Artigo: O
polêmico linha dura e ex-premier de Israel, Ariel Sharon
Roberto Ramalho é
jornalista e pesquisador
O ex-premiê
israelense, o general de linha-dura Ariel Sharon, faleceu nesse sábado, aos 85
anos, em Tel Aviv, noticiou a imprensa israelense.
A notícia foi dada
pela rádio militar, que cita uma fonte da família. O quadro de saúde do
ex-premiê vinha apresentando uma piora acentuada desde o início do ano.
De acordo com a
equipe médica que cuidava dele, Ariel Sharon apresentava uma insuficiência
renal que afetou outros órgãos vitais.
Um funeral de estado
já está sendo programado para a próxima segunda-feira.
Ex-general e líder
da direita, Ariel Sharon estava em condição vegetativa desde o derrame que
sofreu em janeiro de 2006, quando ainda comandava o governo de Israel. O ex-premiê israelense estava em coma havia oito anos.
Em sua trajetória, esteve sempre no centro de
polêmicas, seja como estadista ou na carreira militar.
Na época em que ocupou o cargo de ministro da
Defesa, em 1982, ele arquitetou a desastrosa invasão ao Líbano.
Para evitar baixas nas forças israelenses, ele
ordenou que milicianos cristãos libaneses invadissem Sabra e Chatila (sob o
controle de Israel).
Da parte dos milicianos cristãos, o ataque foi uma
retaliação ao assassinato do presidente cristão Bachir Gemayel, dois dias
antes, que considerava os refugiados palestinos "população
excedente".
Até hoje não se sabe ao certo quantos morreram.
Segundo entidades de direitos humanos, acredita-se que o número possa ter
chegado a 3,5 mil.
Participou das guerras de 1967 e do Yom Kippur
derrotando nações árabes (Jordânia, Síria e Egito).
Na Guerra do Yom Kippur (1973), Egito e Síria lançaram
um ataque surpresa e fulminante em conjunto, no dia do jejum judeu, no Sinai e
nas Colinas de Golã.
No início do conflito os egípcios e sírios avançaram durante
as primeiras 48 horas. Depois, o conflito começou a balançar em favor de Israel.
Na segunda semana da guerra, os sírios foram completamente
expulsos das Colinas de Golã.
No Sinai ao sul, as forças israelenses atacaram o ponto de
encontro de dois exércitos egípcios invasores, cruzaram o Canal de Suez (antiga linha de cessar-fogo), e cortaram todo
o exército egípcio, esmagando os inimigos.
Israel se retirou assim que um cessar-fogo das Nações Unidas entrou
em vigor.
Para o grupo fundamentalista Hamas Sharon foi um assassino
cruel.
"Nós
nos tornamos mais confiantes na vitória, com a partida deste tirano",
disse o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zurhi, a Agência de Notícias Reuters, cujo
movimento prega a destruição do Estado judeu. "Nosso povo hoje sente
extrema felicidade com a morte e partida deste criminoso cujas mãos estavam
manchadas com o sangue de nosso povo e o sangue de nossos líderes aqui e no
exílio".
Diversos líderes europeus exaltaram e qualificaram
o líder israelense como o presidente Frances François Hollande, o
primeiro-ministro da Gra-Bretanha David Cameron, e a primeira-ministra alemã,
Angela Merkel.
Sua morte também foi destaque nos principais países
do mundo, entre eles, o famoso americano The New York Times, que classificou
o ex-premiê como "defensor de Israel, um campeão do sionismo e general
imperdoável".
Posicionando-o como um dos líderes mais influentes
da história de Israel, o site do periódico descreveu que Sharon foi
admirado pela sua crença de que os judeus devem assegurar e proteger suas
necessidades como povo, sem temer a censura.
Já
em relação a paz entre Israel e Palestina talvez com a morte de Sharon – embora
ele tivesse em coma e sem condições de participar das negociações – ajude,
sobretudo porque ele representava a linha dura de seu partido político Kadima,
de extrema-direita.
Todavia,
hoje, a agremiação partidária não tem um substituto à altura de Sharon e
possui apenas duas cadeiras no Parlamento israelense.
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