Conselheiro da OAB, Marcelo Brabo, diz que decisão do STF foi vitória da democracia e do CNJ
Jornalista Roberto Ramalho
Em entrevista a imprensa alagoana, o Conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, Marcelo Brabo, afirmou que o resultado em que o STF manteve as atribuições do CNJ para julgar magistrados só veio fortalecer não só a sociedade, como o Poder Judiciário em todo o país.
Disse ele: “Uma vitória da sociedade, o que nós faz acreditar que o CNJ é o grande guardião da constituição e da liberdade”, declarou Brabo.
Segundo o advogado Marcelo Brabo, das 28 corregedorias no Brasil, 18 respondem processos no CNJ, o que dificulta a isenção durante as investigações. De acordo com ele “A nossa intenção não era diminuir, nem tirar o poder das Corregedorias, mas de fortalecer a democracia”, afirmou o Conselheiro Federal.
Durante o julgamento, os ministros do STF também decidiram manter o art. 10, que diz: “Das decisões referidas nos artigos anteriores caberá recurso no prazo de 15 (quinze) dias ao Tribunal, por parte do autor da representação.”
Segundo a ADIN, a AMB questionava a competência do CNJ para instituir recurso em procedimento disciplinar em trâmite nos tribunais. Assim, o relator da matéria, ministro Marco Aurélio Mello votou pela supressão do artigo, mas não foi acompanhado pela maioria. Os ministros apenas pediram a supressão do trecho: “por parte do autor da representação”. Nesse sentido, o objetivo é garantir a todas as partes interessadas a possibilidade de recorrer das decisões dos tribunais.
Os ministros também decidiram sobre um trecho da resolução do CNJ que prevê a aplicação da Lei 4.898, de 1965, a magistrados que tenham cometido abuso de poder.
Aqui, a maioria dos magistrados do STF decidiu invalidar o artigo, pois, de acordo com eles, em caso de abuso de poder, devem ser aplicadas as sanções previstas na Lei Orgânica da Magistratura.
Quem sou eu
- Roberto Ramalho
- Jornalista envolvido e preocupado com questões sociais e políticas que afligem nossa sociedade, além de publicar matérias denunciando pessoas ou entidades que praticam atos contra o interesse público e agindo, sempre, em defesa da sociedade.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
STF reconhece competência do CNJ com restrições
Roberto Ramalho, jornalista e advogado
Por maioria apertada de votos (6 X 5), o Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o poder de abrir investigações contra magistrados suspeitos de irregularidades. A decisão do STF no julgamento dessa quinta-feira protege o CNJ da ofensiva aberta por setores da magistratura que queriam a redução dos poderes da entidade.
O STF reconheceu a competência do CNJ para investigar magistrados antes das corregedorias regionais, mas com restrições.
Por seis votos a favor e cinco contrários os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem o poder de iniciar investigações e punir magistrados independentemente da atuação das corregedorias locais dos Tribunais.
Isso significa que na prática, foi rejeitada a tese da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que tentou reduzir os poderes doa entidade através de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).
Foram favoráveis à manutenção dos poderes do Conselho Nacional de Justiça os ministros Gilmar Mendes, Ayres Britto, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Joaquim Barbosa.
Os demais ministros defenderam a tese de que o CNJ só poderia abrir processos ou tirar os já abertos nas corregedorias locais em situações excepcionais e com motivação explícita.
Foram eles: Marco Aurélio, o presidente do STF, Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski e o decano Celso de Mello. Luiz Fux também votou pelo poder de investigação, mas com “liberdade vigiada”.
A Corte também decidiu que o CNJ pode abrir processos contra magistrados mesmo que eles ainda não tenham respondido pelas irregularidades na corregedoria do tribunal local. Na sessão, os ministros declararam que sempre que houver uma justificativa o conselho pode abrir apurações.
A corte entendeu que o julgamento de juízes pelo conselho deve continuar sendo público, salvo em casos que envolvam a vida pessoal ou familiar do magistrado. O STF também manteve as punições de advertência e censura aos juízes negligentes e recorrentes.
O plenário do STF também analisou questionamento da AMB sobre o fato de o CNJ poder prever sanções administrativas civis e penais no caso de juízes condenados por abuso de autoridade. Para o STF, porém, apenas a Lei Orgânica da Magistratura (Loman) poderia estabelecer essas penalidades, e não um órgão administrativo como o CNJ. Daí as restrições como afirmei acima no título da matéria.
Por esse placar estreito, os ministros cassaram parte da liminar concedida no fim do ano pelo ministro Marco Aurélio Mello.
Na decisão, ele concordava com a tese defendida pela Associação dos Magistrados Brasileiros numa ação direta de inconstitucionalidade (ADI) de que o CNJ só poderia atuar depois que o tribunal local investigasse o juiz suspeito de irregularidade.
