Secretária de Educação de Alagoas esculacha e
culpa professores e contratados por mau desempenho dos alunos durante pandemia.
Roberto Cavalcanti e advogado e jornalista.
www.ditoconceito.blogspot.com.br
Não tendo o menor apreço pelos profissionais da
Educação, sobretudo professores e monitores, a secretária de Estado da
Educação, Laura Souza, culpou os professores pela falta de engajamento dos
alunos nas atividades on-line durante
a pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-10 ou Sars-cov2).
Num vídeo obtido pela Sinteal, gravado a partir
de uma reunião, que ocorreu na quarta-feira (12), que tinha o objetivo de ouvir
os profissionais do magistério como um todo, englobando professores concursados
e contratados, a senhora secretária de Educação afirmou que “seria dever moral
dos educadores trazer os estudantes para a sala de aula
virtual”. Declarando, ainda, que “no atual momento, o mais importante não
é a aprendizagem, mas a participação dos estudantes na rotina virtual”.
E foi ainda mais longo. Além de responsabilizar
os professores, ameaçou os monitores contratados pela rede pública de ensino
com demissão, afirmando que, “se não tem aluno, não tem aula e, se não tem
aula, não tem como manter os contratos ativos. "Isto não é assédio moral
nem ameaça, é lógica".
É assédio moral, sim, secretária de Educação.
Sobretudo, porque não é a primeira vez que a senhora ofende e humilha os
professores e contratados para dar aulas.
A escritora e psicanalista francesa Marie France Hirigoyen, em sua
obra "Assédio Moral: a violência perversa do cotidiano" publicada
pela Editora Bertrand do Brasil, assevera que “por assédio moral
se entende toda e qualquer conduta abusiva, manifestando-se, sobretudo, por
comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer danos à
personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa,
pôr em perigo seu emprego ou degradar o ambiente de trabalho”.
O comando do Sindicato dos Trabalhadores em
Educação do Estado de Alagoas (Sinteal) reagiu com repúdio à declaração da
gestora.
A agora secretária de Educação de Alagoas, que
por sinal também é professora de Química da Universidade Federal de Alagoas,
deveria ter mais respeito e consideração pelos seus pares.
Na verdade, durante a reunião remota, o objetivo
da secretária de Educação do estado de Alagoas era ouvir os professores, porém
acabou escutando muito desabafo.
A secretária de Estado da Educação, Laura Souza,
não teve humildade e agiu como uma “líder autoritária”, o pior tipo de
liderança que existe em termos de ‘Recursos Humanos e ‘Gestão de Pessoas’.
A culpa não é dos professores. Cabe a ela e ao
Estado de Alagoas sob a gestão do governador Renan Filho oferecer as condições
necessárias para a boa prática do binômio ‘ensino-aprendizagem’ e dar garantias
para que o serviço alcance os alunos.
Os professores e os contratados têm dado o melhor
de si em relação às aulas online, inclusive tendo que vir a conhecer
‘ferramentas ou plataformas’ para poderem dar suas aulas, algo jamais visto e
presenciado na História de Alagoas, durante o período de pandemia, além do
esforço para conseguir cumprir o ofício.
Em face disso, dessa exigência descomunal, para
que os professores e monitores cumpram seu dever de ofício – e o estão fazendo,
às duras penas - sem o devido diálogo, e atacando os profissionais da Educação,
a senhora secretária, Laura Souza, presta um desserviço à população, inclusive
tendo o dever de se explicar perante a sociedade de suas atitudes grosseiras e
desrespeitosas.
E o pior de tudo é que muitos alunos não possuem
internet em suas residências e aqueles que fazem uso do celular nem sempre têm
crédito suficiente. E muitos sequer têm um aparelho moderno que ajude a captar
a transmissão dos dados.
E o estado de Alagoas está oferecendo o que a
esses alunos em termos de recursos para poderem estudar?
Que saiba, nada! Só cobrança, sobretudo em
relação aos professores e contratados para que o período letivo não seja
perdido.
Com a palavra a secretária de Estado da Educação
e o governador Renan Filho para suas explicações.
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