ARTIGO:
RELACIONAMENTO ENTRE JOVENS NOS DIAS ATUAIS
Roberto
Ramalho é jornalista, advogado, blogueiro, ex-acadêmico de Psicologia, e
servidor da Universidade Estadual de Ciência da Saúde de Alagoas (UNCISAL)
Fazendo
uma reflexão do caso da garota desaparecida de Penedo-Alagoas, creio que tudo
isso é por causa de paixões avassaladoras.
Essas
meninas que estão na adolescência e estão namorando, quando se apegam a um
namorado e se apaixonam por ele, pensam que só existe ele na face da terra.
É
claro e evidente que também criam um apego com aquele namorado, além de aos
poucos ir se acostumando com atos, atitudes e comportamentos de seu
companheiro.
Mas,
faz-se necessário refletir se realmente aquele namorado é a pessoa certa na sua
vida. Pior ainda é quando brigam e se separam, e novamente praticam a mesma
coisa por diversas vezes, e, ainda assim, continuam namorando.
Ai
faço a seguinte pergunta: e se depois vierem a noivar e se casar, e depois do
nascimento do 1º filho, continuar as brigas, os ciúmes, e vierem às traições,
como ficará o relacionamento?
Brigas
entre casais de namorados devem ser totalmente evitadas, uma vez que a melhor
coisa a fazer é conversar para evitar que um acabe magoando o outro,
principalmente as mulheres, que terminam guardando tudo que não gostam e com
isso acabam jogando na cara e sendo totalmente vingativas.
Em
geral, as brigas são causadas por coisas tontas e, às vezes, tolas, que não faz
nenhum sentido, mas que mesmo assim acaba virando uma discussão mais séria.
As
principais causas de brigas entre um casal são resultados de ciúmes, olhares ao
redor, comentários sobre ex-namorados ou ex-namoradas, e provocações de amigos
chatos, que se aproveitam da oportunidade para criar mais confusão no
relacionamento por meio de boatos e fofocas.
Brigas
entre o casal de namorados só contribuem para que o companheiro (a) sinta raiva
e o amor que um sentia pelo outro vá se acabando, e um se enchendo de mágoas e
pronto.
Uma
dica importante é que quando o relacionamento estiver complicado, insustentável
e desgastado, se torna necessário uma conversa numa boa, para que um não fique
enganando mais o outro, pois, assim, acabará magoando mais ainda a pessoa que
você tanto amou durante o tempo em que durou o relacionamento.
A
cada dia que passa, presenciamos que é cada vez mais comum acontecer
relacionamento entre jovens, na maioria das vezes amigos, que acabam se
tornando namorados.
Nesse
caso, e isso já é comprovado pela Psicologia, que eles amadurecem muito rápido,
principalmente quando ocorre por causa de algum problema particular na vida
deles.
Na
fase da adolescência geralmente, isso faz com que, ocorra mudança de
comportamento, passando eles a agir de uma forma diferente, que poderá ou não
ajudar ou atrapalharem suas vidas em todos os sentidos na atualidade ou num
futuro muito breve.
Uma
das perguntas mais comuns que se pode fazer é, chegou á hora para eles terem um
relacionamento mais profundo, onde o sexo será a tônica? Na verdade não existe
uma idade certa por que cada jovem tem uma hora e todos vão saber quando chegar
esse momento. Para haver um bom relacionamento é importante que haja o respeito
de ambas as partes, e isso é de fundamental importância.
