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Jornalista envolvido e preocupado com questões sociais e políticas que afligem nossa sociedade, além de publicar matérias denunciando pessoas ou entidades que praticam atos contra o interesse público e agindo, sempre, em defesa da sociedade.

sexta-feira, 27 de abril de 2012


ARTIGO: RELACIONAMENTO ENTRE JOVENS NOS DIAS ATUAIS

Roberto Ramalho é jornalista, advogado, blogueiro, ex-acadêmico de Psicologia, e servidor da Universidade Estadual de Ciência da Saúde de Alagoas (UNCISAL)

Fazendo uma reflexão do caso da garota desaparecida de Penedo-Alagoas, creio que tudo isso é por causa de paixões avassaladoras.

Essas meninas que estão na adolescência e estão namorando, quando se apegam a um namorado e se apaixonam por ele, pensam que só existe ele na face da terra.

É claro e evidente que também criam um apego com aquele namorado, além de aos poucos ir se acostumando com atos, atitudes e comportamentos de seu companheiro.

Mas, faz-se necessário refletir se realmente aquele namorado é a pessoa certa na sua vida. Pior ainda é quando brigam e se separam, e novamente praticam a mesma coisa por diversas vezes, e, ainda assim, continuam namorando.

Ai faço a seguinte pergunta: e se depois vierem a noivar e se casar, e depois do nascimento do 1º filho, continuar as brigas, os ciúmes, e vierem às traições, como ficará o relacionamento?

Brigas entre casais de namorados devem ser totalmente evitadas, uma vez que a melhor coisa a fazer é conversar para evitar que um acabe magoando o outro, principalmente as mulheres, que terminam guardando tudo que não gostam e com isso acabam jogando na cara e sendo totalmente vingativas.

Em geral, as brigas são causadas por coisas tontas e, às vezes, tolas, que não faz nenhum sentido, mas que mesmo assim acaba virando uma discussão mais séria.

As principais causas de brigas entre um casal são resultados de ciúmes, olhares ao redor, comentários sobre ex-namorados ou ex-namoradas, e provocações de amigos chatos, que se aproveitam da oportunidade para criar mais confusão no relacionamento por meio de boatos e fofocas.

Brigas entre o casal de namorados só contribuem para que o companheiro (a) sinta raiva e o amor que um sentia pelo outro vá se acabando, e um se enchendo de mágoas e pronto.
Uma dica importante é que quando o relacionamento estiver complicado, insustentável e desgastado, se torna necessário uma conversa numa boa, para que um não fique enganando mais o outro, pois, assim, acabará magoando mais ainda a pessoa que você tanto amou durante o tempo em que durou o relacionamento.

A cada dia que passa, presenciamos que é cada vez mais comum acontecer relacionamento entre jovens, na maioria das vezes amigos, que acabam se tornando namorados.

Nesse caso, e isso já é comprovado pela Psicologia, que eles amadurecem muito rápido, principalmente quando ocorre por causa de algum problema particular na vida deles.

Na fase da adolescência geralmente, isso faz com que, ocorra mudança de comportamento, passando eles a agir de uma forma diferente, que poderá ou não ajudar ou atrapalharem suas vidas em todos os sentidos na atualidade ou num futuro muito breve.

Uma das perguntas mais comuns que se pode fazer é, chegou á hora para eles terem um relacionamento mais profundo, onde o sexo será a tônica? Na verdade não existe uma idade certa por que cada jovem tem uma hora e todos vão saber quando chegar esse momento. Para haver um bom relacionamento é importante que haja o respeito de ambas as partes, e isso é de fundamental importância.

