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domingo, 27 de abril de 2025

Artigo – A guerra comercial de Donald Trump com a taxação de produtos importados de países como China, Brasil, da União Europeia e demais países do mundo, gerando uma crise na economia mundial. Roberto Ramalho é jornalista, escritor, articulista, blogueiro e pesquisador. www.ditoconceito.blogspot.com.br

Afirmou Trump durante a apresentação: Que coisa linda!
1. Introdução

Reportagem da revista americana Time trouxe recentemente dados referentes a taxação de mercadorias produzidos por diversos países do mundo, sobretudo da China, numa declarada guerra desde o início do governo Trump.

Trump impôs tarifas pesadas e as transformou em uma das bandeiras do seu segundo mandato.

Essa taxação absurda que chega até 150% aos produtos chineses desencadeou a queda de praticamente todas as Bolsas de valores do mundo, com perdas bilionárias para algumas empresas como a de Elon Musk, a Tesla, fabricante de carros populares e de luxo.

Com a adoção dessas tarifas denominadas de recíprocas pelos Estados Unidos, praticamente todos os países do mundo, sobretudo, os exportadores de commodities estão sofrendo uma brutal crise econômica com a projeção de queda no PIB na ordem de pelo menos 1,5%.

O colapso recente dos mercados asiáticos e europeus, impulsionado pela guerra comercial entre EUA e China, remete a quedas históricas. Crashes notáveis incluem a pandemia de Covid-19 em 2020, a crise dos subprimes em 2008, a bolha das ponto.com em 2000, o Black Monday de 1987 e o colapso de Wall Street em 1929.

Segundo um professor da FIA Business School, Impactos da Guerra Comercial com a China, com esse aumento nas tarifas, pode gerar uma desaceleração no comércio internacional e pressionar os preços de commodities, afetando as exportações brasileiras.

Países da América Latina como o Brasil que estão sofrendo com a aplicação de taxas em produtos como aço e alumínio. No entanto, o Brasil está mantendo conversas com o governo norte-americano. Diferente de outras empresas brasileiras, a Gerdau, na verdade, poderia se beneficiar do aumento das tarifas — já que ela tem produção nos EUA, de cerca de 3,8 milhões de toneladas por ano, segundo o relatório do Itaú BBA.

Apesar disso, os países sul-americanos, principalmente o Brasil, poderão ser beneficiados em face da China ser o principal comprador de matérias-primas latino-americanas.

A China tem se tornado um dos principais investidores na Região, principalmente comprando empresas que foram privatizadas, abrindo outras e participando de licitações e contratos para fazer obras essências como construção de novas hidrelétricas, em produção de energia limpa com as eólicas e outros investimentos. Também as economias latino-americanas estão se aproveitando do alto preço internacional das commodities, que no atual momento está gerando riqueza na Região, para gastar mais com importações e fomentar o aumento do consumo interno, além de investir dinheiro na economia.

O comércio bilateral se consolidou, uma vez que o Brasil exporta commodities, como soja e minério de ferro e importa produtos industriais e tecnológicos chineses. A China investe em infraestrutura, energia e tecnologia aqui no Brasil, o que promove crescimento econômico e inovação

Outro dado importante mostra que o Brasil está investindo na construção de novas estradas, sobretudo, a transamazônica, que finalmente saiu do papel e as obras estão em pleno funcionamento no governo do presidente Lula.

2. A China como a maior potência econômica em 2030

É bastante possível e provável que a China venha a superar os EUA como a maior economia do mundo No entanto, segundo o Fundo Monetário Internacional e especialistas no assunto como economistas e financistas, a data ainda é incerta e varia entre diferentes previsões. 

A China tem crescido rapidamente, e o seu PIB tem estado a aproximar-se do PIB dos EUA.  Previsões indicam que a China pode ultrapassar os EUA em 2033 ou até 2040. Porém, outros estudos sugerem que isso pode não acontecer tão cedo, ou até mesmo nunca. 

Fatores que apoiam a previsão de que a China vai superar os EUA:

Crescimento Económico:

A China tem registado um crescimento econômico substancial, impulsionado por fatores como a urbanização, o investimento em infraestruturas e o aumento da produção industrial. 

Investimento em Tecnologia:

O governo chinês tem investido pesadamente em tecnologia, com o objetivo de desenvolver e aumentar a sua competitividade global. 

Mercado Interno:

O mercado interno chinês tem sido uma força motriz para o crescimento, com a população urbana a aumentar e a classe média a crescer. 

Fatores que podem afetar a previsão:

Crise de Confiança:

Algumas fontes, como o jornal Valor Econômico, indicam que há uma crise de confiança na China, o que pode afetar o crescimento econômico e a capacidade de ultrapassar os EUA. 

Desafios Internos:

A China enfrenta desafios internos, como o envelhecimento da população, a desaceleração da produtividade e a dívida pública. 

Tensões Geopolíticas:

As tensões geopolíticas entre a China e os EUA, especialmente sobre Taiwan, podem afetar o crescimento económico e as relações comerciais. 

