Artigo:
O presidente Ernesto
Geisel e o seu papel no retorno à democracia no Brasil, pós Regime Militar de
1964 – 2ª Parte. II - O Milagre Econômico
Roberto Ramalho é advogado, jornalista, relações públicas
e estudioso de assuntos políticos e jurídicos
II - O Milagre Econômico
O milagre econômico deveu-se a natureza
concentradora do governo militar, principalmente em relação às empresas
estatais que geraram divisas ao país através das exportações de seus produtos.
Segundo o jornalista que hoje escreve para o jornal
a Folha de São Paulo, Élio Gaspari, afirma que o denominado milagre econômico
foi um período paradoxal da História do Brasil.
Ele é autor de quatro livros escritos sendo essa obra “A
Ditadura Escancarada”.
"O Milagre Brasileiro e os Anos de Chumbo foram
simultâneos. Ambos reais coexistiam negando-se. Passados mais de trinta anos,
continuam negando-se. Quem acha que houve um, não acredita (ou não gosta de
admitir) que houve o outro", afirma ele na sua obra.
Entre 1968 a 1973 o Produto Interno Bruto
brasileiro cresceu a uma taxa média acima de 10% ao ano, enquanto a inflação
oscilou entre 15% e 20% ao ano. Além disso, a construção civil cresceu, em
média, 15% ao ano.
Durante essa fase de crescimento econômico do país
o grande arquiteto e executor das políticas econômicas no Brasil foi o
economista e ministro da Fazenda, Antônio Delfim Netto, que chegou a ser
batizado de "superministro".
A partir de 1973 o crescimento da economia
brasileira diminuiu consideravelmente ao ponto de ao mesmo tempo em 1974
ocorrer o primeiro choque do petróleo, quando o preço do barril foi elevado
abruptamente de US$3,37 para US$11,25.
Dessa forma, a crise do petróleo acabou provocando
uma aceleração da taxa de inflação no mundo todo e, sobretudo, no Brasil,
quando passou de 15,5% em 1973 para 34,5% em 1974.
Com isso, o crescimento diminuiu no período
1974-1979 passando a 6,5% em média, enquanto na época do "milagre" as
taxas de crescimento se situavam, em média, a 10% anuais, tendo alcançado picos
de até 13% anuais.
A partir daí a balança comercial brasileira de 1974
em diante, apresentaria enormes déficits causados principalmente pela
importação de petróleo, que ultrapassaram os 4 bilhões de dólares ao ano.
Isso tudo terminou gerando um grande desequilíbrio
nas contas públicas internas e externas principalmente com o crescimento e
endividamento do país no exterior.
Assim sendo, a capacidade de geração de divisas
tornou-se insuficiente para sustentar o ritmo do crescimento.
No final dessa década, a inflação acabaria chegando
a 94,7% ao ano e em 1980 já era de aproximadamente 110 %, chegando a alcançar
em 1983 o patamar de 200%.
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