Numa reportagem publicada na edição especial da revista Veja, de junho de 2003, com o título “sexo: cada vez mais cedo”, ficou relatado o seguinte: “A precocidade e a ousadia dos primeiros relacionamentos são uma característica de hoje. A idade da primeira vez das meninas é 15 anos, de acordo com pesquisa da UNESCO nas principais capitais do país. A dos meninos, 14. O surpreendente é que muitos jovens que têm vida sexual ativa não começaram com um namoro firme, mas com alguém com quem "ficava" – ou seja, com um quase desconhecido. Ficar é o nome dado a sessões de beijos e abraços mais ousados. A diferença entre essa relação e o namoro tradicional é que a primeira é descompromissada e passageira. Uma menina que fica com um colega numa festa não precisa tratá-lo como alguém especial ao vê-lo no colégio no dia seguinte. A pressão sobre os adolescentes para que iniciem a vida sexual ativa deve fazer com que os jovens se sintam num túnel de vento. Como tomar a decisão? A única resposta é: pense bem se você está preparado e se é isso mesmo o que quer. "Um risco é o jovem, de tanto ouvir falar de sexo, ter a falsa idéia de que crescer significa ter quanto antes uma relação sexual", diz o psicólogo paulista Antonio Carlos Egito, do Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual. Nesse assunto, os pais podem ajudar bastante. Muitos deixam de perguntar sobre a vida dos filhos quando eles chegam à adolescência. É um erro. Os especialistas aconselham a continuar a falar sobre comportamento, expectativas e valores. Só é preciso evitar pronunciamentos solenes. Adolescentes odeiam sermões – especialmente sobre sexo”.

Em outra parte da matéria fica dito que “a persistência das angústias em relação à vida amorosa, apesar do conhecimento e das liberdades atuais, tem uma explicação óbvia. "Sexo não é só uma questão de informação, mas também de maturidade", pondera o psicólogo Mauricio Torselli, do Instituto Kaplan, centro de estudos da sexualidade em São Paulo. Esta é a primeira geração que não conta com a orientação de um guia socialmente rígido para a sexualidade. Pais e mães estão igualmente confusos, preocupados e tão carentes de parâmetros quanto os próprios filhos. Muitos deles tentam estabelecer paralelo entre o que está acontecendo e sua própria geração. Os dois momentos são diferentes. O desejo de romper estruturas sociais”.

 esclerosadas fez da liberdade sexual uma das bandeiras dos jovens nos anos 60 e 70. Quando chegou a vez deles, deram liberdade aos filhos, mas não incluíram no pacote um modelo de comportamento sexual. O que se observa na sexualidade da atual geração não tem nem vestígio daquela energia rebelde e transformadora. O debate agora não é mais a presença de limites e sim, eventualmente, a ausência deles.

Na edição da mesma revista, em sua coluna, o psiquiatra Içami Tiba afirma que “Um aspecto crucial na educação é a autoridade. Muitos pais temem perder o amor dos filhos se forem firmes nas regras e nas cobranças. Todo mundo sabe que adolescente contrariado é encrenca na certa. Como uma criança birrenta, ele reclama, briga e faz escândalo, dentro de uma escala proporcional a seu tamanho. Nesse ponto os pais não podem ceder. Precisam estar conscientes de que, como todo mundo, os jovens não dão afeto a pessoas que não respeitam. Se os pais forem omissos e ficarem quietos por medo de perder o amor do filho, correm o risco de se ver menosprezados e ignorados. Aí o afeto e a cumplicidade que eles queriam preservar acabam se esvaindo completamente. Um pai ou uma mãe que engole os próprios princípios e se cala a cada malcriação dá um atestado de que não se respeita, e os filhos entendem isso como um sinal para que não o respeitem também. Engolir sapo significa deseducar, com grande probabilidade de estar criando um pequeno tirano dentro de casa”.

Nos Estados Unidos, por exemplo, um assunto que vem se destacando em colégios de ensino médio no estado de Connecticut, o Women's Center of Greater Danbury (Centro de Mulheres da Grande Danbury), inclusive quando foi realizada uma conferência sobre o assunto na Henry Abbott Tech, foi verificado e constatado um número alarmante de adolescentes que estão experimentando e aceitando comportamento abusivo nos namoros", segundo Heidi Rankin, uma educadora em violência juvenil do Women's Center of Greater Danbury.