Nesse sentido, embora a China tenha uma grande probabilidade de se tornar a maior economia do mundo, a data exata e a velocidade desse crescimento são incertas. Os desafios internos e as tensões geopolíticas podem afetar as previsões e retardar a ultrapassagem dos EUA. 

3. A situação econômico-financeira e fiscal do Brasil

Já em relação as dívidas, dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) revelam que a dívida média dos países emergentes em relação a seu PIB é de cerca de 35%, enquanto a dívida dos países ricos, o chamado G-7 (grupo que reúne Estados Unidos, Japão, Alemanha, Itália, França, Canadá e Reino Unido), é o triplo da dívida dos países emergentes, chegando a 120% do PIB.

Pelas projeções do FMI, a diferença será de quatro vezes em 2030. Segundo a instituição financeira internacional, além do tamanho da dívida em si, os dados mostram que os países emergentes desfrutam de melhor situação fiscal do que os países ricos e contam com um mercado doméstico pujante e fundamentos macroeconômicos mais sólidos.

O que pesa a favor do Brasil que está no topo da lista, está um sistema financeiro sólido e bem capitalizado, sem riscos ocultos em balanços crivados de truques, como ocorre nos Estados Unidos. A prova disso é que desde o início da década de 20 desse século, nenhum banco brasileiro de cobertura nacional quebrou.

Embora recentemente o Congresso Nacional tenha aprovado e o presidente Lula sancionado o arcabouço fiscal no sentido de tentar controlar os gastos públicos com superavit fiscal a partir de 2026, o que ainda não está acontecendo, o Brasil tem ainda em caixa mais reservas em moeda estrangeira do que o total da dívida externa. Com essa folga, o Banco Central tem margem de manobra para amenizar flutuações traumáticas do câmbio vendendo ou comprando dólares no mercado de acordo com as necessidades de cada momento. A boa situação das reservas deixa Brasília em condições favoráveis também para permitir que investidores estrangeiros retirem suas economias do país trocando seus reais por dólares, o que confere ao Brasil ainda mais credibilidade. Um país que não impede artificialmente a saída de dólares é um país que atrai dólares com mais facilidade.

Entre setembro de 2024 a fevereiro de 2025, houve um aumento exagerado com a valorização do dólar no mercado interno, sobretudo em face da especulação patrocinada pelo ‘Mercado Financeiro’ controlado por grandes bancos e financeiras.

O Brasil tem instrumentos de crédito com lastro, que é tranquilizador.  Atualmente a política monetária do Banco Central tem sido bastante rígida com o aumento na taxa de juro oficial denominada de SELIC, que se constituem na base para que o propalado e egoísta Mercado Financeiro venha aumentando as taxas de juros bancárias, nas financeiras e nas empresas operadoras de cartões de crédito. Ou seja, infelizmente, os juros estão em um patamar alto e baixá-los pode ter efeito estimulante na economia, gerando mais inflação que atualmente de acordo com o IBGE está na ordem de 5,5% anualmente.

Finalmente, os bancos públicos, que representam metade do crédito disponível no sistema financeiro, podem ser acionados para injetar mais dinheiro na economia sem as mesmas precauções que os bancos privados são obrigados a tomar. A prova disso é a política de empréstimo consignado para trabalhadores da iniciativa privada com juros acessíveis. O aumento da oferta de empréstimos pelos bancos oficiais está ajudando a afastar o espectro da estagnação econômica, com deseja o criminoso Mercado Financeiro.

4. Conclusão

Atualmente as Bolsas de Valores de alguns países afetados pela taxação de seus produtos, como o Brasil, por exemplo, estão aos poucos se recuperando, inclusive, em face do governo americano já está observando que exagerou na dose cavalar tomada pelo presidente Donald Trump.

Segundo o Portal da Globo G1, enquanto os mercados globais de ações tentam se recuperar do anúncio de Donald Trump de tarifas recíprocas a mais de 180 países, bilionários que deram apoio ao presidente dos EUA calculam os prejuízos. Somente nos dois primeiros dias de negociações após  de abril, as 500 pessoas mais ricas do mundo perderam um total de US$ 536 bilhões. Foi a maior perda de riqueza já registrada pelo índice de bilionário da Bloomberg.

Bilionários americanos que apoiaram a campanha de Trump ou compareceram à posse do republicano perderam US$ 536 bilhões após tarifaço, dentre eles os empresários Elon Musk, proprietário da empresa de automóveis Tesla e da empresa de telecomunicações Starlink e de satélites e de foguetes espaciais, Jeff Bezos, da Amazon, assim como o dono da Meta, Mark Zuckerberg.

 E o que tudo indica que a médio e longo prazo eles recuperem parte ou tudo que perderam até o momento.

Existe a estimativa de que as Bolsas de Valores em todo o mundo recuperem ainda esse ano parte das perdas em consequência da política de taxação de produtos de países exportadores para os estados Unidos. Acredito que essa crise seja mais uma vez seja passageira.

Referências

Revista Time do início de abril

Site de pesquisa Google – www.google.com

Fundo Monetário Internacional – FMI

Jornal Valor Econômico

Portal G1 – www.g1.globo.com

Site Bloomberg

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