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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Barragem da Vale em Brumadinho (MG) se rompe, mata sete pessoas e há dezenas de desaparecidos. Roberto Ramalho, jornalista.

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Brumadinho tem cerca de 30 mil habitantes. E uma tragédia, quase anunciada, ceifou a vida e muitos trabalhadores e praticamente destruiu a cidade. Já foram confirmadas mortes e dezenas de desaparecidos. Até o fechamento dessa matéria, havia sete mortos e cerca de 200 desaparecidos, segundo informa o Corpo de Bombeiros.

A tragédia foi noticiada por sites de jornais, como os americanos "The New York Times" e "Washington Post", os argentinos "Clarín" e "La Nacion", pelo britânico "The Guardian", o francês "Le Monde", pela rede de TV americana CNN e a mexicana Televisa.

As imagens da destruição são muitos fortes. Rejeitos da Barragem como ferro, níquel, alumínio, entre outros, estão descendo o Rio Paraopeba em direção ao Rio São Francisco. A Vale do Rio Doce emitiu uma primeira nota sobre o rompimento de sua barragem de rejeitos de minério de ferro em Brumadinho, cidade de 30 mil habitantes na região metropolitana de BH.

Diz a Nota: “A Vale informa que ocorreu, no início da tarde de hoje, o rompimento de uma barragem na Mina Feijão, em Brumadinho (MG). As primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há confirmação se há feridos no local. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens”. Segundo ainda a Nota “A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade. A companhia vai continuar fornecendo informações assim que confirmadas.” 

A segunda nota afirma que: "A Vale informa que, no início desta tarde, ocorreu o rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho (MG). A companhia lamenta profundamente o acidente e está empenhando todos os esforços no socorro e apoio aos atingidos”. Havia empregados na área administrativa, que foi atingida pelos rejeitos, indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas. Parte da comunidade da Vila Ferteco também foi atingida. O resgate e os atendimentos aos feridos estão sendo realizados no local pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil. Ainda não há confirmação sobre a causa do acidente. A prioridade máxima da empresa, neste momento, é apoiar nos resgates para ajudar a preservar e proteger a vida de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais. A Vale continuará fornecendo informações assim que confirmadas." 

O governo de Minas também divulgou uma nota: “Uma força-tarefa do Estado de Minas Gerais já está no local do rompimento da barragem para acompanhar e tomar as primeiras medidas. O Corpo de Bombeiros, por meio do Batalhão de Emergências Ambientais, e a Defesa Civil também já estão no local da ocorrência trabalhando e há dois helicópteros sobrevoando a região”. O governo também já designou a formação de um gabinete estratégico de crise para acompanhar de perto as ações.

Até o momento, a imagem mais forte da nova tragédia em Minas foi exibida pela Rede Record, que mostrou um helicóptero do Corpo de Bombeiros resgatando uma moça - com a bacia quebrada - de um trecho do imenso lodaçal. Um detalhe: o helicóptero ficou parado no ar a baixa altura, durante longo tempo, e era pilotado por mulher bombeira.

Especialistas disseram que o volume de rejeitos em Brumadinho é de um milhão de metros cúbicos, contra 50 milhões de metros cúbicos em Mariana, há 3 anos. A prefeitura de Brumadinho emitiu alerta para que os moradores saiam das proximidades do leito do Rio Paraopeba. O museu privado a céu aberto de Inhotim, que fica nas proximidades, anunciou que estava evacuando os seus visitantes, mas como medida preventiva. Porém, o Portal R7, da Record, afirmou que há 38 pessoas desaparecidas e que estavam nesse local. A pousada Nova Estância, que recebia visitantes do museu Inhotim, ficou destruída com a passagem dos rejeitos. Morador disse que de 20 a 30 pessoas podem estar desaparecidas, entre funcionários e hóspedes. 

Funcionários da Vale relataram ter visto a lama atingir a portaria e o refeitório, no horário do almoço. Vários feridos deram entrada em hospitais de BH. Mas já foram confirmadas 7 mortes. A Defesa Civil mineira acha que a lama da barragem da Vale em Brumadinho pode se deslocar pelo Rio Paraopeba e até chegar, em caso extremo, ao Rio de S. Francisco. Há notícias de que uma ponte férrea de 100 metros de altura, provavelmente de transporte de minérios, se rompeu com a passagem do rio de rejeitos. Por ela, havia passado um trem momentos antes. A Barragem de Retiro pode ser o anteparo capaz de impedir que os rejeitos de Brumadinho cheguem ao Rio de São Francisco, avaliam técnicos da Defesa Civil.  Em segunda nota, a Vale do Rio Doce informou que havia empregados na área administrativa que foi atingida pelos rejeitos, "indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas". Confirmou que a lama atingiu parte da comunidade chamada Vila Ferteco. 

O presidente Bolsonaro lamentou, em nota: "Lamento o ocorrido em Brumadinho-MG. Determinei o deslocamento dos Ministros do Desenvolvimento Regional e Minas e Energia, bem como nosso Secretario Nacional de Defesa Civil para a Região."  O porta-voz da Presidência da República, general Rêgo Barros, informou que o presidente deverá ir na manhã deste sábado a Brumadinho, acompanhar a situação onde a barragem se rompeu, hoje. Segunda-feira, o presidente será operado em S. Paulo, para retirada da bolsa de colestomia. 

Até aqui não se sabe o que deu motivo ao rompimento da barragem. Não chovia na região, e não havia alerta especial de que a barragem corria risco iminente. No caso de Mariana houve confirmação de pequeno terremoto momentos antes. A barragem de Brumadinho era considerada de baixo risco. 

E mais tragédias acontecerão e a impunidade continuará, não é, Digníssima Raquel Dodge, Procuradora-Geral da República?

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