Artigo – A guerra comercial de Donald Trump com a taxação de produtos importados de países como China, Brasil, da União Europeia e demais países do mundo, gerando uma crise na economia mundial. Roberto Ramalho é jornalista, escritor, articulista, blogueiro e pesquisador. www.ditoconceito.blogspot.com.br
Reportagem da revista americana Time trouxe recentemente dados referentes a taxação de mercadorias produzidos por
diversos países do mundo, sobretudo da China, numa declarada guerra desde o
início do governo Trump.
Trump impôs tarifas pesadas e as transformou em uma das
bandeiras do seu segundo mandato.
Essa taxação absurda que chega até 150%
aos produtos chineses desencadeou a queda de praticamente todas as Bolsas de
valores do mundo, com perdas bilionárias para algumas empresas como a de Elon
Musk, a Tesla, fabricante de carros populares e de luxo.
Com a adoção dessas tarifas denominadas
de recíprocas pelos Estados Unidos, praticamente todos os países do mundo,
sobretudo, os exportadores de commodities estão sofrendo uma brutal crise
econômica com a projeção de queda no PIB na ordem de pelo menos 1,5%.
O colapso recente dos mercados asiáticos
e europeus, impulsionado pela guerra comercial entre EUA e China, remete
a quedas históricas. Crashes notáveis incluem a pandemia de Covid-19
em 2020, a crise dos subprimes em 2008, a bolha das ponto.com em 2000, o Black
Monday de 1987 e o colapso de Wall Street em 1929.
Segundo um professor da FIA Business
School, Impactos da Guerra Comercial com a China, com esse aumento nas
tarifas, pode gerar uma desaceleração no comércio internacional e pressionar os
preços de commodities, afetando as exportações brasileiras.
Países da América Latina como o Brasil
que estão sofrendo com a aplicação de taxas em produtos como aço e alumínio. No
entanto, o Brasil está mantendo conversas com o governo norte-americano. Diferente
de outras empresas brasileiras, a Gerdau, na verdade, poderia se beneficiar do
aumento das tarifas — já que ela tem produção nos EUA, de cerca de 3,8
milhões de toneladas por ano, segundo o relatório do Itaú BBA.
Apesar disso, os países sul-americanos,
principalmente o Brasil, poderão ser beneficiados em face da China ser o principal
comprador de matérias-primas latino-americanas.
A China tem se tornado um dos principais
investidores na Região, principalmente comprando empresas que foram
privatizadas, abrindo outras e participando de licitações e contratos para
fazer obras essências como construção de novas hidrelétricas, em produção de
energia limpa com as eólicas e outros investimentos. Também as economias
latino-americanas estão se aproveitando do alto preço internacional das
commodities, que no atual momento está gerando riqueza na Região, para gastar
mais com importações e fomentar o aumento do consumo interno, além de investir
dinheiro na economia.
O comércio bilateral se consolidou, uma
vez que o Brasil exporta commodities, como soja e minério de ferro e importa
produtos industriais e tecnológicos chineses. A China investe em
infraestrutura, energia e tecnologia aqui no Brasil, o que promove crescimento
econômico e inovação
Outro dado importante mostra que o
Brasil está investindo na construção de novas estradas, sobretudo, a
transamazônica, que finalmente saiu do papel e as obras estão em pleno
funcionamento no governo do presidente Lula.
2. A China como a maior potência
econômica em 2030
É bastante possível e provável que a
China venha a superar os EUA como a maior economia do mundo No entanto, segundo
o Fundo Monetário Internacional e especialistas no assunto como economistas e
financistas, a data ainda é incerta e varia entre diferentes previsões.
A China tem crescido rapidamente, e o
seu PIB tem estado a aproximar-se do PIB dos EUA. Previsões indicam que a
China pode ultrapassar os EUA em 2033 ou até 2040. Porém, outros estudos
sugerem que isso pode não acontecer tão cedo, ou até mesmo nunca.
Fatores que apoiam a previsão de que a
China vai superar os EUA:
Crescimento Económico:
A China tem registado um crescimento
econômico substancial, impulsionado por fatores como a urbanização, o
investimento em infraestruturas e o aumento da produção industrial.
Investimento em Tecnologia:
O governo chinês tem investido
pesadamente em tecnologia, com o objetivo de desenvolver e aumentar a sua
competitividade global.
Mercado Interno:
O mercado interno chinês tem sido uma
força motriz para o crescimento, com a população urbana a aumentar e a classe
média a crescer.
Fatores que podem afetar a previsão:
Crise de Confiança:
Algumas fontes, como o jornal Valor Econômico, indicam que há
uma crise de confiança na China, o que pode afetar o crescimento econômico e a
capacidade de ultrapassar os EUA.
Desafios Internos:
A China enfrenta desafios internos, como
o envelhecimento da população, a desaceleração da produtividade e a dívida
pública.
Tensões Geopolíticas:
As tensões geopolíticas entre a China e
os EUA, especialmente sobre Taiwan, podem afetar o crescimento económico e as
relações comerciais.
Nesse sentido, embora a China tenha uma
grande probabilidade de se tornar a maior economia do mundo, a data exata e a
velocidade desse crescimento são incertas. Os desafios internos e as
tensões geopolíticas podem afetar as previsões e retardar a ultrapassagem dos EUA.
