A folgada
vitória de Renan Calheiros para a presidência do Senado
Jornalista
Roberto Cavalcanti
O
Senado elegeu nesta sexta-feira (1º), com 56 votos, o senador Renan Calheiros
(PMDB-AL) como novo presidente da Casa e do Congresso Nacional.
Indicado
pelo PMDB, em razão do partido ter a maior bancada do Senado, e alvo de
denúncia da Procuradoria Geral da República, Renan Calheiros assume pela
segunda vez o comando do Poder Legislativo.
Renan
disputou o posto com Pedro Taques (PDT-MT), que teve apoio de partidos da
oposição e de senadores denominados "independentes", que não costumam
seguir orientação partidária. Taques teve 18 votos. Dois senadores votaram em
branco e dois senadores votaram nulo.
Dessa forma, o Senado da República elegeu, com
folga, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência da Casa.
Para quem está respondendo a três crimes no Poder
Judiciário, sua vitória foi uma proeza e tanto. O parlamentar alagoano, de
Murici, é alvejado por denúncias e por um coro de reprovações. Contra ele
circula na internet um abaixo-assinado com mais de 250 mil subscrições.
À volta por cima do senador Renan Calheiros representa
uma vitória pessoal dele e não tem paralelo: renunciou à presidência do Senado
para evitar, em votação de seus pares, a cassação do mandato. O apoio que
recebeu naquela época, em sessão secreta, explica a liderança que exerce até
hoje e também o seu sucesso ao percorrer o caminho de volta ao posto que sempre
desejou.
Renan Calheiros é um sobrevivente na política
nacional. Além de ter sido ex-líder do governo Collor de Mello na Câmara dos
Deputados, rompeu com o ex-presidente e sobreviveu à campanha pró-impeachment
que o levou à renúncia.
Como ex-ministro da Justiça do governo Fernando
Henrique Cardoso, ele voltou ao topo da política ao presidir o Senado durante o
governo Lula. Agora, novamente reassumirá o comando do Congresso Nacional sem
oposição da presidente Dilma Rousseff, que fazia restrição a sua eleição.
Considerado um político frio e bem-humorado, é visto
por seus pares o melhor estrategista do Senado.
Nas contas de Renan Calheiros, do total de 81
senadores ele já esperava os 56 votar a favor de sua eleição, já contabilizados
os votos contrários da turma que apoia a candidatura de Pedro Taques (PDT-MT), exercendo
o 1º mandato de senador, tendo, inclusive, os quatro senadores do PSB, que
decidiram romper nesta semana.
Não houve traições nas bancadas do PT, do PSDB e do
DEM. Renan Calheiros nunca contou com os dissidentes do PMDB, principalmente Pedro
Simon do PMDB-RS, seu velho desafeto.
OBS: Sua vitória no Senado o leva a se tornar o candidato mais forte para vencer o governo de Alagoas. Outro sonho acalentado.
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