Conselho federal da OAB lança
campanha por "eleições limpas" na internet
Jornalista
Roberto Ramalho com Agência Brasil
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deverá
sugerir a criação de varas específicas do Poder Judiciário para atender a
denúncias de calúnia, injúria e difamação na internet.
A preocupação é que o Poder Judiciário não dê conta
da demanda durante as campanhas eleitorais, que começam no dia 6 de julho.
"Nas varas comuns do Judiciário, não só por
falta de estrutura, mas por falta de expertise, de conhecimento mesmo do tema,
[acredito que] dificilmente o judiciário dê conta", afirmou o presidente
do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho.
A OAB lançou no último dia 3, o Compromisso do
Brasil por Eleições Limpas na Internet, com o objetivo de conscientizar a
população para promoção de eleições limpas na web.
A intenção da entidade representativa dos advogados
é evitar mentiras que podem denegrir a imagem dos candidatos e desqualificar o
debate.
Assim disse o presidente do Conselho Federal da
OAB, Vinícius Coêlho: "Pode vir a ser uma proposta dessa campanha sugerir
ao poder judiciário através do CNJ [Conselho Nacional de Justiça] a criação de
varas ou grupos específicos para proteger o debate de alto nível na internet".
De acordo com a OAB federal, a demanda judicial
deve aumentar com as novas regras do Marco Civil da Internet.
A partir de agora redes sociais como o Facebook ou
o Twitter precisarão de ordem judicial específica para remover conteúdos.
Presente ao lançamento da campanha, o diretor de
Relações Institucionais do Facebook, Bruno Magrani de Souza, disse que a
empresa está preparada para atender à Justiça.
Disse ele na oportunidade: "O Facebook não
remove nenhum conteúdo da plataforma por natureza ou viés político",
explicou. E foi mais além: "Não faremos esse tipo de análise. O Poder Judiciário
vai avaliar o que deve continuar ou não", disse ele.
Segundo ainda o diretor de Relações Institucionais
do Facebook, Bruno Magrani de Souza, denunciar o conteúdo na ferramenta
oferecida pelo próprio Facebook também não adiantará. Os conteúdos só são
removidos quando vão contra as normas de uso da rede social, após análise de equipe
especializada.
A OAB vai avaliar com o Facebook, o Twiiter e
Google formas de atuar na rede. É possível que a entidade intervenha em casos
específicos. Além disso, vai atuar junto aos partidos. "O objetivo é que
possamos discutir ideias, propostas para o país, evitando que o debate político
seja reduzido a ofensas pessoais", afirmou o presidente da OAB, Vinícius
Coêlho.
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