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Presidente da Câmara dos Deputados afirma que Congresso Nacional pode propor lei que defina atribuições do CNJ
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), afirmou na tarde dessa quarta-feira, durante o julgamento do STF sobre as atribuições do CNJ que o Congresso Nacional pode colaborar para uma solução sobre as atribuições da entidade, motivo de polêmica no Poder Judiciário.
Marco Maia considera ser necessário a elaboração de uma lei para definir os limites da atribuição do conselho. Disse ele: “Talvez, ali na frente, nós tenhamos que explicitar melhor na lei qual é papel de cada um destes órgãos do Judiciário”.
O presidente da Câmara dos Deputados também entende que o CNJ tem o papel de fiscalizar e controlar as atividades de juízes em todo o país. “Eu acho que é claro o poder de controle do CNJ das atividades do próprio Judiciário, [o CNJ] tem esse papel de controlar, de estabelecer regras e controlar a questão da ética, acompanhar as decisões que são tomadas, o comportamento dos juízes, o que não inviabiliza e não tira o poder das corregedorias do Judiciário”, declarou.
Roberto Ramalho, jornalista e advogado
Por maioria apertada de votos (6 X 5), o Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o poder de abrir investigações contra magistrados suspeitos de irregularidades. A decisão do STF no julgamento dessa quinta-feira protege o CNJ da ofensiva aberta por setores da magistratura que queriam a redução dos poderes da entidade.
O STF reconheceu a competência do CNJ para investigar magistrados antes das corregedorias regionais, mas com restrições.
Por seis votos a favor e cinco contrários os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem o poder de iniciar investigações e punir magistrados independentemente da atuação das corregedorias locais dos Tribunais.
Isso significa que na prática, foi rejeitada a tese da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que tentou reduzir os poderes doa entidade através de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).
Foram favoráveis à manutenção dos poderes do Conselho Nacional de Justiça os ministros Gilmar Mendes, Ayres Britto, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Joaquim Barbosa.
Os demais ministros defenderam a tese de que o CNJ só poderia abrir processos ou tirar os já abertos nas corregedorias locais em situações excepcionais e com motivação explícita.
Foram eles: Marco Aurélio, o presidente do STF, Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski e o decano Celso de Mello. Luiz Fux também votou pelo poder de investigação, mas com “liberdade vigiada”.
A Corte também decidiu que o CNJ pode abrir processos contra magistrados mesmo que eles ainda não tenham respondido pelas irregularidades na corregedoria do tribunal local. Na sessão, os ministros declararam que sempre que houver uma justificativa o conselho pode abrir apurações.
A corte entendeu que o julgamento de juízes pelo conselho deve continuar sendo público, salvo em casos que envolvam a vida pessoal ou familiar do magistrado. O STF também manteve as punições de advertência e censura aos juízes negligentes e recorrentes.
O plenário do STF também analisou questionamento da AMB sobre o fato de o CNJ poder prever sanções administrativas civis e penais no caso de juízes condenados por abuso de autoridade. Para o STF, porém, apenas a Lei Orgânica da Magistratura (Loman) poderia estabelecer essas penalidades, e não um órgão administrativo como o CNJ. Daí as restrições como afirmei acima no título da matéria.
Por esse placar estreito, os ministros cassaram parte da liminar concedida no fim do ano pelo ministro Marco Aurélio Mello.
Na decisão, ele concordava com a tese defendida pela Associação dos Magistrados Brasileiros numa ação direta de inconstitucionalidade (ADI) de que o CNJ só poderia atuar depois que o tribunal local investigasse o juiz suspeito de irregularidade.
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Presidente da Câmara dos Deputados afirma que Congresso Nacional pode propor lei que defina atribuições do CNJ
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), afirmou na tarde dessa quarta-feira, durante o julgamento do STF sobre as atribuições do CNJ que o Congresso Nacional pode colaborar para uma solução sobre as atribuições da entidade, motivo de polêmica no Poder Judiciário.
Marco Maia considera ser necessário a elaboração de uma lei para definir os limites da atribuição do conselho. Disse ele: “Talvez, ali na frente, nós tenhamos que explicitar melhor na lei qual é papel de cada um destes órgãos do Judiciário”.
O presidente da Câmara dos Deputados também entende que o CNJ tem o papel de fiscalizar e controlar as atividades de juízes em todo o país. “Eu acho que é claro o poder de controle do CNJ das atividades do próprio Judiciário, [o CNJ] tem esse papel de controlar, de estabelecer regras e controlar a questão da ética, acompanhar as decisões que são tomadas, o comportamento dos juízes, o que não inviabiliza e não tira o poder das corregedorias do Judiciário”, declarou.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Artigo: A manifestação da OAB nacional e demais entidades em favor das prerrogativas do CNJ
Roberto Ramalho é advogado, jornalista e relações públicas
Dia 30.01.12, desabafando, a ministra do CNJ, Eliana Calmon afirmou: “Corregedorias atuam como ‘ilhas isoladas’, reclama. E às vésperas da votação sobre a competência do CNJ, a corregedora pede união entre órgãos.
