Barragem da Vale em
Brumadinho (MG) se rompe, mata sete pessoas e há dezenas de desaparecidos.
Roberto Ramalho, jornalista.
www.ditoconceito.blogspot.com.br.
Brumadinho tem cerca de 30 mil habitantes. E uma
tragédia, quase anunciada, ceifou a vida e muitos trabalhadores e praticamente
destruiu a cidade. Já foram confirmadas mortes e dezenas de desaparecidos. Até
o fechamento dessa matéria, havia sete mortos e cerca de 200 desaparecidos, segundo informa o
Corpo de Bombeiros.
A
tragédia foi noticiada por sites de jornais, como os americanos "The New
York Times" e "Washington Post", os argentinos
"Clarín" e "La Nacion", pelo britânico "The
Guardian", o francês "Le Monde", pela rede de TV americana CNN e
a mexicana Televisa.
As imagens da destruição são muitos fortes. Rejeitos
da Barragem como ferro, níquel, alumínio, entre outros, estão descendo o Rio
Paraopeba em direção ao Rio São Francisco. A Vale do Rio Doce emitiu uma primeira nota sobre o
rompimento de sua barragem de rejeitos de minério de ferro em Brumadinho,
cidade de 30 mil habitantes na região metropolitana de BH.
Diz a Nota: “A Vale
informa que ocorreu, no início da tarde de hoje, o rompimento de uma barragem
na Mina Feijão, em Brumadinho (MG). As primeiras informações indicam que os
rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da
Vila Ferteco. Ainda não há confirmação se há feridos no local. A Vale acionou o
Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para
Barragens”. Segundo ainda a Nota “A
prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de
empregados e de integrantes da comunidade. A
companhia vai continuar fornecendo informações assim que confirmadas.”
A segunda nota afirma que: "A
Vale informa que, no início desta tarde, ocorreu o rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho
(MG). A companhia lamenta profundamente o acidente e está empenhando todos
os esforços no socorro e apoio aos atingidos”. Havia
empregados na área administrativa, que foi atingida pelos rejeitos, indicando a
possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas. Parte da comunidade da Vila
Ferteco também foi atingida. O resgate e
os atendimentos aos feridos estão sendo realizados no local pelo Corpo de
Bombeiros e pela Defesa Civil. Ainda não há confirmação sobre a causa do
acidente. A prioridade máxima da empresa,
neste momento, é apoiar nos resgates para ajudar a preservar e proteger a vida
de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais. A Vale continuará fornecendo informações assim
que confirmadas."
O governo de Minas também divulgou uma nota: “Uma força-tarefa do Estado de
Minas Gerais já está no local do rompimento da barragem para acompanhar e tomar
as primeiras medidas. O Corpo de Bombeiros, por meio do Batalhão de Emergências
Ambientais, e a Defesa Civil também já estão no local da ocorrência trabalhando
e há dois helicópteros sobrevoando a região”. O
governo também já designou a formação de um gabinete estratégico de crise para
acompanhar de perto as ações.
Até o momento, a imagem mais
forte da nova tragédia em Minas foi exibida pela Rede Record, que mostrou um
helicóptero do Corpo de Bombeiros resgatando uma moça - com a bacia quebrada -
de um trecho do imenso lodaçal. Um
detalhe: o helicóptero ficou parado no ar a baixa altura, durante longo tempo,
e era pilotado por mulher bombeira.
Especialistas disseram que o
volume de rejeitos em Brumadinho é de um milhão de metros cúbicos, contra 50
milhões de metros cúbicos em Mariana, há 3 anos. A prefeitura de Brumadinho emitiu alerta para que os moradores
saiam das proximidades do leito do Rio Paraopeba.
O museu privado a céu aberto de Inhotim, que fica nas proximidades,
anunciou que estava evacuando os seus visitantes, mas como medida
preventiva. Porém, o Portal R7,
da Record, afirmou que há 38 pessoas
desaparecidas e que estavam nesse local. A pousada Nova Estância, que recebia visitantes
do museu Inhotim, ficou destruída com a passagem dos rejeitos. Morador disse
que de 20 a 30 pessoas podem estar desaparecidas, entre funcionários e
hóspedes.
Funcionários da Vale relataram ter
visto a lama atingir a portaria e o refeitório, no horário do almoço. Vários
feridos deram entrada em hospitais de BH. Mas já foram confirmadas 7 mortes. A
Defesa Civil mineira acha que a lama da barragem da Vale em Brumadinho pode se
deslocar pelo Rio Paraopeba e até chegar, em caso extremo, ao Rio de S.
Francisco. Há notícias de que uma ponte férrea de 100 metros de altura,
provavelmente de transporte de minérios, se rompeu com a passagem do rio de
rejeitos. Por ela, havia passado um trem momentos antes. A Barragem de
Retiro pode ser o anteparo capaz de impedir que os rejeitos de Brumadinho
cheguem ao Rio de São Francisco, avaliam técnicos da Defesa Civil. Em segunda nota, a Vale do Rio Doce informou
que havia empregados na área administrativa que foi atingida pelos rejeitos,
"indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas".
Confirmou que a lama atingiu parte da comunidade chamada Vila Ferteco.
O presidente Bolsonaro lamentou,
em nota: "Lamento o ocorrido em
Brumadinho-MG. Determinei o deslocamento dos Ministros do Desenvolvimento
Regional e Minas e Energia, bem como nosso Secretario Nacional de Defesa Civil
para a Região." O porta-voz da
Presidência da República, general Rêgo Barros, informou que o presidente deverá
ir na manhã deste sábado a Brumadinho, acompanhar a situação onde a barragem se
rompeu, hoje. Segunda-feira, o presidente será operado em S. Paulo, para
retirada da bolsa de colestomia.
Até aqui não se sabe o que deu
motivo ao rompimento da barragem. Não chovia na região, e não havia alerta
especial de que a barragem corria risco iminente. No caso de Mariana houve
confirmação de pequeno terremoto momentos antes. A barragem de Brumadinho era
considerada de baixo risco.
E mais tragédias acontecerão e a
impunidade continuará, não é, Digníssima Raquel Dodge, Procuradora-Geral da
República?
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