Artigo - O que faz um Jornalista? Roberto Ramalho é jornalista e Colunista do Portal RP-Bahia.
1. Introdução
Dia 7 de abril é consagrado ao profissional de Jornalismo. O debate é mesquinhamente corporativo. Embora o Supremo Tribunal Federal já tenha decidido, por 8 votos a l, em 2009, que a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista é inconstitucional, o tema voltou à pauta graças a uma proposta de emenda constitucional apresentada por um senador que estabelece de novo a obrigatoriedade do diploma. Já se passaram 12 anos e ainda não aprovaram a matéria.
2. Definição de Jornalista e objetivos
Jor·na·lis·ta. Pessoa que tem por profissão trabalhar no domínio da informação, num órgão de informação social numa publicação periódica escrita ou na televisão, na rádio, na Internet.
O jornalista é o profissional que trabalha nos meios de comunicação, responsável por investigar, apurar e divulgar de informações e fatos para toda comunidade, apresentadas ao público através das notícias, reportagens, artigos ou entrevistas.
Assim sendo, jornalista é o profissional responsável pela apuração, investigação e apresentação de notícias, reportagens, entrevistas ou distribuição de notícias ou outra informação de interesse coletivo.
3. Surgimento do Jornalismo
O nascimento do Jornalismo se deu de um modo diferente, sendo as publicações oficiais, semelhante aos Diários Oficiais de hoje.
3.1 - Como surgiu o jornalismo? Qual foi o primeiro jornal da história?
O jornal é um veículo de informação utilizado há mais de 2 mil anos, tendo seu início com o imperador romano Júlio César (100 – 44 a.C). Ele criou a “Acta Diurna”, onde eram divulgadas as suas conquistas militares, esta ata foi considerado o primeiro jornal do mundo.
Na China, jornais escritos a mão surgiram no século VIII. A partir da invenção de Johannes Gutenberg, em 1447, surgiram os jornais modernos, que tiveram grande circulação entre comerciantes, para a divulgação de notícias mercantis.
O jornalismo moderno emergiu, segundo Schudson (2010, p. 72) com o surgimento da sociedade democrática de mercado e se refere a ela como “substituição de uma cultura política regida por uma aristocracia pelo ideal e a realidade institucional da democracia de massas”.
Antes de 1830, Schudson (2010, p. 25) descreve o caráter publicista e comercial dos jornais norteamericanos, afirmando: “O diário típico publicava quatro páginas. A capa era quase que exclusivamente dedicada à publicidade, e a quarta página também era estritamente ocupada por anúncios”. Continuando diz: “Essas páginas externas assemelhavam-se às capas de um livro ou revista – era preciso dirigir-se à parte interna para encontrar o conteúdo do jornal. A página dois continha o editorial. Boa parte da página dois, e também da três, detalhava a chegada de barcos no porto e os conteúdos de suas cargas, assim como outras notícias marítimas. Na página dois poderia ser encontrado um editorial sobre política, bem como breves “artigos”. Muitos dos “artigos” eram retirados diretamente de outros jornais, geralmente com os devidos créditos. Outros não eram distintos, no layout, na tipografia ou no estilo, do editorial – todos eles representavam manifestações do editor ou de seu partido” (Schudson, 2010, p. 25).
De acordo ainda com ele a transição do modelo jornalístico norte-americano em 1830 passou a ser conhecido como a “revolução comercial” e, como destaca Schudson (2010), esta mudança pode ser notada, sobretudo, pelos nomes dos jornais.
Segundo ele, antes de 1830, os jornais costumavam ter seus títulos baseados em palavras como anunciante (advertiser), comercial (commercial) ou mercantil (mercantile) e após a “revolução comercial”, a ter em seus nomes palavras como “crítica”, “mensageiro”, “tribuna” (Schudson, 2010, p. 28).
Daí por diante a imprensa norte-americana dá um grande salto de qualidade e expansão com a transição do formato da imprensa conhecida como penny papers vez que os jornais, que até então tinham uma linha editorial direcionada para as classes da elite dominante em face dos os conteúdos serem veiculados para o interesse apenas desses grupos e o custo muito alto, passam a se tornar populares e serem vendidos por apenas um centavo e distribuídos por jornaleiros pelas ruas, o que fez com que alcançassem uma circulação bem maior do que os six penny – que eram vendidos a seis centavos e somente por meio de assinaturas anuais.
Assim sendo, os penny papers trouxeram consigo, como afirma categoricamente Schudson, “os ideais igualitários na política e na vida econômica e social, por meio de sua organização de vendas, da solicitação de publicidade, de sua ênfase sobre a notícia, dos serviços prestados a um grande publico e da redução no interesse pelo editorial” (Schudson, 2010, p. 75).
3.2. Surgimento do Jornalismo no Brasil
O surgimento do Jornalismo no Brasil se dá no final do século XIX com a fundação do “Diário de Pernambuco” em 7 de novembro de 1825 pelo tipógrafo Antonino José de Miranda Falcão.
Qual é o jornal mais antigo em circulação no Brasil?
Diário de Pernambuco é um jornal publicado na cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco, Brasil. É o mais antigo periódico em circulação da América Latina, fundado em 7 de novembro de 1825 pelo tipógrafo Antonino José de Miranda Falcão.
No Século XX depois surgiram o “Jornal do Brasil”, “O Globo”, “Folha de São Paulo”, “O Estado de São Paulo”, entre outros.
3.3 - Qual foi o primeiro canal especializado em jornalismo?