Numa
reportagem publicada na edição
especial da revista Veja, de junho de 2003, com o título “sexo:
cada vez mais cedo”, ficou relatado o seguinte: “A precocidade e a ousadia dos
primeiros relacionamentos são
uma característica de hoje. A idade da primeira vez das meninas
é 15 anos, de acordo com pesquisa da UNESCO nas principais capitais do país. A
dos meninos, 14. O surpreendente é que muitos jovens que têm vida sexual ativa
não começaram com um namoro firme, mas com alguém com quem "ficava" –
ou seja, com um quase desconhecido. Ficar é o nome dado a sessões de beijos e
abraços mais ousados. A diferença entre essa relação e o namoro tradicional é
que a primeira é descompromissada e passageira. Uma menina que fica com um
colega numa festa não precisa tratá-lo como alguém especial ao vê-lo no colégio
no dia seguinte. A pressão sobre os adolescentes para que iniciem a vida sexual
ativa deve fazer com que os jovens se sintam num túnel de vento. Como tomar a
decisão? A única resposta é: pense bem se você está preparado e se é isso mesmo
o que quer. "Um risco é o jovem, de tanto ouvir falar de sexo, ter a falsa
idéia de que crescer significa ter quanto antes uma relação sexual", diz o
psicólogo paulista Antonio Carlos Egito, do Grupo de Trabalho e Pesquisa em
Orientação Sexual. Nesse assunto, os pais podem ajudar bastante. Muitos deixam
de perguntar sobre a vida dos filhos quando eles chegam à adolescência. É um
erro. Os especialistas aconselham a continuar a falar sobre comportamento,
expectativas e valores. Só é preciso evitar pronunciamentos solenes. Adolescentes
odeiam sermões – especialmente sobre sexo”.
Em
outra parte da matéria fica dito que “a persistência das angústias em relação à
vida amorosa, apesar do conhecimento e das liberdades atuais, tem uma
explicação óbvia. "Sexo não é só uma questão de informação, mas também de
maturidade", pondera o psicólogo Mauricio Torselli, do Instituto Kaplan,
centro de estudos da sexualidade em São Paulo. Esta é a primeira geração que
não conta com a orientação de um guia socialmente rígido para a sexualidade.
Pais e mães estão igualmente confusos, preocupados e tão carentes de parâmetros
quanto os próprios filhos. Muitos deles tentam estabelecer paralelo entre o que
está acontecendo e sua própria geração. Os dois momentos são diferentes. O
desejo de romper estruturas sociais”.
esclerosadas
fez da liberdade sexual uma das bandeiras dos jovens nos anos 60 e 70. Quando
chegou a vez deles, deram liberdade aos filhos, mas não incluíram no pacote um
modelo de comportamento sexual. O que se observa na sexualidade da atual geração
não tem nem vestígio daquela energia rebelde e transformadora. O debate agora
não é mais a presença de limites e sim, eventualmente, a ausência deles.
Na
edição da mesma revista, em sua coluna, o psiquiatra Içami Tiba afirma
que “Um
aspecto crucial na educação é a autoridade. Muitos pais temem perder o amor dos
filhos se forem firmes nas regras e nas cobranças. Todo mundo sabe que
adolescente contrariado é encrenca na certa. Como uma criança birrenta, ele
reclama, briga e faz escândalo, dentro de uma escala proporcional a seu
tamanho. Nesse ponto os pais não podem ceder. Precisam estar conscientes de
que, como todo mundo, os jovens não dão afeto a pessoas que não respeitam. Se
os pais forem omissos e ficarem quietos por medo de perder o amor do filho,
correm o risco de se ver menosprezados e ignorados. Aí o afeto e a cumplicidade
que eles queriam preservar acabam se esvaindo completamente. Um pai ou uma mãe
que engole os próprios princípios e se cala a cada malcriação dá um atestado de
que não se respeita, e os filhos entendem isso como um sinal para que não o
respeitem também. Engolir sapo significa deseducar, com grande probabilidade de
estar criando um pequeno tirano dentro de casa”.
Nos
Estados Unidos, por exemplo, um assunto que vem se destacando em colégios de
ensino médio no estado de Connecticut, o Women's Center of Greater Danbury
(Centro de Mulheres da Grande Danbury), inclusive quando foi realizada uma
conferência sobre o assunto na Henry Abbott Tech, foi verificado e constatado
um número alarmante de adolescentes que estão experimentando e aceitando
comportamento abusivo nos namoros", segundo Heidi Rankin, uma educadora em
violência juvenil do Women's Center of Greater Danbury.
