Artigo – O duro discurso de Rosa Weber aos bolsonaristas-fascistas e a reeleição de Rodrigo Pacheco para a presidência do Senado e de Arthur Lira para a Câmara. Roberto Ramalho é advogado e jornalista. www.ditoconceito.blogspot.com.br
Numa reabertura emblemática após os atos golpistas de 8 de janeiro a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber fez um duro discurso sobre os atos antidemocráticos, golpistas e a depredação da instituição que ficará marcado na história e da democracia brasileira como o do retorno das instituições formais a plenitude após a tentativa de golpe, que ainda não acabou porque os culpados ainda não foram punidos'.
Em geral e normalmente, Rosa Weber atua com muita discrição mas os ataques do dia 8 foram tão sórdidos que a deixaram transtornada. Seu discurso mostrou que o ano no Poder Judiciário ainda será pautado pela defesa do Estado Democrático de Direito e que o STF irá continuar chancelando decisões de Alexandre de Moraes'.
Também, vimos que o discurso da presidente do STF, Rosa Weber, na abertura do ‘Ano Judiciário’ foi um 'recado para os senadores'.
O recado foi direcionado ao Senado, sobretudo, a eleição na Casa, que aconteceu nesta quarta-feira. Rosa Weber havia apresentado uma ideia de 'união em torno de Rodrigo Pacheco', rechaçando a candidatura de Rogério Marinho que ficou 'tentando colocar o Judiciário como inimigo do parlamento e da democracia.
Em seu discurso, a presidente da Suprema Corte mostrou que a defesa da democracia ainda será uma pauta importante para 2023, sobretudo, no primeiro semestre. E reforçou que o STF vai 'continuar apoiando as decisões de Alexandre de Moraes', assunto que ficou descrito subliminarmente no discurso.
Rosa Weber afirmou que o Supremo Tribunal Federal "é absolutamente intangível à ignorância crassa da força bruta". E disse que os responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro serão punidos.
Afirmou de forma contundente a presidente do STF: "Se alguma dúvida, ou dificuldade de compreensão, acaso esteja a pairar neste momento sobre o sentido do que estou a dizer, assevero, em nome do Supremo Tribunal Federal, que, uma vez erguida da justiça a clava forte sobre a violência cometida em oito de janeiro, os que a conceberam, os que a praticaram, os que a insuflaram e os que a financiaram serão responsabilizados com o rigor da lei nas diferentes esferas. Só assim se estará a reafirmar a ordem constitucional, sempre com observância ao devido processo legal, resguardadas, a todos os envolvidos, as garantias do contraditório e da ampla."
Uma vitória de Rogério Marinho seria preocupante, principalmente porque ele representa o que há de pior na política por ser um bolsonarista de carteirinha e um dos símbolos do bolsonarismo no Senado, dando crédito aos atos de 8 de janeiro'.
Dessa forma, haveria a possibilidade de colocar um senador bolsonarista e neofascista na presidência do Senado na Praça dos Três Poderes.
Porém, esse perigo se confirmou e o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, foi reconduzido ao cargo nesta quarta-feira, com 49 votos favoráveis contra 32 votos contrários do candidato Rogério Marinho, da oposição, apoiado pela base bolsonarista. Pacheco tinha apoio da maioria da base do presidente Lula.
Em relação à Câmara dos Deputados, foi reeleito com bastante folga, o deputado Arthur Lira para um mandato de dois anos. Ele teve 464 votos favoráveis, contra vinte e um do candidato da oposição, Chico Alencar, do PSOL, e dezenove votos do candidato Marcel Van Haten, um neofascista e de extrema-direita.
Assim sendo, a reeleição de Rodrigo Pacheco e de Arthur Lira, permite que o Estado Democrático de Direito possa continuar sua trajetória em defesa do povo brasileiro.
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