Novo procurador geral da República, Rodrigo Janot, assume cargo e pode
pedir prisão dos réus do mensalão
Jornalista Roberto Ramalho
O novo procurador-geral da
República, o mineiro Rodrigo Janot, assumiu nessa terça-feira o posto de
procurador geral da República
A presidente Dilma Rousseff pediu nesta terça-feira (17) ao novo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para resistir às “pressões que
pretendem exercer influência indevida” sobre o Ministério Público.
Dilma deu
posse nesta terça-feira a
Janot, de 56 anos. Ele será o novo chefe do Ministério Público Federal no lugar
de Roberto Gurgel, que deixou o cargo em agosto após um mandato de quatro anos.
Tudo leva a crer que ele pode
pedir a prisão dos 14 condenados no processo do mensalão que não têm direito
aos embargos infringentes, caso esse tipo de recurso seja aceito pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), antes mesmo do fim do julgamento.
Durante a campanha pelo comando
da Procuradoria-Geral da República (PGR), Janot afirmou que a prisão que
decorre do mensalão é consequência lógica da condenação.
Julgados os recursos, o pedido de
prisão será imediato. A opinião de Janot foi dada no primeiro debate entre os
candidatos à PGR, em abril passado.
Ele assumiu a chefia da PGR e, nessa
quarta-feira, já estará no plenário do STF para acompanhar a sessão de
julgamento da Ação Penal 470, na qual o ministro Celso de Mello anunciará se os
embargos infringentes serão aceitos ou não.
Mesmo que esse tipo de recurso
seja admitido para alguns dos réus do processo, aos 14 condenados caberão
apenas os chamados embargos de declaração, ou embargos dos embargos, que devem
ser rapidamente rejeitados pela Suprema Corte pelo caráter meramente
protelatório.
Assim, a esses condenados (sem
direito aos infringentes) não restará mais nenhuma opção de recurso que impeça
a aplicação da pena.
Na avaliação de alguns juristas o
caso para eles estará totalmente encerrado.
É o que pensa o presidente da
Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Alexandre Camanho.
Nessas circunstâncias (sem
possibilidade de mais recursos), tecnicamente a decisão transita em julgado e,
portanto, não poderá caber mais nenhum recurso.
Dessa forma, tecnicamente
falando, não é mais possível discutir a decisão. E, assim, é o caso de pedir a
imediata execução da pena.
Essa é uma atribuição rotineira
do Ministério Público, que tem a obrigação de pedir a execução da pena na
primeira oportunidade. A execução da pena é o objetivo do nosso trabalho.
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