Praticamente antes de o Supremo Tribunal Federal decidir quem pode começar investigações contra magistrados, como é o caso da corregedoria nacional e das corregedorias locais, a corregedora Eliana Calmon disse na segunda-feira, 30, que os órgãos encarregados nos tribunais de apurar as suspeitas "atuam como ilhas isoladas". E pregou a união entre os órgãos para evitar o desperdício de forças.
Segundo se entendeu a corregedora não quis falar especificamente sobre o julgamento, que está marcado para ocorrer nessa quarta-feira, 1º, no plenário do STF e que poderá limitar os poderes de investigação do Conselho Nacional de Justiça.
Disse ela: "Eu digo que aguardo silenciosamente e serenamente a decisão do Supremo Tribunal Federal", afirmou.
A ministra do CNJ Eliana Calmon explicou também que "Como estamos em situação geográfica bastante distante, nós temos sempre e sempre de estar lembrando que somos únicos e que estamos unidos, sim". E arrematou: "Então essas corregedorias muitas vezes trabalham e não têm essa sintonia com a corregedoria nacional."
E na tarde dessa terça-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestou-se em defesa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), fazendo um protesto na sede da entidade em Brasília.
O ato ocorre na véspera do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), cuja decisão pode mutilar a função correcional do CNJ, excluindo, por exemplo, a possibilidade de a Corregedoria Nacional atuar junto com as corregedorias locais na apuração de delitos cometidos por magistrados.
Durante o ato foi registrada a presença de metade, isto é, de sete dos quinze conselheiros do CNJ, a maioria deles de fora da magistratura como Jorge Hélio e Jefferson Kravchychyn (OAB), Gilberto Martins e Wellington Saraiva, ambos do Ministério Público, e Bruno Dantas e Marcelo Nobre, indicados pelo Congresso Nacional. O único conselheiro magistrado presente foi o ministro Carlos Alberto Reis de Paula, representante do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Dos cerca de 500 participantes presentes ao ato, que praticamente lotaram a sede da OAB no Distrito Federal, destaca-se a presença de Nelson Jobim (ex-STF e ex-Defesa) e Márcio Thomaz Bastos (ex-Justiça), além de muitos políticos, juristas e representantes do Ministério Público.
Em seu discurso o presidente da OAB, Ophir Cavalcante afirmou que o CNJ existe para investigar magistrados “que não honram a toga”, e apenas aqueles que não têm compromisso com o Poder Judiciário brasileiro se beneficiarão de um tolhimento do conselho.
No seu pronunciamento justificou seu ponto de vista lembrando que, dos 65 presidentes e corregedores de tribunais de Justiça estaduais e federais, 38 são ou foram alvo de investigação no CNJ.
O julgamento que acontecerá na tarde dessa quarta-feira, o STF julgará uma ação ajuizada em agosto pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Nela, a entidade questiona uma resolução que detalha como o CNJ deve proceder nas investigações sobre desvios funcionais cometidos por magistrados. No mês seguinte, bastante revoltada e abalada com a questão, a corregedora Eliana Calmon deu uma declaração polêmica afirmando que o Poder Judiciário mantinha “bandidos escondidos atrás das togas”, fazendo referência aos possíveis efeitos que o julgamento da ação traria para o Poder Judiciário.
E no apagar das luzes do ano de 2011, em dezembro, o ministro Marco Aurélio Mello decidiu em caráter liminar, em decisão monocrática, acatar o pedido da AMB e cancelar parte da resolução. A decisão foi tomada no último dia de trabalho do STF e teve validade durante todo o recesso do Poder Judiciário.
Agora, na primeira sessão plenária da mais Alta Corte jurídica do país, que deverá acontecer nessa quarta-feira (01.02.12), depois das férias, os ministros do STF vão julgar a liminar que restringiu a ação do CNJ, mantendo as prerrogativas integrais da entidade fiscalizadora, ou restringindo seus poderes, o que será um total retrocesso.
Roberto Ramalho é advogado, jornalista e relações públicas
Dia 30.01.12, desabafando, a ministra do CNJ, Eliana Calmon afirmou: “Corregedorias atuam como ‘ilhas isoladas’, reclama. E às vésperas da votação sobre a competência do CNJ, a corregedora pede união entre órgãos.
Praticamente antes de o Supremo Tribunal Federal decidir quem pode começar investigações contra magistrados, como é o caso da corregedoria nacional e das corregedorias locais, a corregedora Eliana Calmon disse na segunda-feira, 30, que os órgãos encarregados nos tribunais de apurar as suspeitas "atuam como ilhas isoladas". E pregou a união entre os órgãos para evitar o desperdício de forças.
