Artigo – Dengue. Transmissão. Infecção, sintomas, tratamento. Roberto Ramalho é Jornalista e servidor da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Uncisal e Colunista do Portal RP-Bahia. www.ditoconceito.blogspot.com.br
1. Introdução
Sábado, dia 2 de março foi definida uma
campanha nacional de combate a dengue e ao mosquito Aedes aegypti. Ao todo o Brasil registra aproximadamente um milhão e trezentos mil de casos em todo o
país com mais de duzentos mortos, sendo os principais estados com alto índice de contaminação justamente
aqueles governados por governadores bolsonaristas como: Romeu Zema (NOVO) -
Minas Gerais, o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos - SP), Jorginho
Melo, ( PL de Santa Catarina), Antonio Denarium (PP) - Roraima, Gladson Cameli (PP) – Acre, Ibaneis
Rocha (MDB) – Distrito Federal, Mauro Mendes (União Brasil) – Mato Grosso, Ratinho
Jr (PSD) – Paraná, Cláudio Castro (PL) – Rio de Janeiro, Ronaldo Caiado (União
Brasil) – Goiás. Todos NEOFASCISTAS OU NEONAZISTAS.
A dengue
é uma doença infectocontagiosa transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti que transmite um vírus muito agressivo e
contagioso que também é vetor da febre amarela, da Chikungunya e da zika.
Não há transmissão pelo
contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água
ou alimento.
A forma de transmissão da doença se dá pela picada do mosquito que carrega
quatro subtipos de vírus causando diversos sintomas que podem levar seres
humanos à morte. A dengue é uma doença febril aguda sistêmica
causada por um vírus da família Flaviviridae.
2. As quatro fases da evolução da dengue?
Seu ciclo de vida é
dividido em quatro etapas: ovo, larva, pupa (estágio intermediário entre a larva e
o adulto) e adulto. A fêmea do mosquito deposita seus ovos nas
bordas dos recipientes com água limpa e parada.
Os
principais sintomas da dengue são:
Febre alta > 38.5ºC.
Dores musculares intensas.
Dor ao movimentar os olhos.
Mal estar.
Falta de apetite.
Dor de cabeça.
Manchas vermelhas no corpo.
3. O que fazer se for infectado com a dengue?
O primeiro passo indicado
para uma pessoa com sintomas da dengue é procurar o serviço de saúde
mais próximo. Fazer repouso e ingerir bastante líquido ajuda
– pode ser água, sucos, soro caseiro ou água de coco. Na presença de sinais de
alarme e choque, vá imediatamente para o atendimento em unidade hospitalar.
Recomenda-se o seguinte
de acordo com a orientação do Ministério da Saúde:
a) ingerir bastante
líquido (água); b) não tomar medicamentos por conta própria; c)
a hidratação pode ser por via oral (ingestão de líquidos pela boca) ou
por via intravenosa (com uso de soro, por exemplo); d) o
tratamento é feito de forma sintomática, sempre de acordo com avaliação do
profissional de saúde, conforme cada caso.
Por que a dengue causa tanta dor?
O vírus vai para os músculos e ele entra nos
músculos e se multiplica provocando uma inflamação. Essa inflamação é que
torna tudo doloroso. Por exemplo, a dor atrás dos olhos é porque ele pega a
musculatura que movimenta os olhos. A dor abdominal
generalizada pode ocorrer, principalmente nas crianças. Os adultos podem
apresentar pequenas manifestações hemorrágicas, como petéquias, epistaxe,
gengivorragia, sangramento gastrointestinal, hematúria e metrorragia.
Quanto tempo a pessoa fica com o vírus da
dengue?
Varia de 3 a 15 dias, sendo, em média, de 5 a 6
dias. A transmissão ocorre
enquanto houver presença de vírus no sangue do homem (período de viremia).
Este período começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia da
doença.
Quais remédios não tomar se
estiver com dengue
Anti-inflamatórios
denominados hormonais ou corticoesteroides como prednisona, prednisolona,
dexametasona e hidrocortisona. Todos os anti-inflamatórios podem aumentar
a tendência hemorrágica na dengue e por isso são contraindicados.
Qual o exame que detecta a dengue?
PCR para dengue: embora seja de maior
custo, é outro exame indicado para a fase inicial da doença. É mais apropriado
até o 3º ou 4º dia de doença, mas pode ser solicitado até o 7º dia. Sorologia
para dengue: Anticorpos IgM: costumam positivar a partir do 7º dia da doença.
Anticorpos IgG: positivam a partir do 10º dia.
3. Os sorotipos da dengue?
Por ser causada por um flavivírus, a doença é
considerada uma arbovirose. São conhecidos quatro sorotipos:
DEN-1;
DEN-2;
DEN-3;
DEN-4.
Existe um quinto tipo (DEN-5) da dengue,
porém, ainda não foi registrado no Brasil, apenas na Malásia, na
Ásia, em 2007.
