Artigo: Gonçalves Dias: um general democrata, líder e competente. Roberto Ramalho é advogado, jornalista e Colunista do Portal RP-Bahia
Bastante discreto, além de solícito e bem-humorado, o general Gonçalves Dias foi descrito por auxiliares e por profissionais que conviveram com o militar em sua passagem pelo Palácio do Planalto, como um militar exemplar, tendo comandado, por oito anos, a segurança pessoal do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele atuou no comando da segurança pessoal do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2009.
Esse general de uma simpatia e empatia a toda prova, era a sombra do presidente e conquistou a confiança da sua família, com quem conviveu de perto. Ele também comandou a 6a Região Militar, em Salvador, na Bahia. O militar, que tinha na época 63 anos, não descolava e desgrudava em nenhum momento do presidente Lula. Ele está de volta e será o novo Chefe do Gabinete Institucional, conhecida pela sigla GSI e ocupará o lugar do atual “gestor”, Augusto Heleno, que nada fez pelo país a não ser defender um golpe militar e poder colocar Bolsonaro no governo até a morte.
Contudo, com a vitória de Lula no 2º turno contra Bolsonaro, o sonho golpista acabou, embora ativistas e grupos bolsonaristas estejam tentando impedir a posse do petista promovendo atentados terroristas.
Continuando a relatar sobre o general Gonçalves Dias, ele se queixava, às vezes, das "escapadas" do presidente, que descumpria orientações e ia na direção do povo em solenidades públicas.
Mas nem sempre foi assim. Na posse, do presidente eleito do Peru, Alan García, em 2006, Lula foi levado pelo peruano a pé do Congresso Nacional ao Palácio do Governo, em Lima. Já na rua, no meio da multidão de populares, o general Dias pressentiu riscos a vida do presidente Lula e imediatamente, pelo rádio, acionou o carro, e os seguranças fizeram um cordão até o exato momento em que ele entrou no veículo.
O general Dias sempre andava no carro do presidente. Ele esteve para deixar o Palácio do Planalto algumas vezes, mas o presidente Lula o manteve ao seu lado. GDias, que obteve duas promoções na gestão do presidente Lula, queria ter seguido para a Academia Militar das Agulhas Negras (RJ). Porém, o presidente não deixou.
Comandando as tropas do exército na greve dos PMs na Bahia, o general Gonçalves Dias recebeu um bolo e saudações dos manifestantes que estavam do lado de fora da Assembleia Legislativa em comemoração ao seu aniversário. Por volta das 12h30, o general Gonçalves Dias saiu da área isolada pelo Exército e foi ao encontro dos manifestantes, policiais militares e familiares de PMs, que estavam na área externa.
Acompanhando de uma patrulha, conversou rapidamente com os integrantes do movimento e emocionado com saudações partidas deles, afirmou naquela ocasião: "Não vamos entrar em confronto, por favor, no meu aniversário não... Vocês sabem que até agora nós trabalhamos muito bem. Vocês foram atendidos, pelo que eu sei, em bastantes reivindicações. Porra, é meu aniversário cara!", brincou o general ao abraçar um dos manifestantes.
Quatorze anos depois, Gonçalves Dias está de volta para proteger o presidente eleito Lula. Deverá ser agora o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, conhecido pela sigla GSI.
Na quinta-feira, 29 de dezembro, o General Marcos Edson Gonçalves Dias, esse é seu nome completo, foi anunciado como chefe do Gabinete de Se gurança Institucional (GSI) no governo Lula, cargo atualmente ocupado pelo general Augusto Heleno, antidemocrata e neofascista, que prestou um desserviço à pátria, à democracia e ao povo brasileiro.
Após as duas primeiras gestões de Lula, GDias foi chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Neste período foi promovido ao posto de general. Na campanha, GDias voltou a dar apoio a equipe de segurança do petista. A empresa de segurança do militar foi contratada para auxiliar na montagem dos eventos que Lula participou pelo país.
Durante a transição, GDias foi indicado para integrar a equipe do grupo temático na área de inteligência estratégica. Por ser militar, GDias é também um dos conselheiros e interlocutores de Lula junto as Forças Armadas.
A partir de 1º de janeiro, será o general Gonçalves Dias que comandará um ministério importantíssimo cujo órgão subordinado na hierarquia será a Agência Brasileira de Inteligência.
Esse é o tipo de militar que honra as Forças Armadas de nosso país. Que seu exemplo sirva de lição para todos os membros dessa corporação e que só no Estado Democrático de Direito isso é possível acontecer.
Parabéns general Gonçalves Dias. Nunca esquecerei seu gesto e sua conduta. Que bom que está de volta!
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