Segundo se entendeu a corregedora não quis falar especificamente sobre o julgamento, que está marcado para ocorrer nessa quarta-feira, 1º, no plenário do STF e que poderá limitar os poderes de investigação do Conselho Nacional de Justiça.
Disse ela: "Eu digo que aguardo silenciosamente e serenamente a decisão do Supremo Tribunal Federal", afirmou.
A ministra do CNJ Eliana Calmon explicou também que "Como estamos em situação geográfica bastante distante, nós temos sempre e sempre de estar lembrando que somos únicos e que estamos unidos, sim". E arrematou: "Então essas corregedorias muitas vezes trabalham e não têm essa sintonia com a corregedoria nacional."
E na tarde dessa terça-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestou-se em defesa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), fazendo um protesto na sede da entidade em Brasília.
O ato ocorre na véspera do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), cuja decisão pode mutilar a função correcional do CNJ, excluindo, por exemplo, a possibilidade de a Corregedoria Nacional atuar junto com as corregedorias locais na apuração de delitos cometidos por magistrados.
Durante o ato foi registrada a presença de metade, isto é, de sete dos quinze conselheiros do CNJ, a maioria deles de fora da magistratura como Jorge Hélio e Jefferson Kravchychyn (OAB), Gilberto Martins e Wellington Saraiva, ambos do Ministério Público, e Bruno Dantas e Marcelo Nobre, indicados pelo Congresso Nacional. O único conselheiro magistrado presente foi o ministro Carlos Alberto Reis de Paula, representante do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Dos cerca de 500 participantes presentes ao ato, que praticamente lotaram a sede da OAB no Distrito Federal, destaca-se a presença de Nelson Jobim (ex-STF e ex-Defesa) e Márcio Thomaz Bastos (ex-Justiça), além de muitos políticos, juristas e representantes do Ministério Público.
Em seu discurso o presidente da OAB, Ophir Cavalcante afirmou que o CNJ existe para investigar magistrados “que não honram a toga”, e apenas aqueles que não têm compromisso com o Poder Judiciário brasileiro se beneficiarão de um tolhimento do conselho.
No seu pronunciamento justificou seu ponto de vista lembrando que, dos 65 presidentes e corregedores de tribunais de Justiça estaduais e federais, 38 são ou foram alvo de investigação no CNJ.
O julgamento que acontecerá na tarde dessa quarta-feira, o STF julgará uma ação ajuizada em agosto pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Nela, a entidade questiona uma resolução que detalha como o CNJ deve proceder nas investigações sobre desvios funcionais cometidos por magistrados. No mês seguinte, bastante revoltada e abalada com a questão, a corregedora Eliana Calmon deu uma declaração polêmica afirmando que o Poder Judiciário mantinha “bandidos escondidos atrás das togas”, fazendo referência aos possíveis efeitos que o julgamento da ação traria para o Poder Judiciário.
E no apagar das luzes do ano de 2011, em dezembro, o ministro Marco Aurélio Mello decidiu em caráter liminar, em decisão monocrática, acatar o pedido da AMB e cancelar parte da resolução. A decisão foi tomada no último dia de trabalho do STF e teve validade durante todo o recesso do Poder Judiciário.
Agora, na primeira sessão plenária da mais Alta Corte jurídica do país, que deverá acontecer nessa quarta-feira (01.02.12), depois das férias, os ministros do STF vão julgar a liminar que restringiu a ação do CNJ, mantendo as prerrogativas integrais da entidade fiscalizadora, ou restringindo seus poderes, o que será um total retrocesso.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
“Folha de São Paulo” revela que 6,4 milhões de reais em doações do Conselho Nacional de Justiça a tribunais estaduais desapareceram, e OAB faz ato público a favor da entidade nessa terça-feira
Roberto Ramalho é jornalista e advogado
O jornal “Folha de São Paulo” revela na sua edição dessa segunda-feira que “uma investigação do Conselho Nacional de Justiça descobriu que em torno de R$ 6,4 milhões em bens doados pelo órgão a tribunais estaduais desapareceram”.
Relatório inédito do órgão, a que a “Folha de São Paulo”teve acesso, revela que “as cortes regionais não sabem explicar onde foram parar 5.426 equipamentos, entre computadores, impressoras, notebooks e estabilizadores, entregues pelo Conselho Nacional de Justiça para aumentar a eficiência do Judiciário”.
A auditoria mostra também que “os tribunais mantêm parados R$ 2,3 milhões em bens repassados”.
Esse material foi considerado "ocioso" pelo CNJ na apuração, encerrada no dia 18 de novembro.
Os tribunais estaduais dizem que vão investigar o destino dos bens desaparecidos.
E nessa terça-feira, (31), a partir das 14h, na sede da OAB, em Brasília, diversos integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) confirmaram presença no ato público que o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) promoverá em defesa dos poderes do CNJ para investigar magistrados por desvios ético-disciplinares.
