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quarta-feira, 11 de junho de 2014



Região Sul do Brasil teria cerca de 100 mil simpatizantes e ativistas do neonazismo

Jornalista Roberto Ramalho com R7 e Agência Brasil

Somados os Estados do Rio Grande do Sul e Paraná, a região Sul soma hoje cerca de 100 mil pessoas que apoiam as idéias neonazistas. 

Os números estão em um estudo realizado pela antropóloga e pesquisadora Adriana Dias, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em 2013. 

Com um impressionante número de 45 mil pessoas, Santa Catarina é o Estado brasileiro com a maior concentração de simpatizantes do nazismo, o que deixa bastante contentes os nazistas ainda vivos.

Um monitoramento da internet realizado pela pesquisadora, que estuda o assunto há mais de dez anos, revelou o número de internautas que baixam um volume expressivo de arquivos de sites nazistas. 

Segundo a pesquisadora, aqueles que fizeram mais de 100 downloads e não são pesquisadores são considerados simpatizantes.

De acordo com Adriana Dias, os grupos neonazistas eram predominantes no Sul do País, mas nos últimos anos têm crescido em São Paulo (29 mil), no Distrito Federal (8.000 internautas), e em Minas Gerais (6.000 simpatizantes).
O número de denúncias de neonazismo expõe uma realidade alarmante no Brasil. 

Em oito anos, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, por meio da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, recebeu e processou 228.962 relatos anônimos a respeito de 21.921 sites sobre o tema, com imagens, textos, vídeos, músicas e outros materiais de apologia. 

As páginas são escritas em sete idiomas — inclusive o português — e foram encontradas em 32 países.

Considerado um crime, o neonazismo é caracterizado pela publicação de símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda da suástica (também conhecida como cruz gamada) para divulgar ou incentivar a ideologia do nazismo.

Para denunciar esse tipo de conteúdo, o internauta deve acessar o formulário de denúncia apresentado na Safernet e colar o endereço do link suspeito. O registro é anônimo.

A quantidade de sites em todo o mundo destinados a esse conteúdo cresce expressivamente, na marca de 170%: se em 2002 havia 7.600 endereços, em 2009 o número saltou para 20.502.

O mesmo fenômeno de expansão foi observado nas 250 redes sociais que a antropóloga analisou, já que 91% delas possuem comunidades neonazistas, antissemitas e negacionistas. 

A pesquisa mostrou também que o número de blogs sobre o assunto cresceu mais de 550%.

A prática neonazista

Além das informações disponíveis e de apologia ao crime, o neonazismo também se manifestou na prática em cidades como Botucatu e Belo Horizonte, por exemplo. Em outubro de 2013 foram encontradas pichações com símbolos nazistas, como a suástica, e ofensas contra homossexuais em pelo menos 12 locais de Botucatu, a 238 km de São Paulo.

Em Belo Horizonte, um jovem de 25 anos, supostamente participante de organizações neonazistas, foi acusado de agredir um catador de materiais recicláveis com uma corrente na Savassi, região centro-sul da capital mineira e fazer apologia ao nazismo. Ele postou a foto da agressão no Facebook.

De acordo com a antropóloga Adriana Dias, não há uma única maneira de entrar no movimento neonazista, mas é comum a história do jovem que, em busca de uma causa, acaba sendo recebido pelo grupo, que o convence de que o negro ou o judeu tomaram o espaço no mercado de trabalho ou na universidade.

Breve história do Nazismo

O Partido Nacional-Socialista teve milhões de filiados na Alemanha nazista e seu líder, Adolf Hitler, levou seu país a uma guerra que custou cerca de 60 milhões de mortos entre 1939 a 1945.

Tudo começou quando em 1931, a crise levou à quebra dos bancos e, em 1932, a situação se agravou ainda mais.

Os desempregados somavam 5,6 milhões e o marechal Hindenburg foi reeleito presidente, com Hitler em segundo lugar.

Em meio aos tumultos, o chanceler Heinrich Brüning, de centro – era Social-Democrata, foi demitido e substituído por Franz von Papen. 

O novo governo revogou medidas antes adotadas para conter as formações paramilitares dos nacional-socialistas (nazistas), e Hitler, em troca, passou a tolerá-lo. 

Contudo, em janeiro de 1933, após a demissão de Von Papen, Hindenburg chamou Hitler para constituir o novo governo.

O Partido Nacional-Socialista chega finalmente ao poder quando Adolf Hitler torna-se Chanceler do país.

O início e o final da história todos já sabem.

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