Quem sou eu

Minha foto
Jornalista envolvido e preocupado com questões sociais e políticas que afligem nossa sociedade, além de publicar matérias denunciando pessoas ou entidades que praticam atos contra o interesse público e agindo, sempre, em defesa da sociedade.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Artigo – Uma análise político-econômica das candidaturas de Dilma Rousseff e de Aécio Neves

Roberto Ramalho é advogado, jornalista e pós-graduado em Administração

Os candidatos à presidência da república Dilma Rousseff e Aécio Neves deverão debater diversos temas. Porém, os principais serão o combate à corrupção e a situação da economia atualmente.

Além desses dois temas será discutida a gestão pública como um todo. E nesse aspecto que entra a corrupção, segundo a cientista política Christiane Romeo, professora do Ibmec-RJ.

De acordo com a prestigiada historiadora Maria Aparecida Aquino, professora da USP, mesmo não tendo sido a corrupção uma influência decisiva nos últimos pleitos, o segundo turno pode trazer de volta a indignação das manifestações de 2013.

Todavia, ela avalia que o movimento ficou fora da campanha eleitoral entre os candidatos porque não conseguiu amadurecer e se viabilizar no mundo da política. Mas, ela acredita que no 2º turno a coisa será muito diferente e a corrupção será muito debatida.

De acordo com ela se vai haver algo concreto, é outra conversa. Segundo ela, os políticos têm sido eleitos acima desse tema. No entanto, de acordo com a historiadora as pessoas nunca deram tanta atenção a esse assunto como agora.

Segundo Maria Aparecida Aquino, a prisão de políticos até pouco tempo era impensável. É um tema inevitável, que não ficará restrito ao atual governo federal, porque entrou na agenda política com mais força. Ainda que não eleja um ou derrote outro, afeta a decisão do voto, conclui.

Por outro lado, na avaliação de Felipe Borba, professor de Ciência Política da UniRio, a candidata e atual presidente Dilma Rousseff (PT) vai insistir na estratégia de comparação entre os doze anos de governos do PT e os oito anos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), especialmente analisando as áreas de emprego, renda e desigualdade social.

Aécio Neves tende, por sua vez, tentar puxar o debate para o momento atual da economia, tentando limitar a comparação entre Dilma e Lula, já que a presidente tem resultados piores nos principais indicadores em relação ao antecessor.

De acordo com a interpretação de outra especialista em ciência política, Christiane Romeo, a economia terá destaque no segundo turno, porque Dilma e Aécio representam campos ideológicos claramente distintos nessa área. Segundo ela, são dois modelos bem claros em discussão: o neodesenvolvimentismo intervencionista de Dilma, cuja falta de resultados Aécio vai tentar ressaltar, e a visão liberal do candidato tucano, que contempla moderação dos gastos públicos.

Segundo Christiane Romeo, o grande desafio de Aécio Neves será mostrar como vai compatibilizar a manutenção de políticas de inclusão social com o rigor fiscal do modelo liberal, que também está em crise nos países desenvolvidos.

Essa também é a opinião da historiadora Maria Aparecida Aquino, da USP, avaliando que Aécio terá como principal desafio convencer o eleitor de que não colocará conquistas sociais em risco. Maria Aparecida Aquino afirma que Dilma vai tentar estabelecer uma comparação também no debate sobre as políticas de redução da pobreza e da desigualdade. Segundo a historiadora, a redução da desigualdade é uma bandeira dos governos do PT e um dos principais compromissos de Dilma, mantendo alguns programas, mas não conseguindo colocar outros em plena execução.

Para o cientista político Felipe Borba, a discussão em torno da economia e da eficiência dos serviços públicos será bastante aguçada, inclusive correndo o risco de perder espaço para ataques pessoais numa disputa que promete ser acirrada.

Em minha opinião pessoal o debate entre os candidatos Dilma Rousseff e Aécio Neves no 2º turno da eleição, para presidência da República, será a discussão em torno de políticas efetivas para diminuir ainda mais a desigualdade e a pobreza em todo o país, sobretudo, nas Regiões Norte e Nordeste.

Da mesma forma, também, serão debatidos e confrontados os governos anteriores de FHC e de Lula.

Todos sabem que o PSDB sempre pregou o “Estado Mínimo”, isto é, o arrocho salarial para os servidores públicos e a contenção de gastos com programas sociais, o inverso do PT, que vem aplicando recursos para melhorar a vida dos pobres e da classe média, sem, no entanto esquecer dos bancos e das grandes empresas, que não tem do que reclamar, com lucros astronômicos em decorrência da manutenção de um programa de desenvolvimento e de investimentos em todo o país.



Nenhum comentário:

Postar um comentário