Da atual composição do CNJ, estarão presentes o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Carlos Alberto Reis de Paula; Marcelo Nobre, representante da Câmara; Bruno Dantas, representante do Senado Federal; Wellington Saraiva, procurador regional indicado pela Procuradoria Geral da República; Gilberto Valente Martins, promotor indicado pela Procuradoria Geral da República; e os advogados Jorge Helio Chaves Oliveira e Jefferson Kravchychyn, representantes da OAB. O primeiro presidente do CNJ, Nelson Jobim, que também é ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro da Justiça e da Defesa, também confirmou presença.
Várias entidades de peso da sociedade civil organizada - como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) - e de importantes personalidades das áreas jurídica e política do País também participarão do ato.
Entre os juristas confirmados estão Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior, o ex-ministro da Justiça e ex-presidente da OAB, Márcio Thomaz Bastos, e diversos presidentes de Seccionais, conselheiros federais e membros honorários vitalícios da entidade.
Prevendo expressiva repercussão do evento, a expectativa do presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, é de que o ato marcará a importância do CNJ para a garantia da transparência no Poder Judiciário brasileiro. Disse ele: "A sociedade está consciente de que a atuação do CNJ é de grande relevância para o fortalecimento da Justiça", afirmou.
O evento pró CNJ desse dia 31 pretende ser um alerta contra as tentativas de esvaziamento das atribuições do órgão de controle externo do Judiciário, expressas na Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) nº 4638, que ora está em tramitação e em exame no Supremo Tribunal Federal (STF), cujo mérito deve ser julgado logo após a abertura do ano Judiciário, dia 1º de fevereiro.
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Engavetamento nos EUA mata cinco brasileiros
Jornalista Roberto Ramalho
Pelo menos cinco brasileiros morreram num acidente gravíssimo, ontem, na Flórida, Estados Unidos e que matou 10 pessoas.
A informação é do pastor evangélico Fábio Bertoni, um dos organizadores de uma conferência, da qual as vítimas brasileiras participavam na Flórida.
O pastor José Júnior do Carmo, do Ministério Internacional da Restauração em Atlanta, Geórgia, estava numa minivan com cinco familiares no momento do acidente. Além de José Júnior do Carmo, morreram no acidente a esposa dele, Adriana, e a filha Letícia, além do irmão do pastor, também chamado José, e sua esposa, Rose.
Dois brasileiros que estavam em outra van foram internados com ferimentos.
O acidente, envolvendo pelo menos cinco veículos pesados e 10 carros de passeio, deixou 10 pessoas mortas e 18 feridas.
Segundo autoridades americanas, o engavetamento pode ter sido provocado pela falta de visibilidade na estrada provocada pela neblina.
Roberto Ramalho é jornalista e advogado
O jornal “Folha de São Paulo” revela na sua edição dessa segunda-feira que “uma investigação do Conselho Nacional de Justiça descobriu que em torno de R$ 6,4 milhões em bens doados pelo órgão a tribunais estaduais desapareceram”.
Relatório inédito do órgão, a que a “Folha de São Paulo”teve acesso, revela que “as cortes regionais não sabem explicar onde foram parar 5.426 equipamentos, entre computadores, impressoras, notebooks e estabilizadores, entregues pelo Conselho Nacional de Justiça para aumentar a eficiência do Judiciário”.
A auditoria mostra também que “os tribunais mantêm parados R$ 2,3 milhões em bens repassados”.
Esse material foi considerado "ocioso" pelo CNJ na apuração, encerrada no dia 18 de novembro.
Os tribunais estaduais dizem que vão investigar o destino dos bens desaparecidos.
E nessa terça-feira, (31), a partir das 14h, na sede da OAB, em Brasília, diversos integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) confirmaram presença no ato público que o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) promoverá em defesa dos poderes do CNJ para investigar magistrados por desvios ético-disciplinares.
Da atual composição do CNJ, estarão presentes o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Carlos Alberto Reis de Paula; Marcelo Nobre, representante da Câmara; Bruno Dantas, representante do Senado Federal; Wellington Saraiva, procurador regional indicado pela Procuradoria Geral da República; Gilberto Valente Martins, promotor indicado pela Procuradoria Geral da República; e os advogados Jorge Helio Chaves Oliveira e Jefferson Kravchychyn, representantes da OAB. O primeiro presidente do CNJ, Nelson Jobim, que também é ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e ex-ministro da Justiça e da Defesa, também confirmou presença.
Várias entidades de peso da sociedade civil organizada - como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) - e de importantes personalidades das áreas jurídica e política do País também participarão do ato.
Entre os juristas confirmados estão Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior, o ex-ministro da Justiça e ex-presidente da OAB, Márcio Thomaz Bastos, e diversos presidentes de Seccionais, conselheiros federais e membros honorários vitalícios da entidade.
