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Jornalista envolvido e preocupado com questões sociais e políticas que afligem nossa sociedade, além de publicar matérias denunciando pessoas ou entidades que praticam atos contra o interesse público e agindo, sempre, em defesa da sociedade.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Artigo – A vitória do candidato de extrema-direita, chamado de ultraliberal, Javier Milei, na Argentina. Roberto Ramalho é advogado, jornalista, Colunista do Portal RP-Bahia, estudioso de Ciência Política e política internacional. www.ditoconceito.blogspot.com.br

Considerações Gerais

O candidato de extrema-direita Javier Milei, também denominado de libertário, foi eleito o novo presidente da Argentina com uma vantagem histórica sobre o rival peronista Sergio Massa do partido Justicialista.

O candidato governista e ministro da economia já sabendo que seria o perdedor na eleição, reconheceu a derrota antes mesmo do fim da apuração e da divulgação dos votos.

"Quero dizer que obviamente os resultados não são os que esperávamos e tenho me comunicado com Javier Milei para felicitá-lo, porque é o presidente e é quem vai liderar a Argentina nos próximos quatro anos", afirmou o candidato Sérgio Massa.

A eleição ocorreu num contexto de crise fiscal e monetária na Argentina, com uma inflação que ultrapassa os 140% este ano, o peso se desvaloriza e a pobreza atinge 40% da população.

O tema dominou a campanha eleitoral, com os dois candidatos do segundo turno sendo economistas, mas com ideias opostas. No primeiro turno, o candidato peronista Massa obteve 36,68%, contrariando quase todas as pesquisas de opinião, e o candidato de extrema-direita, Javier Milei da coalizão “Liberdade Avança” conseguiu 29,98% dos votos. O resultado foi completamente contrário das primárias eleitorais, vencidas por Milei.

O resultado deixou o eleitor dividido entre o peronismo, desgastado pelo governo de Alberto Fernández, e as propostas libertárias de Milei, que incluíram a dolarização do país e o fim do Banco Central, o que não acredito que acontecerá após a sua vitória.

Coube a candidata de centro-direita Patricia Bullrich, que ao que tudo indica teria forças para ir ao segundo turno, ficou em terceiro lugar. Depois resolveu declarar apoio ao candidato declarado libertário no segundo turno. Com certeza o apoio dela contribuiu para que Milei conseguisse a vitória no segundo turno. Os dois candidatos já haviam acenado ao centro nas últimas semanas.

Javier Milei surgiu como uma terceira força política conseguindo virar o jogo eleitoral. O presidente eleito da Argentina se colocou como um outsider e disse que iria acabar com a classe dominante, reduzir o governo e fechar o Banco Central, cuja política monetária ruim, segundo ele, "rouba" dinheiro dos argentinos por meio da inflação.

As palavras fortes contra os políticos tradicionais, segundo ele, e a marca registrada do cabelo desordenado o lhe rendeu comparações com o ex-premiê britânico Boris Johnson além de sua suas costeletas acabaram conquistando um público que se viu representado em seu jeito mais próximo do povo argentino, sobretudo dos mais jovens, muitos desempregados e desiludidos com a situação atual do país.

Fato curioso

Antes de chegar à política, o presidente eleito da Argentina, Javier Milei foi goleiro do clube de futebol argentino Chacarita Juniors, porém, encerrou a carreira no começo dos anos 1990.

Javier Milei nasceu no bairro portenho da província de Palermo, em 22 de outubro de 1970, e teve uma infância marcada por polêmicas em família. Ele mesmo reconhece que não se dava bem com a família, apenas com sua irmã, Karina Milei.

De acordo com ele, ela é a pessoa que melhor o conhece e "a grande arquiteta" de seus acontecimentos políticos. Milei afirmou a diferentes meios de comunicação que, caso se tornasse presidente, sua irmã, Karina Milei, desempenhará o papel de primeira-dama.

Ascensão política

A ascensão de Javier Milei rumo à Casa Rosada teve início em 2018 nos principais meios de comunicação argentinos, com a divulgação de seu discurso "liberal libertário", como costuma chamar.

Suas aparições no rádio e na televisão locais geraram polêmica, seja entre seus colegas economistas, jornalistas ou apresentadores. O grande salto em sua carreira política veio em 2020, quando anunciou sua candidatura à presidência nas eleições de 2023. Esse passo abriu caminho para que seu partido, La Libertad Avanza, conquistasse duas cadeiras na Câmara dos Deputados no ano seguinte, ocupados por ele e por sua candidata à vice-presidência, Victoria Villarruel.

Conclusão

Milei será e se comportará como um caudilho, e nada fará de bom na sua gestão. A Argentina mergulhará num governo autoritário e reacionário.

Na segunda-feira, após a sua vitória nas urnas derrotando o candidato peronista Sérgio Massa, Milei anunciou que realmente fechará o Banco Central, privatizará a empresa petrolífera IPF e dolarizará a economia o que causará o aumento no custo da produção prejudicando as exportações do país.

Para governar terá que negociar com partidos da oposição para conseguir tomar medidas menos austeras e controversas tendo de dialogar para aprovar alguns projetos de seu governo.

Numa live com o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, Milei agradeceu o apoio recebido pelos políticos reacionários e autoritários do seu partido assim como de outros de direita do Brasil já os convidando para a sua posse no dia 10 de dezembro próximo.

Nessa terça-feira Javier Milei eleito presidente da República da Argentina no domingo, 19 de novembro, se encontrou com o  atual presidente Alberto Fernandez, cuja foto demonstrou que ambos estavam constrangidos.

Choro por ti Argentina!

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