Ex-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, é
condenado a 13 anos de prisão e afirma que irá recorrer
Jornalista Roberto Ramalho
Ex-governador de Alagoas foi
considerado culpado pelo desvio de R$ 5 milhões. Condenado pela
Justiça Federal em Alagoas a 13 anos e 4 meses de prisão pelo desvio de R$ 5
milhões de obras da Macrodrenagem do Tabuleiro dos Martins, em Maceió, o
ex-governador do estado Ronaldo Lessa (PDT) anunciou nessa sexta-feira que irá
recorrer da decisão.
A obra estava sob a
responsabilidade da construtora Gautama, do empresário Zuleido Veras, também
condenado a oito anos de prisão.
Desabafando o ex-governador
afirmou: “Fui condenado em um processo no qual, segundo os advogados, sequer
deveria figurar como réu. Considero a sentença da Justiça Federal injusta e
absurda. Vou lutar para revertê-la, pois o bem deve prevalecer sempre”.
A ação
penal que terminou condenando o ex-governador Ronaldo Lessa surgiu a partir de
denúncia do Ministério Público Federal em novembro de 2009.
A
denúncia teve por base o relatório, elaborado pela Polícia Federal, na Operação
Navalha, deflagrada em 2007 para desbaratar um esquema de fraude de licitações,
corrupção, tráfico de influência, superfaturamento e desvio de dinheiro em
obras com recursos federais.
A
Macrodrenagem do Tabuleiro dos Martins, bairro da parte alta de Maceió, foi
orçada, em 1997, em R$ 48 milhões.
O
Ministério Público Federal vai recorrer da decisão porque avaliou que o valor
desviado é bem maior, segundo as investigações, chegando a R$ 16,4 milhões.
Diz um
trecho da sentença condenatória: "A conduta do réu apresenta grau máximo
de reprovabilidade tendo em vista que na trama criminosa engendrada pelo mesmo
e por seus comparsas aproveita-se de valores transferidos de convênios e
contrato para realização de obra fundamental para o Estado de Alagoas e o
Município de Maceió".
Além
dessa condenação o ex-governador responde, ainda, por mais de duas dezenas de
ações na Justiça, algumas delas por improbidade administrativa, outras por
danos morais, incluindo acusações contra juízes, um desembargador e
procuradores da República.
Também
foram condenados quatro funcionários da gestão do ex-governador Lessa
(1999-2006): Denison Luna Tenório (diretor de obras, contratos e convênios da
Secretaria de Infraestrutura), Ademir Pereira Cabral (então secretário de
Infraestrutura), José Jailson Rocha (também exerceu o cargo de secretário de
Infraestrutura), e Fernando Souza (outro titular da pasta).
Os réus
foram absolvidos dos crimes de dispensa ilegal de licitação e formação de
quadrilha.
O
ex-governador Ronaldo Lessa tem dito em suas últimas entrevistas à imprensa que
tem sido vítima de perseguição.
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