Prevendo expressiva repercussão do evento, a expectativa do presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, é de que o ato marcará a importância do CNJ para a garantia da transparência no Poder Judiciário brasileiro. Disse ele: "A sociedade está consciente de que a atuação do CNJ é de grande relevância para o fortalecimento da Justiça", afirmou.
O evento pró CNJ desse dia 31 pretende ser um alerta contra as tentativas de esvaziamento das atribuições do órgão de controle externo do Judiciário, expressas na Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) nº 4638, que ora está em tramitação e em exame no Supremo Tribunal Federal (STF), cujo mérito deve ser julgado logo após a abertura do ano Judiciário, dia 1º de fevereiro.
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Engavetamento nos EUA mata cinco brasileiros
Jornalista Roberto Ramalho
Pelo menos cinco brasileiros morreram num acidente gravíssimo, ontem, na Flórida, Estados Unidos e que matou 10 pessoas.
A informação é do pastor evangélico Fábio Bertoni, um dos organizadores de uma conferência, da qual as vítimas brasileiras participavam na Flórida.
O pastor José Júnior do Carmo, do Ministério Internacional da Restauração em Atlanta, Geórgia, estava numa minivan com cinco familiares no momento do acidente. Além de José Júnior do Carmo, morreram no acidente a esposa dele, Adriana, e a filha Letícia, além do irmão do pastor, também chamado José, e sua esposa, Rose.
Dois brasileiros que estavam em outra van foram internados com ferimentos.
O acidente, envolvendo pelo menos cinco veículos pesados e 10 carros de passeio, deixou 10 pessoas mortas e 18 feridas.
Segundo autoridades americanas, o engavetamento pode ter sido provocado pela falta de visibilidade na estrada provocada pela neblina.
domingo, 29 de janeiro de 2012
"Crack é uma questão de saúde pública", afirma especialista
Jornalista Roberto Ramalho com www.tribunadonorte.com.br - Publicação: 29 de Janeiro de 2012
Os investimentos em políticas públicas de enfrentamento ao crack são recentes, iniciaram nos anos 2000, e esse é um dos motivos da desarticulação no tratamento dos dependentes químicos. "O preconceito em relação ao tratamento", segundo Marcelo Ribeiro de Araújo, também contribui para a desarticulação, "porque ainda existem pessoas que acham que 'passar a borracha' nos usuários é a melhor solução" para acabar com as drogas. Os investimentos em políticas públicas de enfrentamento ao crack são recentes e esse é um dos motivos da desarticulação no tratamento dos dependentes químicos.
Para ele, o desafio em relação ao tratamento dos usuários de crack é tratar o caso como um problema de saúde pública. Nesse sentido, avalia, os Centros de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas (Caps-AD) representam um avanço, "mas os profissionais ainda não receberam toda a capacitação que poderiam ter recebido". E dispara: "O grande problema é que as pessoas colocam a responsabilidade no Caps, mas ele não consegue resolver o problema da dependência química. Alguns pacientes se beneficiam com o Caps e outros não. Têm pacientes que precisam, por exemplo, de uma moradia assistida, que é um intermediário, e isso ainda não existe no Brasil".
Em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone, Araújo diz que o consumo do crack está associado a situações de violência e abuso. Nesse sentido, argumenta, "retirar os viciados da cracolândia não vai resolver" o problema da dependência. É preciso oferecer serviços para esses indivíduos, associados a outras medidas, como a de saneamento, por exemplo. Ao encarar a cracolândia como uma área de traficantes e apenas querer limpar o espaço, se corre o risco de piorar a situação daqueles que estão seriamente dependentes do crack".
Vejam, abaixo, a entrevista na íntegra
Hoje as campanhas de combate as drogas focam muito no consumo de crack. Por quê? Essa é a droga mais utilizada e a que causa maior dependência?
Sim. O crack é uma droga que de fato desorganiza os usuários, porque eles ficam muito dependentes e desestruturados. Os usuários de crack também são os que mais buscam tratamento, ou são levados a buscar pela família ou por outras pessoas. O crack é uma droga que impacta, e é usada em grupos, em locais abandonados, e tudo isso atrai a atenção dos usuários.
Quais são os principais efeitos do crack sobre o psiquismo do sujeito?
O crack é a cocaína na sua apresentação para ser fumada. Então, nesse sentido, farmacologicamente, ele é a cocaína. A cocaína é um estimulante do sistema nervoso que, quando utilizada, provoca um quadro de euforia e de bem estar, que é o que as pessoas buscam inicialmente, juntamente com um quadro de aumento da alerta, inquietação, aceleração psicomotora, aumento dos batimentos cardíacos. Isso tudo acompanha a intoxicação por essa substância. A diferença entre ela e a cocaína cheirada é que a cocaína fumada (crack) atinge os pulmões, e uma grande quantidade de cocaína entra de uma vez só no corpo, atingindo rapidamente o cérebro. De cinco a oito segundos, a cocaína entra pelos pulmões, passa pelo coração e chega no cérebro. Então, o crack produz um efeito intenso e rápido, causando maior dependência.
