Região
Sul do Brasil teria cerca de 100 mil simpatizantes e ativistas do neonazismo
Jornalista
Roberto Ramalho com R7 e Agência Brasil
Somados os Estados do Rio Grande
do Sul e Paraná, a região Sul soma hoje cerca de 100 mil pessoas que apoiam as idéias
neonazistas.
Os números estão em um estudo
realizado pela antropóloga e pesquisadora Adriana Dias, da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas) em 2013.
Com um impressionante número de
45 mil pessoas, Santa Catarina é o Estado brasileiro com a maior concentração
de simpatizantes do nazismo, o que deixa bastante contentes os nazistas ainda
vivos.
Um monitoramento da internet realizado
pela pesquisadora, que estuda o assunto há mais de dez anos, revelou o número
de internautas que baixam um volume expressivo de arquivos de sites nazistas.
Segundo a pesquisadora, aqueles
que fizeram mais de 100 downloads e não são pesquisadores são considerados
simpatizantes.
De acordo com Adriana Dias, os
grupos neonazistas eram predominantes no Sul do País, mas nos últimos anos têm
crescido em São Paulo (29 mil), no Distrito Federal (8.000 internautas), e em
Minas Gerais (6.000 simpatizantes).
O número de denúncias de
neonazismo expõe uma realidade alarmante no Brasil.
Em oito anos, a Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República, por meio da Central Nacional de
Denúncias de Crimes Cibernéticos, recebeu e processou 228.962 relatos anônimos
a respeito de 21.921 sites sobre o tema, com imagens, textos, vídeos, músicas e
outros materiais de apologia.
As páginas são escritas em sete
idiomas — inclusive o português — e foram encontradas em 32 países.
Considerado um crime, o
neonazismo é caracterizado pela publicação de símbolos, emblemas, ornamentos,
distintivos ou propaganda da suástica (também conhecida como cruz gamada) para
divulgar ou incentivar a ideologia do nazismo.
Para denunciar esse tipo de
conteúdo, o internauta deve acessar o formulário de denúncia apresentado na
Safernet e colar o endereço do link suspeito. O registro é anônimo.
A quantidade de sites em todo o
mundo destinados a esse conteúdo cresce expressivamente, na marca de 170%: se
em 2002 havia 7.600 endereços, em 2009 o número saltou para 20.502.
O mesmo fenômeno de expansão foi
observado nas 250 redes sociais que a antropóloga analisou, já que 91% delas
possuem comunidades neonazistas, antissemitas e negacionistas.
A pesquisa mostrou também que o
número de blogs sobre o assunto cresceu mais de 550%.
A prática
neonazista
Além das informações disponíveis
e de apologia ao crime, o neonazismo também se manifestou na prática em cidades
como Botucatu e Belo Horizonte, por exemplo. Em outubro de 2013 foram
encontradas pichações com símbolos nazistas, como a suástica, e ofensas contra
homossexuais em pelo menos 12 locais de Botucatu, a 238 km de São Paulo.
Em Belo Horizonte, um jovem de 25
anos, supostamente participante de organizações neonazistas, foi acusado de
agredir um catador de materiais recicláveis com uma corrente na Savassi, região
centro-sul da capital mineira e fazer apologia ao nazismo. Ele postou a foto da
agressão no Facebook.
De acordo com a antropóloga
Adriana Dias, não há uma única maneira de entrar no movimento neonazista, mas é
comum a história do jovem que, em busca de uma causa, acaba sendo recebido pelo
grupo, que o convence de que o negro ou o judeu tomaram o espaço no mercado de
trabalho ou na universidade.
Breve
história do Nazismo
O
Partido Nacional-Socialista teve milhões de filiados na Alemanha nazista e seu
líder, Adolf Hitler, levou seu país a uma guerra que custou cerca de 60 milhões
de mortos entre 1939 a 1945.
Tudo
começou quando em 1931, a crise levou à quebra dos bancos e, em 1932, a
situação se agravou ainda mais.
Os
desempregados somavam 5,6 milhões e o marechal Hindenburg foi reeleito
presidente, com Hitler em segundo lugar.
Em
meio aos tumultos, o chanceler Heinrich Brüning, de centro – era Social-Democrata,
foi demitido e substituído por Franz von Papen.
O
novo governo revogou medidas antes adotadas para conter as formações
paramilitares dos nacional-socialistas (nazistas), e Hitler, em troca, passou a
tolerá-lo.
Contudo,
em janeiro de 1933, após a demissão de Von Papen, Hindenburg chamou Hitler para
constituir o novo governo.
O
Partido Nacional-Socialista chega finalmente ao poder quando Adolf Hitler torna-se
Chanceler do país.
O
início e o final da história todos já sabem.
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