Artigo - As guerras no Oriente Médio e o Conselho de Segurança da ONU
Roberto Ramalho é jornalista e pesquisador
As guerras que estão acontecendo no Oriente Médio, sobretudo a Guerra Civil na Síria e o conflito envolvendo o Estado Islâmico em território sírio e no Iraque, já vitimaram centenas de milhares de civis e militares.
Todos os dias assistimos estarrecidos nos noticiários televisivos informações sobre mortos, atentados a bomba, decapitações, assassinatos de civis inocentes etc.
A guerra civil na Síria não para em face da Rússia e da China vetarem às resoluções de paz da ONU para esse país.
Recentemente a Rússia enviou sofisticados aviões de guerra para proteger o ditador sírio Bashar Al-Assad.
No entanto, fotos de satélites indicam que a Rússia está, na verdade, aumentando seu poderio militar numa base em que o país mantinha na Síria, preocupando Os EUA, a OTAN e países árabes da Região, principalmente Israel.
Além disso, temos a inação da Comunidade Internacional. Com isso temos o caos na Síria, e do caos neste país temos o surgimento do Estado Islâmico.
Assim, observa-se que tudo tem a ver com a ineficiência da ONU em seu mecanismo de tomada de decisões.
Se, e somente se, um dos cinco membros do Conselho de Segurança se oponha a determinada resolução, todo o seu conteúdo torna-se ineficaz, não podendo produzir seus efeitos.
Isso é um absurdo latente, sobretudo quando se discute a manutenção da paz no mundo.
Nesse sentido, se a proposta de reforma da ONU não for pra valer, em nada contribuirá para sua eficiência, principalmente se não for acompanhada de mudanças no mecanismo de tomada de decisões pelo Conselho de Segurança.
Falando nesse assunto, presidente Dilma Rousseff defendeu neste sábado (26), em Nova York, uma reforma no Conselho de Segurança da ONU. Ela falou com jornalistas após participar de uma reunião com líderes da Alemanha, do Japão e da Índia para tratar do tema.
Afirmou a presidente Dilma: "A reforma do Conselho de Segurança da ONU permanece como a principal questão pendente na agenda da ONU. Nós precisamos de um conselho que reflita adequadamente a nova correlação de forças mundial".
Brasil, Alemanha, Japão e Índia formam o chamado G4, grupo criado para pleitear mudanças no Conselho de Segurança.
Ao final do encontro, os chefes de Estado divulgaram um comunicado conjunto, assinado pelos quatro. O texto afirma que os países do G-4 são candidatos legítimos a membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. No documento, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, os líderes também se comprometem a trabalhar em parceria para uma reforma “rápida e significativa” do Conselho de Segurança da ONU.
Atualmente os únicos países que controlam todas as decisões no Conselho de Segurança da ONU são: EUA, Rússia, Chima, Reino Unido e França. Todos com poder de veto sobre qualquer resolução, além de outros dez países que são rotativos e mudam a cada dois anos.
Basta um único país não concordar para que uma Resolução não entre em vigor.
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