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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Projeção para queda da economia este ano chega a 2,44%. Brasil está em grau de recessão perigoso. Produção industrial recua e Agência de Risco rebaixa nota do Brasil
Jornalista Roberto Ramalho
A projeção de instituições financeiras para o encolhimento da economia este ano teve a oitava elevação seguida.
A estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país -, chegou a 2,44%.
Na semana passada, estava em 2,26%. Para 2016, a projeção de retração passou de 0,4% para 0,5%, no quinto ajuste consecutivo. Esse é um dos piores resultados desde a crise financeira mundial de 2018.
As estimativas são do boletim Focus, uma publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia. Portanto, não há como o governo ou quem está na oposição manipular.

Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve apresentar retração de 6%, este ano, contra 5,57% previstos na semana passada. Em 2016, a expectativa é de recuperação do setor, com crescimento de 0,72%, ante a previsão anterior de 0,89%. Mas é somente uma estimativa.
Em 2015, a inflação deve superar a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (4,5%, com limite superior de 6,5%).
A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano foi ajustada de 9,28% para 9,29%. Para o próximo ano, a projeção passou de 5,51% para 5,58%., um pouco menor em face da conjuntura econômica local e mundial acalmar.
Para tentar trazer a inflação para a meta, o Banco Central elevou a taxa básica de juros a Selic, por sete vezes seguidas. Após o ciclo de alta, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, a Selic foi mantida em 14,25% ao ano. Também pudera, são as taxas de juros mais elevadas do planeta.
Segundo as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016. A projeção mediana (desconsidera os extremos da estimativa) para o fim do próximo ano segue em 12% ao ano.
taxa Selic é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia.
Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Porém, o que se ver é a população retirando seu dinheiro em face do rendimento não compensar, preferindo investir em outra coisa.
Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, Porém, alivia o controle sobre a inflação.
Ao manter a Selic, o BC indica que ajustes anteriores foram suficiente para produzir os efeitos esperados na economia. Para o Banco Central, os efeitos de elevação da Selic se acumulam e levam tempo para aparecer. Já em relação a projeção para a cotação do dólar, ao final este ano foi ajustada de R$ 3,50 para R$ 3,60. Para o fim de 2016, a projeção passou de R$ 3,60 para R$ 3,70. Atualmente a cotação do dólar varia de R$ 3,75 a R$ 3,82.
Segundo a Agência Brasil, citando o IBGE, a produção industrial recuou, de junho para julho, em oito dos 14 locais pesquisados pela entidade.
As quedas mais acentuadas foram registradas nos Estados do Paraná (-6,3%) e no Ceará (-5,2%), segundo a Pesquisa Industrial Mensal-Produção Física Regional, divulgada nessa quarta-feira (9).
De acordo com os dados do IBGE e divulgados pela Agência Brasil, outros dois estados tiveram queda mais acentuada do que a média nacional (-1,5%): Santa Catarina (-2,4%) e São Paulo (-1,8%). Também houve redução na produção industrial no Amazonas (-1,5%), Espírito Santo (-1,4%), em Minas Gerais (-1,3%) e no Rio de Janeiro (-0,9%).
Por outro lado, seis locais tiveram aumento na produção no período: Rio Grande do Sul (6,8%), Bahia (5,2%), Pernambuco (3,3%), Goiás (0,6%) e Pará (0,4%). Assim, comparando-se julho deste ano com o mesmo período do ano passado, 11 dos 15 locais tiveram queda na produção, com destaque para Amazonas (-18,2%) e Ceará (-13,7%). Foram registradas altas em quatro locais, sendo a maior delas no Pará (6,8%).
No acumulado do ano, 12 locais tiveram queda, entre eles, o Amazonas (-15,2%) e apenas três tiveram alta, com destaque para o Espírito Santo (14,9%). Já no acumulado de 12 meses, 11 locais tiveram queda, sendo a maior delas no Amazonas (-12,9%), e quatro tiveram aumento, entre eles, Espírito Santo (14,4%).
Daqui a pouco nova matéria sobre o reixamento da nota do Brasil pela Agência de Risco Standard & Poor's, após ela retirar o selo de bom pagador do Brasil, com investidores já apostando que a moeda norte-americana irá a 4 reais, maior nível já registrado, aumentando a pressão sobre a inflação.



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