Desde quando o Brasil investe em políticas públicas de enfrentamento ao crack e quais são as políticas existentes para tratar os dependentes?
As políticas públicas são muito recentes e realizadas pelo governo federal, governos estaduais e municipais, de uma maneira que poderia ser melhor integrada. Para você ter uma ideia, até 2003 não havia serviços para tratamentos específicos ambulatoriais para dependência química. Havia apenas seis serviços: três em São Paulo, um na Bahia, um no Rio e um em Porto Alegre. A partir dos anos 2000, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, foi introduzida a primeira política de drogas, entretanto, as políticas públicas passaram a se estruturar em 2003 e, desde então, estão aumentando, a partir da criação dos Centros de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas (Caps-AD).
Como é realizado o tratamento de dependentes químicos no Centros de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas (Caps-AD)?
Quando um tratamento começa, avaliamos qual é a estrutura química, física e social do paciente. A partir daí, escolhemos as opções que melhor atenderão as necessidades dele. Esse é o conceito atual. Então, é feita uma avaliação das necessidades e a partir disso, tentamos começar o tratamento com uma proposta terapêutica, onde são considerados os ambientes que temos à disposição (podem ser os ambulatórios, podem ser as clínicas, as comunidades terapêuticas, os hospitais). É escolhido o melhor ambiente, pensado na equipe de profissionais disponível para ajudar esse paciente e nas estruturas de apoio sociais - se o dependente químico tem filhos, procuramos uma creche para a criança, por exemplo. Portanto, algumas decisões são clínicas e outras, sociais. Os profissionais que atuam com os dependentes são o que chamamos de gerentes de caso, porque ficam junto com o paciente, próximo do dia a dia dele, e além do tratamento psicológico, ajudam e monitoram outras questões da vida social.
E como acontece isso na prática? O Brasil está preparado para esse modelo de tratamento?
A partir dos anos 1980 e 1990, foram fechadas todas as clínicas de internação. Havia vários manicômios velhos, cheios de ratos, onde as pessoas ficavam completamente abandonadas. O problema é que após fecharmos os manicômios, não colocamos nenhum modelo de internação no lugar, e algumas pessoas precisam ser internadas. Algumas vezes, não sempre, é bom começar o tratamento por uma desintoxicação de um mês. Tem pessoas que ficam muito comprometidas socialmente porque desistem de uma internação em comunidade terapêutica.
Têm pacientes que se beneficiam do Caps, mas este é um tratamento que requer uma estrutura do dependente, pois ele precisa marcar a consulta, e ir às reconsultas. Esse é um tratamento para alguém que já está conseguindo se estruturar melhor. Atualmente, existem Caps nas capitais e nas cidades médias ou naquelas que possuem Universidades Federais, Estaduais. Ainda falta integrar melhor o Caps com o tratamento informal.
Como o senhor avalia o desempenho dos Centros de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas (Caps-AD)?
A adaptação, às vezes, fica prejudicada porque como poucas pessoas trabalham com o tema no Brasil e não há muitos locais para se capacitar. Os profissionais ainda não receberam toda a capacitação que poderiam ter recebido. O grande problema é que as pessoas colocam a responsabilidade toda no Caps, mas ele não consegue resolver o problema da dependência química. Alguns pacientes se beneficiam com o Caps e outros não. Têm pacientes que precisam, por exemplo, de uma moradia assistida, que é um intermediário, e isso ainda não existe no Brasil.
Antes dos anos 1990, não tinha política nenhuma, o que surgiu no governo Fernando Henrique Cardoso foi uma grande carta de intenções, que se preocupava mais com a repressão do que em estruturar uma rede de tratamento para os dependentes químicos. Mas esse era o momento histórico. Foi desenvolvido um trabalho de colocar no papel tudo o que entendíamos por dependência, doença, mas a política de enfrentamento para o crack veio aparecer agora. Depois que a Dilma assumiu, ela fez o plano de enfrentamento e as propostas são válidas. Ela está pensando em diversificar a rede, e capacitar os profissionais. A ideia que está no papel é boa.
Alguns especialistas alegam que a desarticulação entre as políticas de segurança, saúde e assistência social tem prejudicado o tratamento de dependentes em crack. O senhor concorda? Quais são as razões desta desarticulação entre as políticas públicas?
O motivo desta desarticulação é porque o país investe em política pública nessa área há pouquíssimo tempo. Então, as pessoas ainda estão "batendo a cabeça". A falta de articulação também esbarra no preconceito em relação ao tratamento, porque ainda existem pessoas que acham que "passar a borracha" nos usuários de droga é a melhor solução. Essa é uma mentalidade da cultura dos indivíduos. Está no imaginário das pessoas essa concepção de que o dependente químico é um drogado e que não há problema em tratá-lo com violência. As pessoas, às vezes, acabam agindo de uma maneira equivocada.