“Imagens do Dia” foi o primeiro telejornal da televisão brasileira e nasceu com a TV Tupi de São Paulo. Foi ao ar no dia 20 de setembro de 1950, dois dias depois da inauguração da TV no Brasil. Tinha um estilo radiofônico, com locução em off.
Em seguida vieram a TV Record de São Paulo, a TV Globo, do Rio de Janeiro, e, na década de 70, a TV Manchete, extinta em 1999, surgindo em seu lugar a Rede TV! o SBT, e posteriormente a Rede CNN Brasil e a Jovem Pan News, essas últimas emissoras ligadas a setores ultraconservadores e reacionários do agronegócio, dos empresários, Igrejas evangélicas, Segurança Pública e Forças Armadas.
4. Qual é o principal objetivo de um jornalista?
O jornalista é o profissional que trabalha nos meios de comunicação, responsável por investigar, apurar e divulgar de informações e fatos para toda comunidade, apresentadas ao público através das notícias, reportagens, artigos ou entrevistas. Ele pode atuar em televisão, rádio, internet, jornais, entre outros meios de comunicação.
Basicamente o jornalista é o profissional que colhe informações na fonte e as transmite para o público. Embora muita gente pense que é simples não é o que parece. Para cumprir sua missão diária este profissional precisa, muitas vezes, improvisar, exercitar seu espírito crítico, situar a informação dentro de um contexto social e interpretá-la.
Além disso, as fronteiras entre as funções dentro de um jornal impresso estão ficando muito tênues. Antes, o repórter fazia sua matéria, passava a bola para o revisor, e este para o editor que por sua vez a passava para o diagramador. Agora, o jornalista tem que dominar todo o processo, pois não há tempo a perder em um mundo de notícias em tempo real em termos de internet, que ele deve ter domínio das ferramentas do mundo virtual.
O jornalista é a pessoa que escreve as notícias nos jornais, nas revistas, na rádio, na televisão e, inclusive, como assessor de comunicação ou de imprensa e até mesmo nas denominadas ‘redes sociais’ ou ‘mídias sociais’. O jornalista tem que ser uma pessoa muito informada e estar atenta a tudo o que se passa ao seu redor onde ele vive, trabalha e no mundo que o rodeia.
Claro que não é ele que faz o jornal impresso ou o site, a revista, a rádio e a televisão sozinho. Por trás de tudo existe uma equipe de pessoas, a que ainda se chama redação, e que escrevem os artigos e matérias todos os dias. A figura do Editor-Chefe ainda não acabou e é de fundamental importância já que cabe a ele determinar a pauta do dia. Normalmente, o jornalista tem que andar a procura da informação, ou seja, fazer trabalho de pesquisa ou entrando em contato com suas fontes.
5 – As fontes de informação do jornalista
Para ser jornalista é preciso escrever muito bem, mas também muito claramente, de maneira a que todos os leitores os compreenda. Outro aspecto importante são as denominadas fontes. Em geral são pessoas que ocupam cargos de relevância nos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo e aqueles que tomaram conhecimento ou testemunharam um acontecimento relevante.
O furo da notícia está justamente no chamado “faro jornalístico” em que o profissional consegue e adquire uma informação ou entrevista exclusiva. Sabiam que existem jornalistas que se dedicam a um só assunto do jornal? Existem jornalistas que só escrevem sobre esporte, outros sobre economia, sobre política etc. Assim podem explicar como deve ser o assunto de que estão a falar.
6. Conclusão
Portanto, o jornalista é responsável por apurar, investigar e divulgar informações de interesse público em forma de notícias, artigos, reportagens ou entrevistas.
É preciso frisar, salientar e esclarecer que o bom jornalista deve ter vontade de aprender, examinar, ouvir e conhecer o que está à sua volta. É importante mencionar que caso haja detalhes importantes, de interesse público, isso pode e deve ser transformado em notícia. E, por falar nisso, as informações de interesse público, transformadas em notícia ou reportagem, são uma das características do jornalista profissional que deve ser sempre feitas com imparcialidade.
Infelizmente, surgiram na década de 2000 no mundo, as plataformas digitais como o Facebook, Instagram, Twitter, Telegran, Google, Youtube e Whatshapp, as denominadas redes sociais ou mídias sociais, e sem a devida regulamentação por lei no Brasil e no mundo, com milhões de pessoas cadastradas de todas as classes sociais e, sobretudo, quem tem dinheiro ou possui grandes fortunas ou são, sobretudo, políticos exercendo um grande poder de influência como “formadores de opinião”, assim como são os jornalistas, repassam informações falsas, mentirosas que são divulgadas e espalhadas conhecidas domo fake-news. Além do discurso de ódio propagado assim como na época da Alemanha Nazista cujo principal difusor e mentor foi o ministro da propaganda do Regime Joseph Goelbells.
Referência
SCHUDSON, M. A revolução no jornalismo norte-americano na era do Igualitarismo: a Imprensa Penny. In: Descobrindo a notícia: uma história social dos jornais nos Estados Unidos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
NOTA:
1. “Acta Diurna”, onde eram divulgadas as conquistas militares do Imperador Júlio Cesar. Esta ata foi considerado o primeiro jornal do mundo.
2. Surgimento dos jornais escritos a mão no século VIII, na China.
3. Surgimento do Jornalismo no Brasil se dá no final do século XIX com a fundação do “Diário de Pernambuco” em 7 de novembro de 1825 pelo tipógrafo Antonino José de Miranda Falcão.
4. “Imagens do Dia” foi o primeiro telejornal da televisão brasileira e nasceu com a TV Tupi de São Paulo.
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