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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

STF admite ressarcimento dos recursos públicos desviados

Jornalista Roberto Ramalho

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, sinalizou que é possível reaver os recursos desviados pelo esquema. "Essas iniciativas, além de muito bem vindas, são perfeitamente possíveis do ponto de vista jurídico e do ponto de vista técnico", afirmou.

Integrantes do governo reforçaram o discurso de que a União vai buscar o ressarcimento dos recursos públicos desviados pelo esquema de corrução na Petrobras denunciado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e investigado pela Polícia Federal.

O ressarcimento foi defendido nos últimos dias pela presidente Dilma Rousseff, que admitiu que houve desvio de recursos da empresa. Para ela o dinheiro desviado tem que retornar aos cofres públicos.

E começaram as condenações em processos abertos a partir da operação lava-jato, que investiga o envolvimento dos grupos do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa com corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.

Na primeira sentença de um dos processos do caso, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, condenou Renê Luiz Pereira a 14 anos de prisão, em regime fechado, por tráfico internacional de drogas. Porém, o doleiro Alberto Youssef foi absolvido.

Enquanto isso no Estado do Paraná, a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, acusada de atuar em parceira com Alberto Youssef no esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 10 bilhões, e que está presa na Casa de Custódia de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, foi condenada a 18 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, pela prática de 91 crimes de evasão de divisas.

A sentença foi publicada nesta quarta-feira (22) pela Justiça Federal do Paraná e cabe recurso. Esta é a segunda sentença prolatada de ações originadas a partir da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).

Todos os oito réus desta ação foram condenados. Segundo a Justiça, a movimentação ilegal operada por Nelma chegou a US$ 5.271.649,42 entre maio e novembro de 2013.

A doleira também foi condenada por outros crimes como corrupção ativa e pertinência a organização criminosa, evasão de divisas, operação de instituição financeira irregular e evasão de divisas tentada.

O advogado Marden Esper Maués, que defende Nelma, disse ao Portal G1, da Globo, que vai recorrer da sentença. Disse ele: “Os réus que não participaram da delação premiada que, no meu entendimento é extorsão premiada, tiveram penas extremamente elevadas”, concluiu.

Aos poucos nosso país está deixando de ser o país da impunidade.


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