Artigo:
A violência fora de controle em Alagoas e a necessidade de sua solução. Parte
final.
Roberto
Ramalho é advogado, jornalista, relações públicas, articulista, pesquisador e
blogueiro.
É
preciso que o próximo Secretário de Defesa Social de Alagoas, Promotor de
Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça Neto também reconheça as deficiências no
setor da perícia. O Instituto de Criminalística afirmou que já solicitou ao
governo do Estado a realização de um concurso público para contratação de novos
peritos.
O
assunto sobre a violência é tão sério que num evento realizado em Alagoas com a
presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, visando buscar soluções
no combate ao maior percentual de homicídios registrados em um Estado
brasileiro, fez o governador, Teotônio Vilela Filho (PSDB), pedir
"socorro" a União e admitir a falta de controle no avanço do tráfico
de drogas e a "proibição" da entrada da polícia em áreas dominadas
pelo tráfico.
Afirmou
a época o então governador Teotonio Vilela em desabafo naquela oportunidade:
"Em Alagoas, ministro, é como se caísse um Boeing todo mês e todos morrem.
São 180 homicídios por mês. No mundo, se cai um avião existe um sentimento de
comoção. Aqui, este Boeing não chama mais a atenção". E foi mais adiante
ao afirmar taxativamente: "O governo não consegue vencer o avanço do
tráfico e, como vemos no Rio de Janeiro, há regiões em que a polícia não
entra", disse o governador Teotonio Vilela.
E a violência tem sido um assunto tão preocupante que fez a seccional da OAB de Alagoas não se pronunciar sobre o assunto.
É
claro e evidente que a falta pulso e autoridade do ex-governador Teotonio
Vilela no combate sistemático ao crime, suas modalidades e suas versões
delituosas durante os oito anos de seu governo, só deu mais coragem para que os
bandidos viessem para Alagoas.
Além disso, o contingente da Polícia Militar de Alagoas é insuficiente para policiar e dar proteção à sociedade alagoana como um todo. Segundo informações obtidas da Secretaria de Defesa Social, o contingente atual é de pouco mais de 7.000 mil policiais, havendo a necessidade de aproximadamente o dobro, ou seja, 16.000 mil policiais.
Também se faz necessário e com urgência a realização de mais um concurso público para a área de segurança pública.
Alagoas
precisa de novos delegados, escrivães, papiloscopistas, peritos, policiais
militares e policiais civis.
E durante solenidade ocorrida no Palácio República dos Palmares, os
novos comandantes da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros Militar de
Alagoas (CBM), coronéis Lima Júnior e Adriano, respectivamente foram nomeados
pelo governador Renan Filho.
O delegado Paulo Cerqueira também assumiu oficialmente o cargo de
diretor-geral da Polícia Civil na tarde de hoje.
Durante o evento, o governador Renan Filho (PMDB) ressaltou que o Poder
Executivo é responsável pela segurança pública do Estado, acrescentando
trabalhar para reduzir os índices alarmantes da violência em Alagoas.
Disse ele: “Vamos conduzir a segurança sem arrogância. A
responsabilidade de conduzir a segurança em Alagoas é do Poder Executivo, e o
Alfredo Gaspar será fundamental nesse processo. Nosso compromisso é fazer com
que Alagoas deixe de ser o Estado mais violento do Brasil. Vamos tirar Alagoas
desta incômoda situação. Sem transferir responsabilidades, vamos alcançar os
resultados”, finalizou.
Concluindo,
avaliando profundamente sobre a violência em termos criminológicos,
sociológicos, antropológicos, econômicos e políticos, constata-se e observa-se
que ela tem raízes profundas na miséria humana, assim como na impunidade, em razão da falta de punição dos criminosos pelo Estado brasileiro, com suas leis benevolentes e que
beneficiam o crime e o criminoso. Que o digam a recente Lei das Cautelares, que beneficia réus primários
ou que praticam crimes com penas de até quatro anos. Essa Lei só nasceu para
beneficiar o crime e os criminosos. Além dela, os Códigos de Processo Penal e
Penal já estão ultrapassados, ambos vigorando desde os anos 40, no Século XX.
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