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sábado, 7 de novembro de 2015

Presidente dos EUA e premiê britânico afirmam que bomba a bordo causou queda do avião russo no Egito, porém, Moscou ainda não confirma. Primeiras investigações revelam que houve atentado

Jornalista Roberto Ramalho

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou na sexta-feira (6) a suspensão de todos os voos civis do país ao Egito, até que as causas do acidente com o A321 da companhia russa Metrojet, que caiu no fim de semana na península do Sinai, sejam esclarecidas. 

A informação foi divulgada pelo porta-voz de Moscou, Dmitry Peskov, à agência de notícias local Tass, uma das mais importantes da Rússia.

Segundo Peskov, o líder acatou o conselho do chefe dos serviços secretos russos (FSB), Alexander Bortnikov, durante uma reunião extraordinária do comitê nacional antiterrorismo, embora a Rússia ainda não tenha aceitado a tese de que o avião foi derrubado por uma bomba a bordo, inclusive especialistas britânicos que atuam nas investigações do acidente disseram acreditar que uma bomba estava no compartimento de bagagens da aeronave.

Na sexta-feira (06.11.15), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o premiê inglês David Cameron afirmaram que existe a possibilidade de que uma bomba tivesse derrubado o avião russo, matando todas as 224 pessoas a bordo.

Apesar de negativas de autoridades, O Estado Islâmico insiste ter abatido avião.

Em resposta, o porta-voz de Moscou rebateu que esta é apenas uma "possibilidade" e que as "investigações não excluem nenhuma hipótese". "Não sabemos que dados estão sendo usados pelos nossos colegas britânicos para supor que o desastre tenha sido provocado por uma bomba", criticou o porta-voz, argumentando que Londres não "compartilhou" essas informações. 

Desde o acidente, no último sábado (3.10.15), a Rússia tem agido com cautela em relação à possibilidade de uma bomba dentro do avião ter derrubado o jato da Boieng. Entretanto, Jornais locais divulgaram que os primeiros dados extraídos das caixas-pretas não forneceram ajuda para identificar a causa do desastre.

Porém, como precaução, o Reino Unido ordenou a suspensão de voos para o Egito e as companhias aéreas deram início hoje às operações para repatriarem turistas do país que estavam bloqueados no balneário de Sharm el-Sheik. 

Diversos voos da Easyjet, Monarch, Thomson e British Airways começaram a partir no meio do dia, com autorização apenas para bagagens de mão. Todas as outras bagagens serão transportadas separadamente.

Uma fonte próxima à investigação declarou à Agência de Fotícias France Presse que os dados das caixas-pretas indicam que "tudo transcorre de forma normal, absolutamente normal" até o minuto 24, quando subitamente as caixas deixam de funcionar, um fenômeno que sustenta a hipótese de uma "despressurização explosiva muito súbita". Isto permite "privilegiar fortemente" a hipótese de um atentado com bomba.

Afirmou ainda a fonte que: "A hipótese de uma explosão originada de uma falha técnica, um incêndio ou outra coisa parece extremamente improvável, já que os aparelhos que gravam teriam apontado algo antes da ruptura e/ou pilotos teriam dito algo".

E vai mais além ao afirmar que: "Um avião não para de transmitir dados tão bruscamente em plena altitude de cruzeiro se não ocorre uma explosão súbita", indicou.

O grupo Estado Islâmico (EI), cujo braço egípcio é muito ativo no norte da península do Sinai, reivindicou a queda do avião, mas sem explicar como teria executado o ataque.

Porém, o grupo afirma que em breve revelará ao mundo como executou o atentado.

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