Artigo – A mutação dos vírus influenza, H1N1 e
H3N2. Roberto Ramalho jornalista, servidor da Universidade Estadual de Ciências
da Saúde de Alagoas e pesquisador. Parte Final.
A circulação do H3N2 no Brasil não é nenhuma novidade.
Em entrevista ao Portal Agência Brasil(3), a diretora do
Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde de São
Paulo, a biomédica Regiane de Paula, o vírus H3N2 circula no país há bastante tempo. “O que acontece é uma
sazonalidade, por isso em todo mês de setembro um grupo se reúne na Organização Mundial de Saúde (OMS) para
entender qual é o vírus que está circulando, principalmente no hemisfério
Norte, e isso replica um pouco no Brasil.”
De acordo com a Agência
Brasil, a diretora explicou que a imunização contra o vírus está na vacina
da gripe. “A vacina já vem com uma composição que abrange esses tipos de life vírus [vírus vivo] que
são específicos para a imunização, a vacina já tem o H1N1, o H3N2 e tem também influenza B”. Para a biomédica, não é
possível afirmar que a incidência no H3N2
no Brasil será igual ao que ocorreu nos Estados Unidos. “Não podemos falar
que vamos ter [o H3N2] exatamente da
mesma maneira [no Brasil], lembrando que há um inverno muito mais intenso na
América do Norte. Estamos em um país tropical, ainda não esfriou, mas estamos
em mundo globalizado”, ressalta.
De acordo com Regiane
de Paula, a vigilância epidemiológica dos estados e municípios e também o
Ministério da Saúde usam como referência o que ocorreu no hemisfério Norte. Disse
ela: “Durante 2014 e 2015 houve incidência do H1N1 e isso se
manteve durante o ano de 2017. Agora, em 2018, também temos o H3N2, que
está circulando nesse momento pelo estado de São Paulo e no Brasil".
Ainda, segundo ela,
apesar disso não há nenhuma mudança significativa na incidência do vírus H3N2 no
Brasil, acrescentando: “Ao compararmos os boletins epidemiológicos do ano
passado com os dados desse ano, no estado de São Paulo, eles estão muito
semelhantes”, e que a Vigilância Epidemiológica está monitorando os dados,
“nesse momento estamos monitorando como está a circulação desse vírus no
estado”.
O Ministério da Saúde
marcou o início da campanha nacional de vacinação que para o dia 23 de abril,
indo até junho. Idosos acima de 60 anos, crianças com mais de 6 meses e menores de 5
anos, gestantes, mulheres até 45 dias após o parto, povos indígenas, portadores
de doenças crônicas e professores da rede pública e particular e trabalhadores
de saúde, serão imunizados. Os grupos alvos da campanha são os mais
vulneráveis.
Importância da
prevenção
As medidas de
prevenção para o H3N2 são as mesmas que os outros tipos de
influenza. É seguir a etiqueta respiratória: colocar sempre o braço para tossir
(porque ao tossir nas mãos a pessoa pode tocar em superfícies e passar o
vírus), fazer a lavagem das mãos com freqüência, evitar locais e ambientes
fechados com muita aglomeração de pessoas, principalmente a população de risco,
usar álcool gel, além de se vacinar. E, aos primeiros sinais de sintomas, é
muito importante procurar um médico.
Sintomas
Os principais
sintomas da doença são febre alta, tosse, coriza, dor de garganta, na cabeça e
no corpo. Algumas pessoas podem ter vômito, dificuldade para respirar, diarréia
e calafrios. Se começar a sentir esses sintomas, a pessoa deverá procurar ajuda
médica imediatamente.
Tratamento
Só por meio de
vacina. Quem já tiver contraído o vírus, ou seja, tiver sido infectado por um desses tipos de vírus, deve
procurar imediatamente socorro médico. Se os sintomas forem bastante fortes, a
pessoa deve procurar imediatamente uma UPA
ou se dirigir a um hospital.
Nada de automedicação.
A repórter de
Ciências do jornal The New York Times, Gina Kolata, relata em sua
obra "Gripe: A História da Pandemia de 1918" (Record, 2002),
1ª edição, 384 páginas (4), o percurso de uma das mais devastadoras doenças
de todos os tempos.
As estimativas mais confiáveis são de que entre 20 e 100 milhões de pessoas tenham morrido em todo o mundo devido ao
vírus que se espalhou em 1918. Recorrendo a arquivos médicos, entrevistas e
cartas ao redor do planeta, a jornalista buscou as causas que tornaram possível
a explosão da doença, desde a negligência governamental das autoridades,
sobretudo dos países europeus, ao padrão biológico de disseminação do vírus. A
autora traz informações importantes sobre um assunto que até os dias de hoje é
motivo de intensa discussão e reflexão nos meios científicos, pelo temor que
representa uma nova epidemia.
Os principais centros de pesquisas e os governos em
geral têm evitado afirmar que os vírus das gripes estão sofrendo mutação para
não gerar pânico.
Antes mesmo de uma
possível guerra nuclear, grande parte da humanidade poderá morrer por conta do
aparecimento de uma nova cepa do vírus da gripe, ou até mesmo do vírus em
constante mutação.
Os principais centros
epidemiológicos do mundo estão sempre atentos, porém, surpresas poderão
ocorrer.
Referência:
1. Boletim
Epidemiológico do Ministério da Saúde.
2. Secretaria
de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
4. Kolata, Gina: "Gripe:
A História da Pandemia de 1918" (Record, 2002), 1ª edição, 384 páginas”.