De acordo com uma pesquisa escolar sobre saúde de 2007 do Departamento de Saúde Pública de CT junto com o Departamento de Educação do Estado, estudantes do ensino médio de Connecticut estão significativamente mais sujeitos que estudantes do ensino médio nacional a experimentar violência no namoro.

De acordo com o texto, "um entre cinco adolescentes que estiveram em um relacionamento sério dizem que receberam pancadas, tapas ou foram empurrados por seu parceiro. Uma entre três meninas que estiveram em um relacionamento sério dizem que tiveram medo de ser machucadas fisicamente por seu parceiro e um entre quatro adolescentes que estiveram em um relacionamento sério dizem que seu namorado ou namorada tentou evitar que passassem tempo com sua família e/ou amigos e que o pressionou a passar tempo somente com ele", afirmou Rankin na conferência.

Segundo Rankin, estatísticas como essas, deveriam ser um motivo para que os adolescentes aprendam sobre violência em um relacionamento, como identificá-la e como deixar o abusador de forma segura.

Concluindo, observa-se nos dias atuais que o rádio, a televisão e outros meios de comunicação, principalmente a internet e as denominadas Redes Sociais, como o Facebook, por exemplo, apresentam várias estatísticas referentes à delinquência juvenil, ao crime, importando no fato das adolescentes ficarem grávidas e partirem para as drogas.
Pode-se até fazer a seguinte pergunta: Os adolescentes do nosso tempo são piores do que fomos quando jovens? Pode-se afirmar, com certeza, que talvez não sejam piores, mas pode-se dizer que são muito diferentes dos adolescentes de vinte ou trinta anos atrás.

Ainda que façam praticamente as mesmas coisas que fazíamos no passado, infelizmente estão agindo assim muito mais cedo do que deveriam. Os sociólogos confirmam que as crianças crescem mais rápido em nossos dias e isso já está comprovado cientificamente por pesquisas de comportamento. Os jovens de hoje vão a encontros amorosos mais cedo e conhecem aspectos da vida adulta com uma antecedência imprópria para a sua idade. Além disso, hoje eles têm mais dinheiro, mais meios de transporte, mais tempo livre e menos supervisão dos pais do que antes. E terminam amadurecendo sexualmente três anos mais cedo que a geração anterior.

Observa-se e verifica-se que no começo da adolescência, o filho em geral, aceita a autoridade dos pais, sem necessidade de muita persuasão. Todavia, quando um pouco mais velho, o adolescente quer verificar tudo o que você diz, fica mais curioso e atento as conversas dos pais e dos mais velhos. A mesma criança que parecia estar contente sob seu cuidado começa a causar problemas, fica inquieta e se irrita com facilidade. É a chamada fase da rebeldia.

Assim sendo, observa-se e verifica-se que o método de disciplina que você usava anteriormente perdeu sua eficácia e já não tem mais nenhuma utilidade. A autoestima do adolescente começa a adquirir grande importância, a responsabilidade vira coisa do passado. Então, o companheirismo e a amizade que você sonhava ter com seu filho parecem ter se transformado em fumaça, que desaparece de repente.

Os momentos de diálogo que você mantinha com seu filho não se tornaram eficazes e esperados. O adolescente não quer mais ficar em casa com a família. E quando fica sua mente divaga e não presta atenção a quem esta á a sua volta. Age como se fosse feio ser visto na companhia de seus pais. Assim, seus altos e baixos emocionais, seus ataques temperamentais e seus períodos de indolência começam a causar transtorno e confusão no convívio familiar.

E você termina se perguntando se esteja perdendo sua competência como pai e o contato com seu filho e ai termina se sentindo confuso. E de quem é a culpa, afinal, por tudo isso? Dos próprios jovens, que hoje possuem liberdades demais? Dos pais que não souberam educá-los? Assim acham eles! Ou temos ai uma nova geração de filhos rebeldes que estão criando suas próprias regras de condutas com os pais e também entre eles?

Deixo a resposta para psiquiatras, psicólogos, educadores, e estudiosos no assunto.

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