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sexta-feira, 27 de julho de 2012


SUS oferece teste para detectar a infecção generalizada (Sepse) 

Manchete e edição da reportagem de “O Estado de São Paulo” do jornalista Roberto Ramalho 

Antes restrito à rede privada de saúde, exame rápido tem ajudado os médicos a medir o nível da doença. A infecção generalizada - sepse, no jargão médico - causa 400 mil mortes por ano no Brasil. Mais da metade dos pacientes que desenvolvem esse tipo de infecção não resiste. Entre os desafios dos médicos está o de determinar o nível de infecção e evitar doses excessivas de antibiótico. Essa é uma das principais matérias publicadas na edição dessa sexta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo (27.07.2012).

Segundo aponta a reportagem, um teste rápido - o biomarcador de procalcitonina - tem ajudado os profissionais a direcionar o tratamento. Antes restrito à rede particular, o exame passou a ser oferecido a pacientes do SUS em hospitais como A.C. Camargo, em São Paulo, Servidores do Estado e Hospital Central da Aeronáutica, ambos no Rio. A procalcitonina (PCT) é uma substância encontrada em baixas concentrações em pessoas saudáveis. Durante grave infecção bacteriana, o organismo a libera em grande quantidade. O tratamento é feito com antibiótico.

"Não existem dados exatos que indiquem por quantos dias deve se dar o medicamento para o paciente em UTI. No paciente grave, se der antibiótico em quantidade insuficiente, ele não vai se curar totalmente. Se der muito, há o risco de se criar uma bactéria resistente a antibiótico, o que no ambiente de UTI pode ser catastrófico", explica o médico intensivista Rodrigo Deliberato, do Hospital Albert Einstein, ao “O Estado de São Paulo”, ele que defende, no fim do ano, tese de doutorado sobre o uso da PCT em pacientes com sepse.

Ao dosar a PCT, o médico consegue avaliar a gravidade da infecção e se o paciente está reagindo ao tratamento. Também pode indicar a necessidade de troca do remédio. No trabalho que apresentará, Deliberato estudou 80 pacientes. "É seguro usar como guia para suspender o antibiótico sem piorar o desfecho clínico, com possível benefício na questão de redução do custo." Outro teste tem facilitado o diagnóstico rápido do micro-organismo que provocou a infecção, o Septifast. Esse exame detecta o DNA de bactérias e fungos e dá o resultado em até seis horas - a hemocultura (exame no sangue para isolar e identificar os micro-organismos) pode levar de 24 horas a 72 horas.

Hoje, somente o Einstein, em São Paulo, o Laboratório Richet, no Rio, e o Hospital Regional (MS) oferecem o exame. "A cada hora que o paciente não é tratado ou é tratado de forma errada, aumenta em 8% o índice de mortalidade. Esse teste detecta o material genético de 25 bactérias e fungos, que respondem por 90% dos casos de sepse", afirma o patologista Hélio Torres Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e diretor médico do Richet ao “O Estado de São Paulo”.

Sintomas. 

Ao contrário de outras doenças, a sepse não tem sintomas específicos. "A principal ferramenta para o tratamento é o médico e a equipe multiprofissional pensarem nos sinais de alerta: febre, alteração no estado de consciência e frequência cardíaca e respiratória altas", afirma Reinaldo Salomão, presidente do Instituto Latino Americano para Estudo da Sepse (Ilas) e professor da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), ao jornal paulista. Um estudo do Ilas aponta que os pacientes atendidos em pronto-socorro são mais diagnosticados com sepse que aqueles internados em UTI. "O pronto-socorro é porta de entrada do hospital. Muitas vezes o paciente desenvolveu a sepse em casa. É importante o ficar atento a alterações do paciente. Pessoas idosas podem ficar mais confusas ou mais sonolentas. A família acha que o avô está mais sossegado e demora em perceber que é um sintoma grave de disfunção orgânica", alerta Salomão.

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