Alexandre de Moraes é o mais cotado
para vaga no STF. Ele deverá desagradar os meios jurídicos que se
contrapõem ao seu nome.
Roberto Ramalho é jornalista, advogado me
colunista do Portal RP-Bahia.
Atual ministro da Justiça
Alexandre de Moraes deverá ser o indicado pelo presidente Temer para
ocupar a vaga para a substituição de Teori Zavascki.
Ele conta com apoio de integrantes do Supremo e sua indicação pode ser oficializada ainda hoje pelo presidente Michel Temer.
O
ministro da Justiça agrada juristas de São Paulo e conhece o meio
político também. Nos bastidores, o ministro da Justiça recebeu respaldo
de líderes partidários no Congresso Nacional e de ministros do próprio
STF.
Depois que houver a oficialização de sua indicação, Moraes será
sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e
terá seu nome apreciado pelo plenário do Senado. A expectativa é que ele
não tenha dificuldades em ser aprovado.
Segundo O Globo, ( Temer )
estava entre o Alexandre e o Campbell — disse um interlocutor ao se
referir à possibilidade do ministro do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) Mauro Campbell assumir a vaga.
De acordo ainda com O Globo,
Temer acredita que Alexandre será firme no Supremo. No domingo à noite,
juristas que vinham sendo cotados para a vaga receberam sinalização do
Palácio do Planalto de que Temer teria batido o martelo.
Alexandre
Moraes é filiado ao PSDB e foi indicado pelos tucanos para o Ministério
da Justiça, em setembro e já vinha constando na lista de possíveis
escolhidos até a semana passada como um nome "frágil", já que Temer
sinalizava pela indicação de um nome mais técnico do que político. Dessa
forma, buscava minimizar eventuais críticas da opinião pública. Porém,
segundo relatos de pessoas que estiveram com o presidente, esta
tendência teria mudado.
Segundo o site do jornal Folha de São Paulo,
Moraes foi membro do primeiro colegiado do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), em 2005. Indicado pela Câmara Federal, seu nome foi vetado na
primeira votação no Senado. Uma manobra política, atropelando o
regimento, permitiu que ele obtivesse os votos necessários. A Casa era
presidida por Renan Calheiros (PMDB-AL). Também foi o relator da
resolução que proibiu o nepotismo no Judiciário. Deu parecer
reconhecendo que o CNJ pode instaurar processos, independentemente das
corregedorias dos tribunais. Contrariou as associações dos magistrados. É
bem-sucedido no mercado editorial, jovens estudantes e advogados
experientes consultam seus manuais de direito constitucional. Um deles
está na 32ª edição.
Espera-se que seu nome não signifique uma proteção contra processos a políticos filiados ao PSDB.