Artigo – A vitória do candidato de extrema-direita, chamado de ultraliberal, Javier Milei, na Argentina. Roberto Ramalho é advogado, jornalista, Colunista do Portal RP-Bahia, estudioso de Ciência Política e política internacional. www.ditoconceito.blogspot.com.br
Considerações Gerais
O candidato de extrema-direita Javier Milei,
também denominado de libertário, foi eleito o novo presidente da Argentina com
uma vantagem histórica sobre o rival peronista Sergio Massa do partido
Justicialista.
O candidato governista e ministro da economia já
sabendo que seria o perdedor na eleição, reconheceu a derrota antes mesmo do
fim da apuração e da divulgação dos votos.
"Quero dizer que obviamente os resultados
não são os que esperávamos e tenho me comunicado com Javier Milei para
felicitá-lo, porque é o presidente e é quem vai liderar a Argentina nos
próximos quatro anos", afirmou o candidato Sérgio Massa.
A
eleição ocorreu num contexto de crise fiscal e monetária na Argentina, com uma
inflação que ultrapassa os 140% este ano, o peso se desvaloriza e a pobreza
atinge 40% da população.
O
tema dominou a campanha eleitoral, com os dois candidatos do segundo turno
sendo economistas, mas com ideias opostas. No
primeiro turno, o candidato peronista Massa obteve 36,68%, contrariando quase
todas as pesquisas de opinião, e o candidato de extrema-direita, Javier Milei
da coalizão “Liberdade Avança” conseguiu 29,98% dos votos. O resultado foi
completamente contrário das primárias eleitorais, vencidas por Milei.
O resultado deixou o eleitor dividido entre o
peronismo, desgastado pelo governo de Alberto Fernández, e as propostas
libertárias de Milei, que incluíram a dolarização do país e o fim do Banco
Central, o que não acredito que acontecerá após a sua vitória.
Coube a candidata de centro-direita Patricia
Bullrich, que ao que tudo indica teria forças para ir ao segundo turno, ficou
em terceiro lugar. Depois resolveu declarar apoio ao candidato declarado
libertário no segundo turno. Com certeza o apoio dela contribuiu para que Milei
conseguisse a vitória no segundo turno. Os dois candidatos já haviam acenado ao
centro nas últimas semanas.
Javier Milei surgiu como uma terceira força
política conseguindo virar o jogo eleitoral. O presidente eleito da Argentina
se colocou como um outsider e disse que iria acabar com a classe dominante,
reduzir o governo e fechar o Banco Central, cuja política monetária ruim,
segundo ele, "rouba" dinheiro dos argentinos por meio da inflação.
As
palavras fortes contra os políticos tradicionais, segundo ele, e a marca
registrada do cabelo desordenado o lhe rendeu comparações com o ex-premiê
britânico Boris Johnson além de sua suas costeletas acabaram conquistando um
público que se viu representado em seu jeito mais próximo do povo argentino,
sobretudo dos mais jovens, muitos desempregados e desiludidos com a situação
atual do país.
Fato curioso
Antes
de chegar à política, o presidente eleito da Argentina, Javier Milei foi
goleiro do clube de futebol argentino Chacarita Juniors, porém, encerrou a
carreira no começo dos anos 1990.
Javier
Milei nasceu no bairro portenho da província de Palermo, em 22 de outubro de
1970, e teve uma infância marcada por polêmicas em família. Ele mesmo reconhece
que não se dava bem com a família, apenas com sua irmã, Karina Milei.
De
acordo com ele, ela é a pessoa que melhor o conhece e "a grande
arquiteta" de seus acontecimentos políticos. Milei afirmou a diferentes
meios de comunicação que, caso se tornasse presidente, sua irmã, Karina Milei, desempenhará
o papel de primeira-dama.
Ascensão
política
A
ascensão de Javier Milei rumo à Casa Rosada teve início em 2018 nos principais
meios de comunicação argentinos, com a divulgação de seu discurso "liberal
libertário", como costuma chamar.
Suas
aparições no rádio e na televisão locais geraram polêmica, seja entre seus
colegas economistas, jornalistas ou apresentadores. O grande salto em sua
carreira política veio em 2020, quando anunciou sua candidatura à presidência
nas eleições de 2023. Esse passo abriu caminho para que seu partido, La
Libertad Avanza, conquistasse duas cadeiras na Câmara dos Deputados no ano
seguinte, ocupados por ele e por sua candidata à vice-presidência, Victoria
Villarruel.
Conclusão
Milei será e se
comportará como um caudilho, e nada fará de bom na sua gestão. A Argentina
mergulhará num governo autoritário e reacionário.
Na segunda-feira, após a
sua vitória nas urnas derrotando o candidato peronista Sérgio Massa, Milei anunciou
que realmente fechará o Banco Central, privatizará a empresa petrolífera IPF e dolarizará
a economia o que causará o aumento no custo da produção prejudicando as
exportações do país.
Para governar terá que
negociar com partidos da oposição para conseguir tomar medidas menos austeras e
controversas tendo de dialogar para aprovar alguns projetos de seu governo.
Numa live com o
ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, Milei agradeceu o
apoio recebido pelos políticos reacionários e autoritários do seu partido assim
como de outros de direita do Brasil já os convidando para a sua posse no dia 10
de dezembro próximo.
Nessa terça-feira Javier
Milei eleito presidente da República da Argentina no domingo, 19 de novembro, se
encontrou com o atual presidente Alberto
Fernandez, cuja foto demonstrou que ambos estavam constrangidos.
Choro por ti Argentina!
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