Artigo – A Reforma
Administrativa no estado de Alagoas. Reformulado e acrescentado. Roberto
Ramalho é advogado, jornalista, blogueiro, colunista do Portal RP-Bahia e
servidor da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas. www.ditoconceito.blogspot.com.br.
Ao tomar posse na ALE no
dia 01 de janeiro, Renan Filho afirmou que pretende fazer uma reforma
administrativa no estado.
Sem citar nomes, Renan
Filho afirmou o seguinte: "Todas as pastas podem ter mudanças. Mudança é a
palavra-chave. É inevitável e precisamos mudar para estarmos conectados para
atender os anseios da população. Mas não posso fazer mudanças antes de dialogar
com os que foram eleitos. Trataremos as mudanças necessárias para Alagoas está
na vanguarda".
De acordo com o governador
de Alagoas, a reforma administrativa deve rever a estrutura organizacional do
Estado. Disse ele: "O Brasil vai precisar passar por reformas. Nós
estaremos preparados. Ao logo do primeiro mês (este janeiro) nós vamos
aprofundar as discussões para definir nomes e pastas. É o primeiro passo para
surgirem os próximos".
Numa nova entrevista a
imprensa, Renan Filho afirmou que seu governo somente terá início de fato a
partir de 1º de fevereiro, quando começa a nova legislatura para os deputados
estaduais eleitos no pleito de 7 de outubro. De acordo com ele, o jogo político
dita as regras.
Declarou o governador:
"Estou adequando a reforma do secretariado ao calendário legislativo. Nós
devemos levar até o final de fevereiro a mesma equipe que estamos terminando
este ano, para somente a partir daí com o novo legislativo pronto, a gente
possa fazer um diálogo mais representativo à luz do que disseram às
urnas", declarou o próprio governador, momentos antes de tomar posse para
seu segundo mandato, no último dia 1º, na ALE.
Embora seja um novo
governo, em face de sua reeleição para governador de Alagoas, como assumiu o
governo federal um novo presidente, ultraconservador nas idéias, costumes e nas
áreas econômica e, educacional e militar, Renan Filho é obrigado a rever seu
plano de governo e estratégias políticas.
O Estado de Alagoas
precisa de uma estrutura mínima necessária com eficiência maior para atender
às demandas da sociedade, porém, sem mudanças radicais, sacrificando
servidores públicos do Poder Executivo, que já ganham salários aviltantes,
sobretudo os das áreas da saúde e educação.
O modelo de gestão da
Administração Pública Estadual deve ser feito por meio de políticas públicas
que deverão ser desenvolvidas de forma sistêmica e em consonância com programas
institucionais de órgãos e entidades públicas, associando obras, programas,
serviços e benefícios socialmente úteis a objetivos e resultados consagradores
de direitos sociais plenos.
A cultura organizacional
da Administração Pública Estadual deve estar fundamentada em uma nova atitude
do Estado perante o cidadão e no princípio de que o serviço público existe para
servir, ser útil e ser um facilitador da sociedade, proporcionando as condições
para o pleno exercício das liberdades individuais e o desenvolvimento dos
talentos, criatividade, vocações e potencialidades das pessoas e regiões.
A definição da cultura
organizacional a ser desenvolvida implica, necessariamente, uma nova cultura de
cidadania e de serviço às pessoas, impondo a adoção de medidas que consolidem
este princípio, coloquem o poder de decisão mais próximo do cidadão,
simplifiquem procedimentos e formalidades, obriguem à prestação pública de
contas por parte da Administração e assegurem o princípio da responsabilidade
do Estado e da sua administração perante os cidadãos.
Uma das principais
reformas a ser implantada na sua nova gestão será a concessão para que
Organizações Sociais possam administrar os Hospitais recentemente construídos e
os que estão sendo concluídos.
Ao todo são oito
Hospitais, sendo os principais o da ‘Mulher’ e o ‘Hospital Geral do Tabuleiro’.
Renan Filho ainda pode ir
mais longe em relação à área da saúde. Mas esse assunto deverá ser tema de meu
próximo artigo.
Renan Filho não enxerga,
mas tem muitos servidores competentes que fazem parte da máquina do estado e
nunca tiveram uma oportunidade.
Afirmo isso porque já fiz
dezenas de cursos da Escola de Governo e pude verificar e observar o quanto
existe de servidores públicos qualificados e que poderiam ser aproveitados em
cargos do 2º e 3º escalão, até mesmo em alguma secretaria. Infelizmente, tudo
gira em torno de indicação político-partidária.
O governo de Alagoas
deveria saber que tem centenas de servidores públicos bastante qualificados e
preparados para assumir uma função de confiança, um cargo em comissão ou ter
uma função gratificada. Isso sim seria uma verdadeira Reforma Administrativa,
aproveitando a mão-de-obra que já existe há muito tempo.
E que pode escolher
servidores para ocuparem cargos comissionados e ou função gratificada por meio
de processos seletivos baseados em currículos e entrevistas.
Esse é o caminho para o
pleno sucesso de seu governo em relação ao seu segundo mandato.
Nunca é tarde para começar!
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