TRE de São Paulo nega registro de candidatura a Paulo
Maluf
Jornalista
Roberto Ramalho, com informações da Procuradoria Regional Eleitoral no Estado
de São Paulo.
O
Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo indeferiu, nesta segunda-feira (01.09.14),
o registro da candidatura de Maluf a deputado federal pelo PP.
Por
entender que Paulo Maluf agiu com dolo no superfaturamento das obras do Túnel
Ayrton Senna — caso pelo qual foi condenado por improbidade administrativa pelo
Tribunal de Justiça de São Paulo, o TRE negou seu registro.
De
acordo com a ação de impugnação impetrada pela Procuradoria Regional Eleitoral
de São Paulo em julho e aceita nesta segunda-feira pelo TRE paulista, Maluf se
enquadra no rol de candidatos inelegíveis pela Lei da Ficha Limpa. Ele foi
condenado por conta de superfaturamentos na construção do Túnel Ayrton Senna,
erguido na época em que foi prefeito da capital paulista.
A ação da procuradoria se baseou na
decisão do TJ-SP, segundo a qual Maluf tinha pleno conhecimento do
superfaturamento das obras do Túnel Ayrton Senna, em razão do alto valor e da
importância do contrato e “cabia a ele tomar as cautelas necessárias antes de
autorizar tais gastos".
À época da condenação no Tribunal de Justiça,
em 2013, o próprio promotor do caso, Roberto Livianu, afirmou considerar a Lei
da Ficha Limpa inaplicável ao caso. Prevista na Lei Complementar 135 de 2010, a
exigência de que o ato de improbidade administrativa tenha resultado em
enriquecimento ilícito não ficou configurada na condenação do parlamentar,
disse Livianu.
Os
advogados Eduardo Nobre e Patrícia Rios, responsáveis pela defesa do parlamentar
pepista, afirmaram, também à época, que Maluf não foi condenado por ato doloso
nem por enriquecimento ilícito, o que lhe daria o direito de concorrer nas
próximas eleições.
O
julgamento do pedido de impugnação no TRE-SP começou na última sexta-feira
(29.08.14), mas foi adiado após empate.
O
desempate coube ao presidente do TRE-SP, desembargador Mathias Coltro, que
negou o registro da candidatura de Maluf.
Ainda
cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral.
Em
nota, a defesa do parlamentar afirmou que o resultado da votação mostra "o
quão controverso é o tema". "Maluf respeita a decisão do tribunal
paulista e informa que recorrerá ao TSE, mantendo sua candidatura à Câmara dos
Deputados, e continuará a realizar normalmente todos os atos de campanha",
diz o comunicado.
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