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domingo, 9 de outubro de 2022

Artigo – Bolsonaro e o índio cozinhado com banana. Roberto Ramalho é advogado, jornalista e Colunista do Portal RP-Bahia.

 

 
Getty Images
O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Paulo de Tarso Sanseverino acatou pedido do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) para que a campanha do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, pare de veicular propagandas que associam sua imagem à prática de canibalismo.

A decisão tem caráter imediato, mas foi tomada de forma liminar, ou seja, precisará passar pelo plenário, onde será analisada pelos demais ministros da Corte.

Em sua decisão monocrática afirmou o ministro: "Na forma em que divulgadas as mencionadas falas do candidato Jair Messias Bolsonaro, retiradas de trecho de antiga entrevista jornalística, há alteração sensível do sentido original de sua mensagem, porquanto sugere-se, intencionalmente, a possibilidade de o candidato representante [Bolsonaro] admitir, em qualquer contexto, a possibilidade de consumir carne humana e não nas circunstâncias individuais narradas no mencionado colóquio, o que acarreta potencial prejuízo à sua imagem e à integridade do processo eleitoral que ainda se encontra em curso",

O vídeo estava sendo veiculado na propaganda política do Partido dos Trabalhadores desde o início da propaganda eleitoral no Rádio e na TV.

O vídeo divulgado pelo PT na TV e em outras mídias, nesse começo de campanha de segundo turno resgatou uma entrevista concedida por Bolsonaro ao jornal norte-americano The New York Times, em 2016, em que ele disse que "comeria um índio sem problema nenhum", e que só não se alimentou de carne indígena porque seus colegas de viagem não quiseram acompanhá-lo.

Naquela oportunidade o chefe do Executivo brasileiro afirmou que "queria ver o índio sendo cozinhado" e que aceitaria a condição de ter que provar da carne humana. "Eu comeria um índio sem problema nenhum", declarou à época Bolsonaro, ressaltando se tratar de uma questão cultura do povo Yanomami.

Após a repercussão do vídeo nas redes, o presidente do Condisi (Conselho do Distrito Sanitário Indígena) Yanomami, Junior Hekurari, afirmou à Agência Pública que não faz parte da cultura Yanomami do Surucucu praticar o canibalismo.

A propaganda eleitoral de rádio e TV ainda está somente no início. Enquanto a campanha de Bolsonaro foca em tentar conter a rejeição, a campanha petista optou por um comentário ‘polêmico', que usa uma antiga entrevista de Bolsonaro ao New York Times em que ele relata que comeria carne humana.

A propaganda do PT foi muito além do que no primeiro turno. Essa é uma tática usada de forma ampla por Bolsonaro desde 2018, sobretudo por influência de seu filho "02", o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). E eles são capazes de tudo.

Agora estão pagando pelo mesmo ‘preço’ e experimentando do mesmo ‘veneno’.

Em ato de campanha presidencial na manhã de sábado em Campinas, no interior de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou a polêmica declaração de Bolsonaro, que afirmou que "comeria carne humana" ao se referir à cultura de povos indígenas. "Ninguém quer vir aqui [estrangeiros ao Brasil] com medo do canibal. Eu vi o vídeo dele dizendo que comeria um índio. Ele falou pro jornalista estrangeiro. Aquilo não é invenção, nós estamos informando o povo de como é o nosso adversário", disse Lula.

"Tem muita gente preconceituosa nesse país, que é capaz de querer comer índio mesmo", completou.

Nesse segundo turno, a campanha petista adotou a prática bolsonarista de fazer viralizar nas redes sociais declarações polêmicas de seus oponentes.

Agora para fazer frente à tropa bolsonarista, o PT tem apostado no espaço que o deputado federal André Janones (Avante-MG) tem nessas mídias virtuais, também denominadas de redes sociais. 

Em artigo publicado no site www.culturagenial.com, Rebeca Fuks, Doutora em Estudos da Cultura afirma que a frase "Os fins justificam os meios" sugere que, com o intuito de se alcançar determinado objetivo, seria aceitável tomar qualquer atitude.

Segundo ainda Rebeca Fucks, no universo da política, muitas vezes a frase atribuída a Maquiavel é utilizada para caracterizar autoridades que, para cumprirem suas vontades pessoais, tecem acordos e alianças questionáveis.

É frequente a associação desta oração com regimes totalitários e ditaduras que, para se manterem no poder, usam ferramentas antiéticas e muitas vezes desumanas como a tortura, a chantagem, a censura e a corrupção.

Exemplos na história não faltam: Hitler (Alemanha), Stálin (União Soviética), o recente Kim Jong Un (líder da Coreia do Norte).

Ela ainda declara como ditadores em termos nacionais lembrar alguns ditadores como Médici e Figueiredo.

Como surgiu a expressão os fins justificam os meios?

"O fim justifica os meios" ou "os fins justificam os meios" é uma frase proferida pelo poeta romano Ovídio na sua obra Heroides. Esta frase é habitualmente atribuída de forma errônea a Nicolau Maquiavel.

Fontes de Consulta

Site do UOL – www.uol.com.br

Site do Globo.com. www.globo.com

Fuks, Rebeca. Doutora em Estudos da Cultura. Artigo - Literatura. Frase Os fins justificam os meios - www.culturagenial.com

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