3. A situação econômico-financeira e
fiscal do Brasil
Já em relação as dívidas, dados do Fundo
Monetário Internacional (FMI) revelam que a dívida média dos países
emergentes em relação a seu PIB é de cerca de 35%, enquanto a dívida dos países
ricos, o chamado G-7 (grupo que reúne Estados Unidos, Japão, Alemanha,
Itália, França, Canadá e Reino Unido), é o triplo da dívida dos países
emergentes, chegando a 120% do PIB.
Pelas projeções do FMI, a diferença será
de quatro vezes em 2030. Segundo a instituição financeira internacional, além
do tamanho da dívida em si, os dados mostram que os países emergentes desfrutam
de melhor situação fiscal do que os países ricos e contam com um mercado
doméstico pujante e fundamentos macroeconômicos mais sólidos.
O que pesa a favor do Brasil que está no
topo da lista, está um sistema financeiro sólido e bem capitalizado, sem riscos
ocultos em balanços crivados de truques, como ocorre nos Estados Unidos. A prova
disso é que desde o início da década de 20 desse século, nenhum banco
brasileiro de cobertura nacional quebrou.
Embora recentemente o Congresso Nacional
tenha aprovado e o presidente Lula sancionado o arcabouço fiscal no sentido de
tentar controlar os gastos públicos com superavit fiscal a partir de 2026, o
que ainda não está acontecendo, o Brasil tem ainda em caixa mais reservas em
moeda estrangeira do que o total da dívida externa. Com essa folga, o Banco
Central tem margem de manobra para amenizar flutuações traumáticas do câmbio
vendendo ou comprando dólares no mercado de acordo com as necessidades de cada
momento. A boa situação das reservas deixa Brasília em condições favoráveis
também para permitir que investidores estrangeiros retirem suas economias do
país trocando seus reais por dólares, o que confere ao Brasil ainda mais credibilidade.
Um país que não impede artificialmente a saída de dólares é um país que atrai
dólares com mais facilidade.
Entre setembro de 2024 a fevereiro de
2025, houve um aumento exagerado com a valorização do dólar no mercado interno,
sobretudo em face da especulação patrocinada pelo ‘Mercado Financeiro’
controlado por grandes bancos e financeiras.
O Brasil tem instrumentos de crédito com
lastro, que é tranquilizador. Atualmente
a política monetária do Banco Central tem sido bastante rígida com o aumento na
taxa de juro oficial denominada de SELIC, que se constituem na base para que o
propalado e egoísta Mercado Financeiro venha aumentando as taxas de juros
bancárias, nas financeiras e nas empresas operadoras de cartões de crédito. Ou
seja, infelizmente, os juros estão em um patamar alto e baixá-los pode ter
efeito estimulante na economia, gerando mais inflação que atualmente de acordo
com o IBGE está na ordem de 5,5% anualmente.
Finalmente, os bancos públicos, que
representam metade do crédito disponível no sistema financeiro, podem ser
acionados para injetar mais dinheiro na economia sem as mesmas precauções que
os bancos privados são obrigados a tomar. A prova disso é a política de
empréstimo consignado para trabalhadores da iniciativa privada com juros
acessíveis. O aumento da oferta de empréstimos pelos bancos oficiais está ajudando
a afastar o espectro da estagnação econômica, com deseja o criminoso Mercado
Financeiro.
4. Conclusão
Atualmente as Bolsas de Valores de
alguns países afetados pela taxação de seus produtos, como o Brasil, por exemplo,
estão aos poucos se recuperando, inclusive, em face do governo americano já
está observando que exagerou na dose cavalar tomada pelo presidente Donald
Trump.
Segundo
o Portal da Globo G1, enquanto os mercados globais de ações
tentam se recuperar do anúncio de Donald Trump de tarifas recíprocas a mais de 180 países,
bilionários que deram apoio ao presidente dos EUA calculam os prejuízos. Somente
nos dois primeiros dias de negociações após
de abril, as 500 pessoas mais ricas do mundo perderam um total de US$ 536
bilhões. Foi a maior perda de riqueza já registrada pelo índice de
bilionário da Bloomberg.
Bilionários americanos que apoiaram a
campanha de Trump ou compareceram à
posse do republicano perderam US$ 536 bilhões após tarifaço, dentre eles
os empresários Elon Musk, proprietário
da empresa de automóveis Tesla e da empresa de telecomunicações Starlink e de
satélites e de foguetes espaciais, Jeff Bezos, da Amazon, assim como o dono da Meta, Mark Zuckerberg.
E
o que tudo indica que a médio e longo prazo eles recuperem parte ou tudo que
perderam até o momento.
Existe a estimativa de que as Bolsas de
Valores em todo o mundo recuperem ainda esse ano parte das perdas em consequência
da política de taxação de produtos de países exportadores para os estados
Unidos. Acredito que essa crise seja mais uma vez seja passageira.
Referências
Revista Time do início de abril
Site de pesquisa Google – www.google.com
Fundo Monetário Internacional – FMI
Jornal Valor Econômico
Portal G1 – www.g1.globo.com
Site Bloomberg
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