Corrupção está impregnada no tecido do País, afirma ministro do STF, Celso de Mello. Cunha deverá ser denunciado nessa quarta-feira pelo MP federal
Jornalista Roberto Ramalho
Durante a análise do Habeas Corpus impetrado pela defesa de Fernando Baiano, o ministro do STF Celso de Mello afirmou que o processo revela “que a corrupção impregnou-se no tecido e na intimidade de alguns partidos e instituições estatais, transformando-se em conduta administrativa, degradando a própria dignidade da política, fazendo-a descer ao plano subalterno da delinquência institucional”.
E durante o mesmo julgamento, o ministro Gilmar Mendes afirmou que o mensalão foi um “processo de pequenas causas” perto do esquema de propinas envolvendo a Petrobras.
Disse ele: “Fica muito claro que é difícil separar o chamado mensalão do petróleo. Parece que eles estão, de alguma forma, consorciados”.
E nessa quarta-feira, o Ministério Público Federal deverá apresentar denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) segundo disse ao GLOBO uma fonte que acompanha o caso de perto.
O presidente da Câmara dos Deputados será acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A denúncia a ser apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) tem como base a acusação do empresário Júlio Almeida Camargo, que confessou em juízo ter pago US$ 5 milhões em propina para o deputado, que preside a Câmara dos Deputados.
Cunha nega participação nos crimes. Se o STF aceitar a denúncia, o parlamentar passará a ser réu no escândalo de corrupção. O GLOBO mostrou também nessa quarta-feira que o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), deve constar na lista apresentada ao STF como outro denunciado.
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