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sábado, 17 de agosto de 2013

Artigo: a prisão do irmão do líder da Al Qaeda, que apoiava o ex-presidente Mursi, e a repressão ao movimento Irmandade Muçulmana

Roberto Ramalho é jornalista e estudioso relacionado a assuntos internacionais

As forças de segurança do Egito, formada principalmente pelo exército, afirmaram neste sábado que prenderam um irmão de Ayman al-Zawhari, líder da rede terrorista Al Qaeda.

De acordo com as autoridades egípcias, Mohammed al-Zawhari foi detido em uma blitz no bairro de Giza, no Cairo, durante a ação das forças militares. 

Segundo membros das fontes de segurança, ele é acusado de envolvimento nos últimos ataques a militares na cidade de Al Arish, na Península do Sinai.

De acordo ainda com informações, a entidade que chefia o grupo radical islâmico Jihadi é uma das que opera na região. A área, que faz fronteira com Israel, é alvo de uma operação do Exército contra radicais islâmicos, iniciada em junho.

As ações dos grupos radicais aumentaram após a deposição do presidente islamita Mohammed Mursi, que foi retirado do poder pelos militares em 3 de julho por impor um governo totalmente islâmico, desrespeitando a Constituição promulgada e incentivando o ódio. 

A Al Qaeda ainda não se pronunciou a respeito da prisão do irmão do líder da organização islâmica.

Nos últimos dias, as autoridades egípcias disseram diversas vezes que prenderam líderes islamitas, mas depois foram desmentidos. O último caso foi do dirigente da Irmandade Muçulmana Mohammed el-Beltagui, que horas depois afirmou que estava solto. 

Se confirmada, não será a primeira vez que o irmão do líder da Al Qaeda é preso no Egito. Ele foi condenado em 1998 à pena de morte por crimes de terrorismo e, um ano depois, foi preso nos Emirados Árabes Unidos e extraditado ao país norte-africano. 

Ele passou 12 anos na prisão, mas foi solto em março de 2011, após a junta militar que comandava o pais, após a ditadura de Hosni Mubarak, liberar todos os presos políticos islamitas. Ele foi preso novamente por envolvimento nos combates nos Bálcãs, na década de 1990, e solto em março de 2012. 

Durante este período em que esteve solto, declarou apoio ao presidente islamita Mohammed Mursi, que foi eleito em junho do ano passado.

No período em que esteve no poder, as ações de militantes islâmicos aumentaram na região do Sinai, incluindo sequestros de estrangeiros e incêndios no gasoduto entre Egito e Israel.  

As autoridades egípcias também confirmaram que  filho do líder religioso da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie, foi morto nessa sexta-feira (16.08.13) durante confronto entre os islamitas e a polícia.

A informação foi atestada pelo Partido Liberdade e Justiça, braço político do movimento. 

Era necessária a deposição de Mursi do governo. Ele não mais dialogava com outros setores da sociedade civil e com a oposição. Daí a intervenção das Forças Armadas do Egito e, principalmente do exército, a organização mais forte e poderosa do país.

Tudo leva a crer que o grupo Irmandade muçulmana partira para o confronto armado, gerando uma nova guerra civil na região do Oriente Médio.

Mas, com as prisões dos principais líderes da organização Irmandade Muçulmana isso poderá enfraquecer o movimento.




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