Artigo: a intolerância e o vandalismo dos Black
Blocs
Roberto Ramalho é advogado, jornalista, articulista
e blogueiro
No
último feriado de Corpus Christ, nessa quinta-feira 19 de junho, vários
integrantes do grupo “Black Blocs” quebraram e destruíram fachadas de agências
bancárias e automóveis de luxo numa concessionária de veículos, além de
praticarem outros atos violentos.
Segundo informa o Site de notícias da Globo, o G1 a concessionária de veículos
Caltabiano, destruída na noite de quinta-feira (19) durante um protesto,
concluiu uma reforma há uma semana e agora tem um prejuízo estimado de R$ 2
milhões. Uma caçamba do lado de fora ainda tinha grande quantidade de pedras da
obra e serviram de munição para os vândalos. Na manhã desta sexta (20), várias
pedras permaneciam sobre os carros, e os proprietários esperavam a polícia para
uma perícia.
A
depredação ocorreu ao final da celebração de um ano da redução da tarifa do
transporte público em São Paulo.
O ato foi convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL). Mascarados se misturaram
aos manifestantes, durante a passeata. Pelo menos cinco agências foram
quebradas. Ninguém foi detido. Segundo o movimento, cerca de seis mil pessoas
participaram da passeata. Já a PM contou 1.300 pessoas.
Os
atos de vandalismo que geraram destruição no bairro de Pinheiros aconteceram por
volta das 18h10, quando os primeiros integrantes do grupo de Black Blocs chegaram
à Marginal Pinheiros e interditaram as vias expressa e local no sentido Rodovia
Castello Branco.
Segundo
a imprensa, o Movimento Passe Livre incendiou seis catracas de papelão simbolizando
o apelo por tarifa zero no transporte público, principal reivindicação do
movimento.
O
MPL pedia também a readmissão dos 42 metroviários desligados da companhia após
paralisação de cinco dias.
Por
volta das19h, boa parte dos manifestantes se dispersou. Um grupo de Black Blocs,
porém, montou uma barreira com pedaços de madeira, ferragens, pneus encontrados
em uma concessionária, e manteve a interdição na Marginal Pinheiros.
Segundo
a Polícia Militar, o Movimento Passe Livre (MPL) em defesa do transporte
gratuito enganou a instituição e acusou o movimento pelos atos de depredação.
O Site G1 informou que segundo o coronel
Leonardo Torres Ribeiro, comandante do policiamento da capital, a PM atendeu o
pleito do movimento, que enviou um oficio à corporação pedindo que o efetivo se
mantivesse afastado.
Trechos
da carta divulgados nesta sexta pelo telejornal local “Bom Dia São Paulo”
mostram que o MPL alegou que os movimentos devem ter autonomia para promover
sua "própria segurança".
Para
uma militante do movimento, a acusação da corporação “é uma tentativa de
criminalizar os movimentos sociais”. Ao G1,
a jovem, que prefere não ter o nome completo divulgado, disse que “havia o
acompanhamento policial de longe. Não pode dizer que não teve acompanhamento”.
De acordo ainda com o site G1, desta vez a PM não manteve
policiais ao lado dos manifestantes como fez durante todos os atos
anteriores. Durante o protesto, a corporação informou que adotou
"estratégia diferente" e acompanhou "à distância". A Tropa
de Choque interveio para desbloquear a Marginal Pinheiros cerca de 20 minutos
após as depredações ocorrerem. Ninguém foi preso.
Esse articulista assistiu tudo “ao vivo”,
pelo canal privado “Globo News” e pode testemunhar a desordem, a baderna e os
atos de vandalismo de um grupo que sequer respeita seu direito de manifestação
previsto na Constituição Federal.
De certa forma existe uma grande revolta
contra a classe política que vem desviando recursos públicos, praticando atos
de improbidade administrativa e corrupção.
É evidente que não justifica essa violência
praticada pelos Black Blocs.
E para piorar ainda mais a situação, o STF
declarou inconstitucional uma resolução do TSE que aumentava a bancada de
deputados federais e estaduais de alguns estados e diminuía a de outros.
O gasto com políticos que nada fazem de bom e
de concreto para o povo e para o país tem gerado esses atos, embora os condene
e não sejam legais e nem legítimos.
Black bloc vem do termo inglês, Black, que
significa negro, e bloc, que significa agrupamento de pessoas para uma
ação conjunta ou propósito comum.
Black bloc é o nome dado a um modo estratégico de manifestação
e protesto
de natureza anarquista,
na qual grupos de afinidade – e que estão sempre
mascarados e vestidos de preto -, se reúnem com objetivo de protestar em
manifestações antiglobalização e/ou anticapitalistas, como, também, em
Conferências, Congressos, entre outros eventos no qual sejam debatidos temas
sobre capitalismo, reformas monetárias e fiscais etc, utilizando a propaganda pela ação para questionar o sistema
vigente.
Isso tudo só demonstra e evidencia que é necessário
urgentemente mudar o Código Penal Brasileiro, assim como o Código de Processo
Penal, para que se possa enquadrar esse tipo de protesto criminoso, ilegal,
intolerante, não pacífico, submetendo os denominados Black Blocs ou outros
vândalos a penas severas, além de prever a indenização pela destruição dos
patrimônios público e privado.