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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Artigo: As bactérias multiresistentes e a preocupação na comunidade médica internacional

Roberto Ramalho é jornalista e servidor da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

Surtos de bactérias resistentes vem atingindo diversos países, inclusive o Brasil.

De acordo com o site aulete.uol.com.br, As bactérias são microscópicas, dos menores seres vivos que se conhece. Atuam em várias transformações químicas importantes, como a fermentação e a eliminação de detritos orgânicos. Mas também podem ser nocivas e provocar anomalias e doenças nos seres vivos. 

Apresentam-se em formas diversas: de esfera (os cocos), de bastão (bacilos), em espiral (espirilos) e em curva (vibriões).

O número de pacientes infectados por bactérias multirresistentes cresceu nos últimos anos no Hospital Universitário de Genebra.

A constatação foi feita pelo infectologista alemão Benedikt Huttner, que trabalha no local. Para essas pessoas, afirma o cientista, praticamente nenhum antibiótico faz mais efeito.

 "As bactérias extremamente resistentes que encontramos aqui atingem pacientes que podem ter passado uns dias na UTI em algum país estrangeiro – por exemplo, que tiveram um acidente de carro na Índia ou no Egito – e depois foram removidos para cá", afirma o médico pesquisador Benedikt Huttner.

E, segundo Keiji Fukuda as bactérias resistentes não são uma exclusividade da Suíça.

A resistência a antibióticos, segundo ele, vem crescendo em todo o mundo e representa uma séria ameaça à saúde pública.

Isso consta no primeiro relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema.
O vice-diretor-geral da organização, Keiji Fukuda, lembra que as consequências podem ser fatais.

 "Hospitais de várias regiões do mundo vêm reportando infecções difíceis, ou mesmo impossíveis, de ser tratadas", afirma Fukuda.

Dois anos atrás, o periódico científico The New England Journal of Medicine publicou que uma nova superbactéria foi identificada pela primeira vez no mundo em um paciente do Hospital das Clínicas, em São Paulo. O caso foi registrado em 2012.

Segundo o conceituado periódico o homem tinha 35 anos e acabou morrendo. A causa mortis foi uma cepa da bactéria conhecida como "Staphylococcus aureus” muito resistente à Meticilina (Sarm) – que não responde à vancomicina, um dos antibióticos mais comuns e baratos, nem à meticilina, que pertence ao grupo das penicilinas.

A descoberta trouxe grande preocupação aos médicos do mundo inteiro porque o microorganismo não é restrito ao ambiente hospitalar, podendo infectar pessoas saudáveis.

Uma bactéria pode adquirir resistência a um determinado antibiótico por várias razões.

As bactérias transferem genes entre si de várias maneiras, principalmente pela mutação genética que, ocorre com muita frequência.

Algumas vezes a mutação pode levar, espontaneamente, a uma bactéria que resiste a droga usada para combatê-la. As outras bactérias podem, também, adquirir esta resistência através da troca de genes com as bactérias resistentes.

Bactérias como a KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase), Acinetobacter Baumanní, e o" Staphylococcus aureus”, são consideradas as mais resistentes a antibióticos de 5ª geração.

Na verdade, a troca de genes entre bactérias é tão comum que poderia se olhar a colônia de bactérias como sendo um único organismo multicelular.

Quando um determinado antibiótico ataca um grupo de bactérias, as células suscetíveis ao medicamento irão morrer. Porém, algumas células irão sobreviver, e, na ausência de competidores, irão se proliferar. Dessa forma, uma nova colônia é formada – de bactérias multiresistentes.

Fontes de informação:.    
      
1. aulete.uol.com.br;
2. Relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS);
3. Periódico científico The New England Journal of Medicine;
4. Hospital Universitário de Genebra. Constatação feita pelo infectologista alemão Benedikt Huttner.

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