos cardeais com direito a voto, apenas um trabalha na Cúria Romana (o prefeito da Assinatura Apostólica, tribunal para conflitos jurídicos), enquanto três são da América Latina, três da Ásia, dois da Oceania e dois da África.
Quase todos os escolhidos são bispos que dedicaram suas vidas aos imigrantes, pobres ou comunidades assoladas pela violência, pobreza e conflitos. Enquanto o mexicano Alberto Suárez Inda vive em um lugar marcado pela violência dos cartéis do narcotráfico, o arcebispo panamenho José Luis Lacunza Maestrojuán trabalha com a proteção dos interesses dos povos indígenas.
Os dois com pessoas pobres e que estão sob a proteção da Igreja Católica.
O Papa deu mais uma demonstração de que está mudando os rumos da Cúria Romana ignorando os bispos de grandes arquidioceses europeias como Veneza e Turim, que contam com cardeais por tradição escolhendo prelados de regiões esquecidas, como o italiano Francesco Montenegro, de Agrigento, na Sicília, testemunha da dor de imigrantes que arriscam a vida no Mediterrâneo ao tentar entrar na Itália.
Esse é o verdadeiro Papa de Cristo, reformador da Igreja puritana e conservadora.
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