4. Qual é a
fase mais perigosa da dengue? O
que é a dengue hemorrágica?
Em casos graves, há hemorragia
intensa e choque hemorrágico (quando uma pessoa perde mais de
20% do sangue ou fluido corporal), o que pode ser a fase mais perigosa da
dengue. A dengue hemorrágica
é uma forma grave de dengue.
Quais são os sintomas da dengue hemorrágica?
No início, os sintomas são iguais aos da dengue clássica,
mas a doença pode evoluir para quadros de sangramento e choques a
partir do quinto dia.
Dengue hemorrágica pode matar?
Esses sangramentos, explica Dal Poz, podem ocorrer
em diferentes órgãos do corpo e têm potencial para causar a morte. O quadro
pode se agravar com a insuficiência circulatória, com
chances de levar o indivíduo a um estado de choque.
A dengue hemorrágica
exige atendimento médico de imediato. Além de causar os mesmos sintomas
da dengue clássica,
a doença, em sua forma hemorrágica, pode provocar uma série de outros
problemas.
Como é o tratamento para a dengue hemorrágica?
Uma pessoa com dengue hemorrágica
deve ser diagnosticada o quanto antes para que o tratamento seja iniciado
rapidamente. Os cuidados incluem hidratação através de injeção
de soro na veia, com internação hospitalar para monitoração do
paciente. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas
com dengue hemorrágica
morrem.
5. Por que a dengue é bastante comum no
território brasileiro?
Frequente em regiões de
clima tropical, infelizmente isso ajuda que a transmissão dos quatro subtipos
da dengue caracterize que ela seja endêmica no território brasileiro. A dengue é uma doença infecciosa que
pode se manifestar de forma branda ou grave, a depender do tipo de vírus
causador, de contaminações prévias e de fatores individuais, como comorbidades
(diabetes e asma brônquica, por exemplo). Evitar a proliferação do inseto, eliminando focos de água parada, é a
melhor prevenção.
Segundo dados da Organização Mundial da
Saúde estima-se que 390
milhões de casos de dengue ocorram anualmente
em todo o mundo, dos quais 96 milhões se manifestam clinicamente. Desde os anos
1980, o Brasil
vem registrando epidemias frequentes da doença, por vezes
com elevado número de óbitos.
6. Prevenção contra a dengue
A melhor forma de evitar a dengue é conter a proliferação do mosquito transmissor, eliminando
os criadouros. O Aedes aegypti é atraído por acúmulo de água parada e limpa —
as fêmeas depositam os ovos na superfície. Esses reservatórios podem ser
pequenos ou grandes.
Recomenda-se as seguintes medidas:
Checar vasos de plantas, pneus velhos, latas e
garrafas vazias, calhas, caixas d’água, piscinas abandonadas e quaisquer outros
recipientes com água parada que podem proporcionar o ambiente ideal para a
proliferação do mosquito nos meses de calor;
Utilizar mosquiteiros e repelentes;
Proteger braços, pernas e áreas expostas do corpo.
7. Existe
vacina para a dengue?
A resposta é sim. A Dengvaxia® é uma vacina recomendada
para crianças a partir de 6 anos de idade até adultos de 45 que já
tiveram dengue.
É aplicada em três doses, com intervalo de seis meses entre elas. Já a QDenga®,
que o Brasil adquiriu recentemente da empresa japonesa fabricante da vacina,
com um lote de pouco mais de oito milhões de doses, é indicada para todas as
crianças a partir de 4 anos de idade até idosos de 60. O esquema é de duas
doses, com intervalo de três meses. Porém, o Instituto Butantan está fazendo
uma vacina totalmente brasileira já estando na penúltima fase de testes,
alcançando um êxito de 80% de eficácia e eficiência. Como o Brasil já aponta um
quadro grave de transmissão, de infectados e de mortes, a direção do Butantan
irá tentar junto a Anvisa que ela libere a sua aplicação para o público de
forma emergencial.
8. Conclusão
A culpa pela epidemia da doença no Brasil se deve a
diversas causas e fatores:
1. A
falta de cuidado do povo brasileiro em relação a limpeza de suas casas,
quintais, calhas, vasos de plantas e das autoridades, sobretudo, dos municípios
que não investem em fiscalização.
2. Dos
políticos que pouco se importam se a doença infectará a população dos
municípios onde reside, devido a uma infraestrutura deficiente e inadequada
pela falta de recursos financeiros e materiais nas Secretarias de Saúde
estaduais e municipais.
Fontes:
1. Mario Dal Poz, médico, doutor
em saúde pública, pesquisador e professor do Instituto de Medicina Social da
Uerj.
2. Ministério
da Saúde.
3. Fiocruz.
4. Instituto Butantan.
5. Médicos Sem Fronteiras
(MSF).
6. Organização Mundial da
Saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário