Ministro Celso de Mello se
recupera, sai do hospital e votará pela cassação dos deputados
Jornalista Roberto Cavalcanti
O ministro decano do Supremo Tribunal Federal
(STF), Celso de Mello, recebeu alta ontem à tarde do Hospital do Coração, em
Brasília, onde estava internado desde a última quarta-feira, quando deu entrada
com suspeita de pneumonia.
Segundo a assessoria de imprensa do STF, o
magistrado se recupera bem de uma infecção nas vias aéreas.
Depois de uma bateria de exames, os médicos
descartaram a hipótese de pneumonia.
Celso de Mello vai passar esses dias se recuperando
em casa e ainda não sabe se poderá participar da sessão plenária de segunda-feira,
a penúltima que o STF realizará antes de entrar em recesso.
A conclusão do julgamento do mensalão depende do
voto do decano, que será o último a se pronunciar sobre a cassação de mandato dos
três deputados federais condenados na Ação Penal 470.
Na segunda-feira de manhã ele deverá ser submetido
a uma nova avaliação médica para saber se terá condições de participar do
julgamento.
Ele deverá proferir seu voto pela perda dos
mandatos de João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto
(PR-SP).
Até o presente momento quatro ministros votaram
para que a palavra final sobre o afastamento dos parlamentares seja da Câmara
dos Deputados e quatro a favor da cassação.
A divergência está justamente na interpretação da
Constituição. De um lado, o artigo 15 prevê a suspensão dos direitos políticos
de quem é condenado na esfera criminal e do outro, o artigo 55 estabelece que a
perda dos mandatos dos parlamentares será decidida pela Casa Legislativa a que
pertencem, por meio de votação secreta.
Caso o ministro Celso de Mello não possa retornar
ao trabalho na semana que vem, a conclusão do julgamento do mensalão ficará
mesmo para o começo de fevereiro, quando os trabalhos do STF serão retomados.
Além da definição sobre os mandatos dos deputados,
a Suprema Corte do país ainda precisa avaliar uma proposta de redução das
multas aplicadas aos réus e se pronunciar sobre o pedido do procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, de prisão imediata dos condenados. (DA). O relator,
Joaquim Barbosa, pode resolver a questão individualmente ou levar o caso ao plenário.
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