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Jornalista envolvido e preocupado com questões sociais e políticas que afligem nossa sociedade, além de publicar matérias denunciando pessoas ou entidades que praticam atos contra o interesse público e agindo, sempre, em defesa da sociedade.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Artigo – A tragédia da boate Kiss. Roberto Jorge é advogado e jornalista. www.ditoconceito.blogspot.com.br

Há exatamente oito anos uma nova tragédia acontecia no Brasil. Um incêndio numa boate do Rio Grande do Sul deixou mais de duzentos mortos. O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a apresentação da banda que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico. Segundo relatos da época, testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "Sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se propagou em poucos minutos.

Segundo a Defesa Civil, o fogo realmente começou na espuma de isolamento acústico quando um dos integrantes da banda que se apresentava acendeu um sinalizador que atingiu o teto. Um segurança da casa e o vocalista da banda tentaram apagar o incêndio, mas o extintor não funcionou. O sanfoneiro da banda, Danilo Jaques, de 30 anos, estava entre os mortos.

O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. A grande maioria morreu asfixiada em razão da inalação do produto tóxico e outra parte terminou morrendo pisoteada.

Segundo a polícia, o público na hora da tragédia era de aproximadamente mil pessoas. O Corpo de Bombeiros, no entanto, estimou na época que o número era bem maior, chegando a cerca de 1.500 pessoas. Um dos proprietários da boate Kiss, que pegou fogo naquela madrugada de domingo (27.01.2013) em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, prestou depoimento a polícia e confirmou que o alvará da casa estava vencido, porém em processo de renovação. 

O número de mortos no incêndio foi de 240 pessoas, sendo que cerca de 600 foram hospitalizadas (uma grande parte em estado grave). 

Eles foram indiciados sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção) e provocação de incêndio. Na época do incêndio, além do alvará de funcionamento, a boate funcionava também sem o Plano de Prevenção a Incêndio, vencido desde agosto de 2012, de acordo com o secretário nacional de Defesa Civil, coronel Humberto Viana.  Segundo alguns sobreviventes seguranças teriam barrado a saída das pessoas em pânico para que elas pagassem pelo consumo das bebidas e tira-gostos, o que acabou sendo confirmado.

Este é o segundo maior incêndio do Brasil. A maior tragédia brasileira foi registrada em 1961, quando 503 pessoas morreram em um incêndio no Grande Circo Brasileiro, em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro.

A época do sinistro o major Gerson da Rosa Ferreira afirmou que estava coordenando as operações da policia militar no local e que as mortes foram causadas por asfixia e pisoteamento. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os corpos das vítimas foram levados para o ginásio do Centro Desportivo Municipal para reconhecimento. Mídias locais citaram que os corpos foram transportados em caminhões e levados ao ginásio. Até mesmo as partidas do campeonato gaúcho haviam sido canceladas.

O governador tinha enviado uma mensagem pelo Twitter lamentando a tragédia e disse que iria viajar para a cidade. A prefeitura de Santa Maria decretou luto oficial de 30 dias.

Até a então presidente Dilma Rousseff que estava no Chile retornou imediatamente ao Brasil e ofereceu toda a ajuda possível. Ela chorou quando soube da tragédia e ficou em estado de choque.

A tragédia foi manchete nos principais veículos de comunicações do mundo, principalmente as redes CNN (americana), BBC (do Reino Unido), e nas Agências de Notícias France Press (França), Reuters (Britânica), EFE (Espanhola).

Como sempre, já deveria ter acontecido o julgamento dos indiciados: os proprietários da boate Kiss, o engenheiro e dois membros da banda, inclusive o que utilizou os sinalizadores. Eles responderão por homicídio culposo. O julgamento foi transferido para a capital Porto Alegre.

 

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