Polícia Civil e Ministério Público prendem um
PM reformado e um ex-PM como assassinos da vereadora Marielle. Ainda falta o mandante. Roberto Ramalho,
jornalista.
www.ditoconceito.blogspot.com.br.
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam, na
madrugada de hoje, de surpresa (Já que ambos teriam sido avisados que seriam
capturados), um PM reformado e um ex-PM acusados de envolvimento no assassinato
da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
As prisões ocorrem 2 dias antes de os crimes completarem um ano, dia 14
próximo.
Segundo as investigações, o PM reformado Ronnie Lessa seria o autor dos
13 tiros que mataram Marielle e Anderson. Os crimes teriam sido planejados por
três meses. Depois de presos, passaram a circular na internet e no noticiário
dois fatos: 1º) o acusado moraria no mesmo condomínio do presidente Bolsonaro,
no Rio; e 2º) foto dos dois, de 2011, foram disseminadas pela rede.
Para assassinar Marille, Lessa teria feito pesquisas na internet sobre
locais frequentados por ela e sobre a submetralhadora MP5, que pode ter sido
usada.
Da mesma forma, pesquisou, ou teria pesquisado, informações sobre o
então interventor na segurança pública do Rio, o general de Exército Braga
Netto.
Provas do crime foram encontradas em arquivos armazenados na nuvem. O
policial aposentado teria usado celular comprado com o CPF de outra pessoa.
Para chegar a essa conclusão, a Divisão de Homicídios rastreou números
de telefone que se conectaram a antenas de telefonia nas áreas por onde o carro
de Marielle passou na noite de 14 de março de 2018.
Uma Câmera, inclusive, flagrou o momento em que tela de celular se
acendeu no carro que seguia Marielle, e de onde o assassino atirou. A polícia
passou a ter o exato local e horário em que o telefone se conectou a antena da
região. É provável que os dados tenham sido obtidos com o Google, que armazena
dados de buscas e histórico de atividades.
A respeito da foto com o PM reformado preso hoje, o presidente Bolsonaro
disse que tem milhares de fotos com policiais de todo o Brasil. Disse ele:
"Eu tenho foto com milhares de policiais civis e militares, com milhares,
do Brasil todo."
Simone Sibilio, promotora de justiça e coordenadora do Gaeco, explicou a
causa do crime, no seu entendimento: "O crime contra a Marielle Franco,
segundo as investigações, todos os autos de investigação nos autorizam, hoje, afirmar e a colocar e a imputar aos dois
denunciados que o crime se deu por motivação torpe, decorrente de uma abjeta,
de uma repulsa, de uma reação de Ronnie Lessa a uma atuação política de Marielle
na defesa de suas causas.
Marielle sempre defendia causas voltadas para as minorias. Para as
mulheres negras, LGBT, entre outras causas. Isso ficou comprovado, ficou
suficientemente indiciado a ponto do MP denunciar por essa motivação. Essa é
uma motivação torpe, abjeta".
A promotora ainda acrescentou dizendo: “Essa motivação ela é decorrente
da atuação política dela, mas não inviabiliza um possível mando. Ela não
inviabiliza que o crime tenha sido praticado por uma paga ou promessa de
recompensa. Essas causas juridicamente e faticamente não se
repelem".
Ainda falta descobrir o mandante ou mandantes. E essa será a parte mais difícil e delicada da investigação.
Mais tarde, a Polícia Civil carioca encontrou um verdadeiro arsenal de
guerra: 117 fuzis incompletos, M-16, na casa de amigo do PM Ronnie Lessa,
acusado de matar Marielle Franco. Estavam desmontadas, faltando os canos.).
É lamentável que pessoas façam parte de uma corporação centenária, e,
quando expulsos, afastados ou reformados, depois façam parte do crime
organizado.
Todas as Polícias Militares do Brasil tem o dever de fazer um pente
fino. Tem muito policial praticando violência, sem nenhuma justificativa, e
manchando os quadros da Instituição.
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