Artigo
– Uma análise político-econômica das candidaturas de Dilma Rousseff e de Aécio
Neves
Roberto
Ramalho é advogado, jornalista e pós-graduado em Administração
Os candidatos à presidência da
república Dilma Rousseff e Aécio Neves deverão debater diversos temas. Porém,
os principais serão o combate à corrupção e a situação da economia atualmente.
Além desses dois temas será
discutida a gestão pública como um todo. E nesse aspecto que entra a corrupção,
segundo a cientista política Christiane Romeo, professora do Ibmec-RJ.
De acordo com a prestigiada
historiadora Maria Aparecida Aquino, professora da USP, mesmo não tendo sido a
corrupção uma influência decisiva nos últimos pleitos, o segundo turno pode
trazer de volta a indignação das manifestações de 2013.
Todavia, ela avalia que o
movimento ficou fora da campanha eleitoral entre os candidatos porque não
conseguiu amadurecer e se viabilizar no mundo da política. Mas, ela acredita
que no 2º turno a coisa será muito diferente e a corrupção será muito debatida.
De acordo com ela se vai haver
algo concreto, é outra conversa. Segundo ela, os políticos têm sido eleitos
acima desse tema. No entanto, de acordo com a historiadora as pessoas nunca
deram tanta atenção a esse assunto como agora.
Segundo Maria Aparecida Aquino, a
prisão de políticos até pouco tempo era impensável. É um tema inevitável, que
não ficará restrito ao atual governo federal, porque entrou na agenda política
com mais força. Ainda que não eleja um ou derrote outro, afeta a decisão do
voto, conclui.
Por outro lado, na avaliação de Felipe Borba, professor de
Ciência Política da UniRio, a candidata e atual presidente Dilma Rousseff (PT)
vai insistir na estratégia de comparação entre os doze anos de governos do PT e
os oito anos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), especialmente analisando as
áreas de emprego, renda e desigualdade social.
Aécio Neves tende, por sua vez, tentar puxar o debate para o
momento atual da economia, tentando limitar a comparação entre Dilma e Lula, já
que a presidente tem resultados piores nos principais indicadores em relação ao
antecessor.
De acordo
com a interpretação de outra especialista em ciência política, Christiane
Romeo, a economia terá destaque no segundo turno, porque Dilma e Aécio
representam campos ideológicos claramente distintos nessa área. Segundo ela,
são dois modelos bem claros em discussão: o neodesenvolvimentismo
intervencionista de Dilma, cuja falta de resultados Aécio vai tentar ressaltar,
e a visão liberal do candidato tucano, que contempla moderação dos gastos
públicos.
Segundo
Christiane Romeo, o grande desafio de Aécio Neves será mostrar como vai
compatibilizar a manutenção de políticas de inclusão social com o rigor fiscal
do modelo liberal, que também está em crise nos países desenvolvidos.
Essa também
é a opinião da historiadora Maria Aparecida Aquino, da USP, avaliando que Aécio
terá como principal desafio convencer o eleitor de que não colocará conquistas
sociais em risco. Maria Aparecida Aquino afirma que Dilma vai tentar
estabelecer uma comparação também no debate sobre as políticas de redução da
pobreza e da desigualdade. Segundo a historiadora, a redução da desigualdade é
uma bandeira dos governos do PT e um dos principais compromissos de Dilma,
mantendo alguns programas, mas não conseguindo colocar outros em plena
execução.
Para o
cientista político Felipe Borba, a discussão em torno da economia e da
eficiência dos serviços públicos será bastante aguçada, inclusive correndo o
risco de perder espaço para ataques pessoais numa disputa que promete ser
acirrada.
Em minha
opinião pessoal o debate entre os candidatos Dilma Rousseff e Aécio Neves no 2º
turno da eleição, para presidência da República, será a discussão em torno de
políticas efetivas para diminuir ainda mais a desigualdade e a pobreza em todo
o país, sobretudo, nas Regiões Norte e Nordeste.
Da mesma
forma, também, serão debatidos e confrontados os governos anteriores de FHC e
de Lula.
Todos sabem
que o PSDB sempre pregou o “Estado Mínimo”, isto é, o arrocho salarial para os
servidores públicos e a contenção de gastos com programas sociais, o inverso do
PT, que vem aplicando recursos para melhorar a vida dos pobres e da classe
média, sem, no entanto esquecer dos bancos e das grandes empresas, que não tem
do que reclamar, com lucros astronômicos em decorrência da manutenção de um
programa de desenvolvimento e de investimentos em todo o país.
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