Ex-presidente e outras
nove pessoas são presas após ordem assinada pelo Juiz Bretas, responsável pela
Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro. Roberto Ramalho, jornalista.
www.ditoconceito.blogspot.com.br.
O ex-presidente Michel
Temer foi preso, na manhã dessa quinta-feira, de surpresa, quando no carro,
estava chegando ou saindo de sua casa de Pinheiro, em São Paulo, pela
Força-tarefa da Lava Jato, do Rio.
Os agentes da Polícia
Federal agora tentam cumprir mandado de prisão contra Moreira Franco,
ex-ministro de Minas e Energia (sua esposa é sogra do presidente da Câmara
Federal). Os mandados foram expedidos pelo Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara
Federal Criminal do Rio. A sentença do magistrado tem mais de 50 páginas.
Temer foi o 37º presidente
da República. Assumiu o cargo em 31 de agosto de 2016, após o impeachment de
Dilma Rousseff, e ficou até a posse de Bolsonaro, em 1º de janeiro deste ano.
O ex-presidente responde a
10 inquéritos - 5 deles tramitavam no Supremo Tribunal Federal e foram enviados
à primeira instância, após perder o foro privilegiado. Por volta do meio-dia, foi divulgada a
prisão do ex-ministro Moreira Franco, no Rio, um dos principais ministros de
seu governo. Moreira foi abordado pela Polícia Federal quando se deslocava, de
carro, por uma avenida do Rio. Outro ex-ministro também estaria com prisão
decretada. Ao ser preso, Temer
revoltado disse: "é uma barbaridade". Ele é professor de Direito
Constitucional.
Em Brasília, o comentário é de que a prisão de Temer ocorre no momento em que há fortes divergências entre o Ministro da Justiça, Moro, e o presidente da Câmara Federal. Os acontecimentos da última hora estão criando uma situação desfavorável ao governo Bolsonaro e abalando fortemente o ambiente político O presidente completa hoje completa 64 anos e encontra-se para o Chile onde terá reunião com o presidente Piñera e com outros presidente Sul-americanos.
A operação de hoje recebeu
o nome de Descontaminação. São 8 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de
prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão.
Na ordem de prisão, o Juiz
Marcelo Bretas afirmou o seguinte em relação a Temer: "É importante que se tenha em mente que um dos
representados, Michel Temer, professor renomado de Direito e parlamentar muito
honrado com várias eleições para a Câmara Federal, era à época o
vice-presidente da República do Brasil. Recentemente, inclusive, ocupou a
Presidência de nosso país. Daí o relevo que deve ser dado à análise de seu
comportamento, pois diante de tamanha autoridade é igualmente elevada a sua
responsabilidade".
A denúncia do Ministério Público revela que Temer havia acumulado um ´crédito de propina´, que receberia pelos próximos anos, por atos que beneficiaram o setor empresarial.
A Polícia Federal - por
volta das 14 horas - informou que 6 pessoas haviam sido presas, faltando ainda
4 com ordem de prisão. Os presos são: Michel Temer, Moreira Franco, Carlos José
Zimmermann, Maria Rita Fratezi, Carlos Alberto Costa e coronel Lima.
A reforma da previdência,
que precisa ser aprovada duas vezes na Câmara e no Senado, deve ser atingida
pelos estilhaços políticos da prisão de hoje. Em Brasília, todos observam as
ligações do presidente da Câmara Federal com o ex-ministro Moreira Franco,
casado com sua sogra. O ambiente político foi fortemente alterado com os
acontecimentos de hoje.
Em entrevista coletiva
depois das 16 horas, procuradora da República revelou que o grupo criminoso
atuava no Rio há 40 anos. Segundo
o Ministério Público Federal, o grupo que seria chefiado pelo ex-presidente
Temer recebeu R$ 1,8 bilhão em propinas.
O MDB, partido de Temer,
divulgou nota oficial:
"O MDB lamenta a
postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi
demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República,
Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça
restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao
contraditório e o direito de defesa".
Enquanto isso, em
Curitiba, outro presidente (Lula) está preso sem ter praticado nenhum crime,
numa sentença absurda.
Lula foi sentenciado pelo
ex-Juiz Sergio Moro com a finalidade de afastá-lo da eleição para presidente da
República. Embora confirmada pelo TRF da 2ª Região, pelos três desembargadores,
um deles, após a confirmação da condenação, foi convidado e fez palestra no
Clube Militar, em que teve como um dos responsáveis pelo convite, o atual
vice-presidente Hamilton Mourão.
Coincidência? É óbvio que
não!
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