Presidente do STF Ricardo Lewandowski defende aplicação do
princípio da repercussão geral e das súmulas vinculantes para desafogar Poder
Judiciário
Jornalista Roberto Ramalho
No discurso de posse como presidente do Supremo
Tribunal Federal o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que
pretende recomendar que os Tribunais façam uso do princípio da repercussão
geral e da súmula vinculante para desafogar o Poder Judiciário.
Suas ideias foram bem recebidas pelos presentes. O
ministro, que assumiu na quarta-feira passada (10/9), falou sobre o uso da
repercussão geral para reduzir a carga de trabalho da Suprema Corte e de
“ressuscitar” a súmula vinculante como forma de dar mais uniformidade à
jurisprudência do país.
Lewandowski afirmou que tramitam 333 recursos com repercussão
geral reconhecida no STF, que mantêm parados, nas instâncias inferiores, 700
mil processos.
A repercussão geral é o grande critério de
admissibilidade da Suprema Corte.
Para julgar um recurso, os ministros devem
reconhecer que o caso tem repercussão jurídica, social, econômica, política e
cultural para além das partes envolvidas.
A atitude do ministro foi bem recebida por inúmeras
bancas de advocacia dos grandes centros urbanos, entre elas a do advogado Celso
Mori, sócio do Pinheiro Neto Advogados, que considerou a “linha da ideia
muito correta”.
Disse ele: “O papel do Supremo é definir diretrizes
para causas de repercussão geral, e não para resolver conflitos entre as partes”.
O presidente do Instituto dos Advogados de São
Paulo, José Horácio Halfeld Rezende Ribeiro, afirma que a
súmula vinculante deve ser usada só para pacificar questões processuais, cumprindo
o papel de criar segurança jurídica aos advogados e partes.
A época de ser contra a Súmula Vinculante já
passou. Segundo o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, "quando estava em
discussão, nós nos posicionamos contra, agora, precisamos usar da melhor forma
esse instrumento que está posto", diz ele, afirmando que a Entidade vai,
inclusive, propor a revisão de uma súmula.
A ideia, adianta, é garantir aos advogados acesso a
autos de todos os tipos de processo, inclusive administrativos.
Da mesma forma pensa o desembargador Armando
Sérgio Prado de Toledo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, quando
afirma que: "aplicar decisões em Súmulas Vinculantes é o melhor caminho
para desafogar os tribunais.
Da mesma forma que ele concorda o desembargador
aposentado e ex-deputado federal Régis Fernandes de Oliveira:
"Aplicar Súmulas Vinculantes é muito interessante, agiliza milhares e
milhares de processos. Nós temos que racionalizar o Judicário, que ainda é
muito irracional. Nas áreas Cível e da Fazenda Pública é facílimo de aplicar
isso", conclui.
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