Fundo Monetário Internacional diz que Brasil deve
continuar subindo os juros para frear a inflação
Jornalista Roberto Ramalho
Em
reunião na semana passada com ministros de Finanças e presidentes de Bancos
Centrais do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), o Fundo Monetário
Internacional (FMI) recomendou que o Brasil continue elevando a taxa básica de
juros para domar a inflação.
Em
um mês, foi a 2ª vez que o FMI alertou para os riscos de descontrole da
inflação no Brasil.
O
órgão reforçou ainda sua avaliação de que o crescimento brasileiro, hoje
estimado em 2,5% em 2013 e 3,2% em 2014, "continua desapontador".
O
Ministério da Fazenda e o Banco Central não quiseram se pronunciar sobre o
assunto.
“O
Brasil continua a enfrentar um desafio considerável em relação à inflação, que
está acima da banda superior da meta, o que requer aperto monetário adicional”,
afirmou a equipe do FMI.
A inflação é o aumento
persistente e generalizado no valor dos preços das mercadorias e serviços,
inclusive os ofertados pelas empresas dos governos federal, estaduais e
municipais.
Segundo a jornalista Mirian
Leitão, especializada em economia, a arrecadação cresceu 0,5% no semestre,
descontada a inflação, e não há espaço para novos estímulos. O superávit
primário caiu, e a dívida bruta está aumentando. A dívida que todos olham é a
bruta, e, segundo dados do Banco Central, ela saiu de 54,06% do PIB, em janeiro
de 2011, para 59,58%, em maio de 2013. A dívida líquida perdeu credibilidade
porque passou a incorporar ativos sem liquidez, como os empréstimos feitos ao
BNDES.
Segundo ainda Mirian
Leitão, o PIB será baixo pelo terceiro ano seguido. As projeções para o ano que
vem também caíram para a casa de 2% e o período entre 2011 e 2014 deve ser o de
mais baixo crescimento dos últimos 20 anos: média de apenas 2,12%, levando em
conta as projeções feitas no Boletim Focus para 2013 e 2014.
8,5% é a taxa de juros básica (Selic).
4,5% é a meta do Banco Central brasileiro para a inflação.
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