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domingo, 31 de janeiro de 2021

Eleição para presidente da Câmara dos Deputados será bastante disputada, mas líder do Centrão, Arthur Lira, é o favorito. Bolsonaro entrou na disputa e ofereceu três bilhões aos deputados para elegê-lo. Roberto Jorge, jornalista.

O desentendimento entre os candidatos Arthur Lira e Baleia Rossi começaram quando ambos divergiram sobre a MP da regularização fundiária.

Lira acusou Baleia de ter rompido com um acordo construído sobre a MP da regularização fundiátia, alguns meses atrás. Baleia Rossi é o candidato apoiado pelo presidente da Câmara Rodrigo Maia. Baleia respondeu dizendo que havia sido mal interpretado e que ele havia se equivocado.

Apesar de nenhum líder cravar que o rompimento é definitivo, caciques do "Centrão" viram na atitude de Lira o início de uma movimentação mais enfática dele para marcar distância de Maia e buscar construir sua candidatura à presidência da Câmara, o que acabou acontecendo.

Embora a Frente Parlamentar do Agronegócio sobre a votação do tema tivesse sido consultada, mas não os líderes, ainda no WhatsApp, Lira subiu o tom: “Não tem bobo nem inocente neste mundo”.

Ao retirar a MP de pauta, Maia atendeu à oposição. Segundo parlamentares, o presidente da Casa sabia que se fosse candidato a reeleição precisava de deputados contrários a Bolsonaro para manter pelo menos 130 parlamentares — uma média da oposição — a seu favor.

Por fim, saiu do grupo no aplicativo e organizou outro, que chamou de “Os independentes”, e reúne os partidos que negociavam para ir para a base do governo, marcando assim uma divisão entre os mais próximos de Jair Bolsonaro e outra ala, aliada a Maia.

Lira é o principal nome do governo Bolsonaro que quer e deseja a presidência da Câmara dos Deputados em eleição que acontecerá nessa segunda-feira, 1º de fevereiro de 2021.

O Supremo Tribunal afirmou que Maia não poderia mais ser candidato a reeleição. O bate-boca no aplicativo de mensagens teve como protagonistas o líder do PP e o líder do MDB, Baleia Rossi (SP), confirmado candidato a presidência da Câmara apoiado pelo atual presidente Rodrigo Maia, por partidos de centro-direita, direita, centro-esquerda, esquerda, num verdadeiro ‘balaio de gatos’.

A avaliação de dirigentes partidários é a de que o líder do PP quis mandar um recado ao Palácio do Planalto ao se distanciar de Maia. E, além disso, já procura entre os próprios pares se posicionar como uma alternativa ao presidente da Câmara. Nos bastidores, deputados dizem que já havia um mal-estar entre Maia e líderes dos partidos que vêm se aproximando de Bolsonaro desde que eles começaram a negociar com o chefe do Executivo, minando, de certa forma, a influência do presidente da Câmara.

De olho na presidência da Câmara, Lira tem negociado cargos e buscado apoio em partidos da oposição. Aposta do presidente Jair Bolsonaro, o deputado do Progressistas lançou candidatura com slogan “para toda a Câmara ter voz”. Ao mesmo tempo, Rodrigo Maia dispara contra Bolsonaro e diz que governo está desesperado pelo comando da Casa. Maia declarou que o candidato do grupo não é nem de direita, nem de esquerda, e que o candidato apoiado por ele, Baleia Rossi, já têm o apoio da maioria dos deputados para ganhar a eleição.

Rodrigo Maia não mais poderá ser candidato a reeleição, Arthur Lira deverá ser o candidato da direita e da extrema-direita apoiado por Bolsonaro. O PSB que anteriormente estava inclinado a apoiar a candidatura de Arthur Lira agora faz parte do bloco de centro-esquerda e esquerda que estará ao lado de Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara e que apoiará Baleia Rossi. No entanto o prefeito João Campos do PSB está apoiando explicitamente a candidatura de Arthur Lira.

Seria vergonhoso um partido que se diz de centro-esquerda, aderindo ao fisiologismo e apoiando o que há de mais deplorável em política. Até onde irá Bolsonaro com um presidente da Câmara que o apoia incondicionalmente desde que tenha vantagens, como sempre age o “Centrão”?

No entanto, Baleia Rossi ajudou no processo de Impeachment (Golpe de Estado) contra a então presidente Dilma Rousseff, liderando deputados alinhados. MDB hoje não é um partido político confiável e até mesmo o Partido dos Trabalhadores sabe muito bem disso.

Maia obteve a adesão de bloco de esquerda na Câmara formado pelo PT, PDT, PSB, PCdoB e Rede que declararam apoio ao bloco do atual presidente da Câmara, que tenta indicar um sucessor.  Ele já garantiu uma base de mais de 230 deputados, com vantagem numérica em relação a Arthur Lira (PP), apoiado por Bolsonaro.