De
acordo com uma pesquisa escolar sobre saúde de 2007 do Departamento de Saúde
Pública de CT junto com o Departamento de Educação do Estado, estudantes do
ensino médio de Connecticut estão significativamente mais sujeitos que
estudantes do ensino médio nacional a experimentar violência no namoro.
De
acordo com o texto, "um entre cinco adolescentes que estiveram em um
relacionamento sério dizem que receberam pancadas, tapas ou foram empurrados
por seu parceiro. Uma entre três meninas que estiveram em um relacionamento
sério dizem que tiveram medo de ser machucadas fisicamente por seu parceiro e
um entre quatro adolescentes que estiveram em um relacionamento sério dizem que
seu namorado ou namorada tentou evitar que passassem tempo com sua família e/ou
amigos e que o pressionou a passar tempo somente com ele", afirmou Rankin
na conferência.
Segundo
Rankin, estatísticas como essas, deveriam ser um motivo para que os
adolescentes aprendam sobre violência em um relacionamento, como identificá-la
e como deixar o abusador de forma segura.
Concluindo,
observa-se nos dias atuais que o rádio, a televisão e outros meios de
comunicação, principalmente a internet e as denominadas Redes Sociais, como o
Facebook, por exemplo, apresentam várias estatísticas referentes à delinquência
juvenil, ao crime, importando no fato das adolescentes ficarem grávidas e
partirem para as drogas.
Pode-se
até fazer a seguinte pergunta: Os adolescentes do nosso tempo são piores do que
fomos quando jovens? Pode-se afirmar, com certeza, que talvez não sejam piores,
mas pode-se dizer que são muito diferentes dos adolescentes de vinte ou trinta
anos atrás.
Ainda
que façam praticamente as mesmas coisas que fazíamos no passado, infelizmente
estão agindo assim muito mais cedo do que deveriam. Os sociólogos confirmam que
as crianças crescem mais rápido em nossos dias e isso já está comprovado
cientificamente por pesquisas de comportamento. Os jovens de hoje vão a
encontros amorosos mais cedo e conhecem aspectos da vida adulta com uma
antecedência imprópria para a sua idade. Além disso, hoje eles têm mais
dinheiro, mais meios de transporte, mais tempo livre e menos supervisão dos
pais do que antes. E terminam amadurecendo sexualmente três anos mais cedo que
a geração anterior.
Observa-se
e verifica-se que no começo da adolescência, o filho em geral, aceita a
autoridade dos pais, sem necessidade de muita persuasão. Todavia, quando um
pouco mais velho, o adolescente quer verificar tudo o que você diz, fica mais
curioso e atento as conversas dos pais e dos mais velhos. A mesma criança que
parecia estar contente sob seu cuidado começa a causar problemas, fica inquieta
e se irrita com facilidade. É a chamada fase da rebeldia.
Assim
sendo, observa-se e verifica-se que o método de disciplina que você usava
anteriormente perdeu sua eficácia e já não tem mais nenhuma utilidade. A
autoestima do adolescente começa a adquirir grande importância, a
responsabilidade vira coisa do passado. Então, o companheirismo e a amizade que
você sonhava ter com seu filho parecem ter se transformado em fumaça, que
desaparece de repente.
Os
momentos de diálogo que você mantinha com seu filho não se tornaram eficazes e
esperados. O adolescente não quer mais ficar em casa com a família. E quando
fica sua mente divaga e não presta atenção a quem esta á a sua volta. Age como
se fosse feio ser visto na companhia de seus pais. Assim, seus altos e baixos
emocionais, seus ataques temperamentais e seus períodos de indolência começam a
causar transtorno e confusão no convívio familiar.
E
você termina se perguntando se esteja perdendo sua competência como pai e o
contato com seu filho e ai termina se sentindo confuso. E de quem é a culpa,
afinal, por tudo isso? Dos próprios jovens, que hoje possuem liberdades demais?
Dos pais que não souberam educá-los? Assim acham eles! Ou temos ai uma nova
geração de filhos rebeldes que estão criando suas próprias regras de condutas
com os pais e também entre eles?
Deixo
a resposta para psiquiatras, psicólogos, educadores, e estudiosos no assunto.
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