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segunda-feira, 31 de março de 2014



Artigo: O presidente Ernesto Geisel e o seu papel no retorno à democracia no Brasil, pós Regime Militar de 1964 – 2ª Parte. II - O Milagre Econômico

Roberto Ramalho é advogado, jornalista, relações públicas e estudioso de assuntos políticos e jurídicos

II - O Milagre Econômico

O milagre econômico deveu-se a natureza concentradora do governo militar, principalmente em relação às empresas estatais que geraram divisas ao país através das exportações de seus produtos.

Segundo o jornalista que hoje escreve para o jornal a Folha de São Paulo, Élio Gaspari, afirma que o denominado milagre econômico foi um período paradoxal da História do Brasil.

Ele é autor de quatro livros escritos sendo essa obra “A Ditadura Escancarada”.

"O Milagre Brasileiro e os Anos de Chumbo foram simultâneos. Ambos reais coexistiam negando-se. Passados mais de trinta anos, continuam negando-se. Quem acha que houve um, não acredita (ou não gosta de admitir) que houve o outro", afirma ele na sua obra.

Entre 1968 a 1973 o Produto Interno Bruto brasileiro cresceu a uma taxa média acima de 10% ao ano, enquanto a inflação oscilou entre 15% e 20% ao ano. Além disso, a construção civil cresceu, em média, 15% ao ano.

Durante essa fase de crescimento econômico do país o grande arquiteto e executor das políticas econômicas no Brasil foi o economista e ministro da Fazenda, Antônio Delfim Netto, que chegou a ser batizado de "superministro".

A partir de 1973 o crescimento da economia brasileira diminuiu consideravelmente ao ponto de ao mesmo tempo em 1974 ocorrer o primeiro choque do petróleo, quando o preço do barril foi elevado abruptamente de US$3,37 para US$11,25.

Dessa forma, a crise do petróleo acabou provocando uma aceleração da taxa de inflação no mundo todo e, sobretudo, no Brasil, quando passou de 15,5% em 1973 para 34,5% em 1974.

Com isso, o crescimento diminuiu no período 1974-1979 passando a 6,5% em média, enquanto na época do "milagre" as taxas de crescimento se situavam, em média, a 10% anuais, tendo alcançado picos de até 13% anuais.

A partir daí a balança comercial brasileira de 1974 em diante, apresentaria enormes déficits causados principalmente pela importação de petróleo, que ultrapassaram os 4 bilhões de dólares ao ano.

Isso tudo terminou gerando um grande desequilíbrio nas contas públicas internas e externas principalmente com o crescimento e endividamento do país no exterior.

Assim sendo, a capacidade de geração de divisas tornou-se insuficiente para sustentar o ritmo do crescimento.

No final dessa década, a inflação acabaria chegando a 94,7% ao ano e em 1980 já era de aproximadamente 110 %, chegando a alcançar em 1983 o patamar de 200%.

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