Em consulta divulgada na quarta-feira (13) pelo Eurasia Group, a mais destacada consultoria de risco político do mundo afirmou que o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, Arthur Lira, já teria os números suficientes para se eleger presidente da Câmara dos Deputados.

Segundo levantamento realizado pela consultoria, Arthur Lira venceria por “ampla maioria” Baleia Rossi (MDB-SP). O candidato apoiado por Rodrigo Mais e por um bloco de 11 partidos. O Eurasia Group fez um levantamento “parte a parte” com deputados federais e funcionários da Câmara nos últimos dias para avaliar o nível de apoio para os candidatos a presidente Arthur Lira e Baleia Rossi.

Estimativas revelam que Arthur Lira teria cerca de 260 votos, mais do que os 257 necessários para ser eleito ainda no 1º turno da eleição. De acordo ainda com o Eurasia Group, o número pode ultrapassar 300 votos.

A consultoria Eurasia Group afirma que as baixas na base de Baleia Rossi indicam a tendência de uma ampla traição, inclusive generalizadas.

De acordo com o Eurasia Group, o maior número estaria nos partidos denominados de esquerda ou centro-esquerda.  De acordo com a consultoria, metade dos 30 deputados federais do PSB estariam propensos a votar em Arthur Lira, assim como pelo menos nove dos 26 deputados do PDT.

Já nos partidos denominados de centro, que apoiavam formalmente Rossi, quase metade do PSDB (14 de 33) pode apoiar Lira, e alguns dirigentes partidários sugerem que mais da metade dos deputados dentro do próprio partido de Rodrigo Maia (DEM) também poderia estar com ele.

Todavia fatos novos vêm acontecendo na Câmara dos Deputados faltando poucos dias para a eleição.

Com a maioria de votos no PSL, os dissidentes bolsonaristas – 30 ao todo - passaram a apoiar a candidatura de Arthur Lira que agora passa a contar com o apoio de 10 partidos, que somam atualmente 232 deputados: PSL, PL, PP, PSD, Republicanos, PTB, PROS, Podemos, PSC, Avante e Patriota.

Baleia Rossi tem o apoio declarado de outros 11 partidos: PT, MDB, PSDB, PSB, DEM, PDT, Solidariedade, Cidadania, PCdoB, PV e Rede, cujas bancadas atuais totalizam 236 parlamentares.

 

No entanto, a formação dos blocos não significa garantia de votos. Nos bastidores, várias lideranças admitem não haver unanimidade em suas bancadas. Como a votação é secreta, os deputados não precisam seguir a orientação de seus partidos. Além do PSL, o Solidariedade foi outro partido que trocou de lado. Só que, no caso, ele fez o caminho inverso: deixou o grupo de Lira e foi para o de Baleia.

 

Até a eleição, os blocos ainda podem sofrer mudanças.

E ainda têm mais seis candidaturas que foram lançadas: a do deputado Marcel Van Hatten do Partido Novo (RS) de Alexandre Frota (PSDB-SP), André Janones (Avante-MG), Capitão Augusto (PL-SP),  líder da chamada “bancada da bala” (já renunciou sua intenção de ser candidato e está apoiando Arthur Lira -, e Fábio Ramalho (MDB-MG), ex-vice-presidente da Câmara e Luiza Erundina do PSOL de São Paulo.

Agora, até a eleição, são sete os deputados que irão disputar o cargo em fevereiro. Eles se juntam aos favoritos Baleia Rossi (MDB-SP) e Arthur Lira (PP-AL), que concentram a preferência de boa parte dos parlamentares, e que tentará a disputa de forma avulsa.

Segundo o jornalista e colunista da Revista “VEJA”, Ricardo Noblat, o propósito do presidente Bolsonaro é de manter-se no poder e quem sabe reeleger-se daqui a um ano.

De acordo com Noblat, primeiro ponto do plano: emplacar nomes de sua inteira confiança nas presidências da Câmara dos Deputados e do Senado. Os nomes: Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

O mais importante dos dois é Lira. Cabe ao presidente da Câmara aceitar a abertura de processo de impeachment contra o presidente da República. Há 56 pedidos na Câmara. Se eleito, Lira não aceitará nenhum. A não ser que Bolsonaro se enfraqueça ao ponto de tornar impossível a tarefa de sustentá-lo.

Uma coisa fique bem certa: aquele que vencer a eleição para presidente da Câmara dos Deputados manterá um bom relacionamento com o presidente Bolsonaro, facilitando o caminho para os projetos de seu interesse.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o líder do governo na Casa, Ricardo Barros, afirmou que o deputado federal Arthur Lira (PP) deve vencer Baleia Rossi (MDB) na eleição para a presidência da Câmara já no 1º turno, prevê. Esse é o “sentimento geral” entre os deputados, disse ele.

Agora à noite na Globo News, os dois candidatos foram entrevistados pela jornalista e colunista de “O Globo”, Andrea Sadi. Ambos estavam bastante confiantes.

 

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