Quais os desafios de tratar a dependência química como um problema de saúde pública e não como uma questão de segurança?
O grande desafio é possuirmos ambientes e capacitação, além de ter a oportunidade de influir nos momentos em que se definem as políticas públicas. É uma questão de encarar o crack como uma questão de saúde pública. Retirar os viciados da cracolândia não vai resolver o problema da dependência. É preciso oferecer serviços para esses indivíduos, associados a outras medidas, como a de saneamento, por exemplo. Ao encarar a cracolândia como uma área de traficantes e apenas querer limpar o espaço, se corre o risco de piorar a situação daqueles que estão seriamente dependentes do crack.
Considerando as pesquisas que o senhor realiza na universidade e o contato que tem com dependentes, diria que houve uma evolução no tratamento com dependentes químicos nos últimos anos?
Com certeza. Evoluímos bastante. Fiz um mapa sob como o crac foi evoluindo no Brasil nesses 23 anos e percebi que quando o tema entrou em pauta, nós, pesquisadores, se quer publicávamos sobre o tema - ficávamos fazendo revisão de artigos. Hoje, pelo contrário, temos muitos profissionais pesquisando sobre o assunto, vários serviços de assistência aos dependentes químicos. Nós avançamos muito em pesquisa e nos tratamentos, só que infelizmente ainda estamos no começo. Essa é a principal questão.
Como o uso de crack evoluiu nesses 23 anos? O perfil dos consumidores também mudou?
O crack ainda continua sendo uma droga de pessoas de classe baixa e que têm baixa escolaridade. A classe média também consome, mas está longe de ser o grande consumidor. Os usuários são pobres, com histórico de violência e abuso. Nesse período, houve de fato uma disseminação do crack pelas grandes cidades: São Paulo, Porto Alegre, o restante do Sul, Belo Horizonte e depois a droga foi sendo espalhada para o Rio de Janeiro e Nordeste. O crack já se interiorizou. Hoje, 98% das cidades convivem com esse problema. Em municípios de 10 mil habitantes, até os bóias-frias fumam a droga.
Jornalista Roberto Ramalho com www.tribunadonorte.com.br - Publicação: 29 de Janeiro de 2012
Os investimentos em políticas públicas de enfrentamento ao crack são recentes, iniciaram nos anos 2000, e esse é um dos motivos da desarticulação no tratamento dos dependentes químicos. "O preconceito em relação ao tratamento", segundo Marcelo Ribeiro de Araújo, também contribui para a desarticulação, "porque ainda existem pessoas que acham que 'passar a borracha' nos usuários é a melhor solução" para acabar com as drogas. Os investimentos em políticas públicas de enfrentamento ao crack são recentes e esse é um dos motivos da desarticulação no tratamento dos dependentes químicos.
Para ele, o desafio em relação ao tratamento dos usuários de crack é tratar o caso como um problema de saúde pública. Nesse sentido, avalia, os Centros de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas (Caps-AD) representam um avanço, "mas os profissionais ainda não receberam toda a capacitação que poderiam ter recebido". E dispara: "O grande problema é que as pessoas colocam a responsabilidade no Caps, mas ele não consegue resolver o problema da dependência química. Alguns pacientes se beneficiam com o Caps e outros não. Têm pacientes que precisam, por exemplo, de uma moradia assistida, que é um intermediário, e isso ainda não existe no Brasil".
Em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone, Araújo diz que o consumo do crack está associado a situações de violência e abuso. Nesse sentido, argumenta, "retirar os viciados da cracolândia não vai resolver" o problema da dependência. É preciso oferecer serviços para esses indivíduos, associados a outras medidas, como a de saneamento, por exemplo. Ao encarar a cracolândia como uma área de traficantes e apenas querer limpar o espaço, se corre o risco de piorar a situação daqueles que estão seriamente dependentes do crack".
Vejam, abaixo, a entrevista na íntegra
Hoje as campanhas de combate as drogas focam muito no consumo de crack. Por quê? Essa é a droga mais utilizada e a que causa maior dependência?
Sim. O crack é uma droga que de fato desorganiza os usuários, porque eles ficam muito dependentes e desestruturados. Os usuários de crack também são os que mais buscam tratamento, ou são levados a buscar pela família ou por outras pessoas. O crack é uma droga que impacta, e é usada em grupos, em locais abandonados, e tudo isso atrai a atenção dos usuários.
Quais são os principais efeitos do crack sobre o psiquismo do sujeito?
O crack é a cocaína na sua apresentação para ser fumada. Então, nesse sentido, farmacologicamente, ele é a cocaína. A cocaína é um estimulante do sistema nervoso que, quando utilizada, provoca um quadro de euforia e de bem estar, que é o que as pessoas buscam inicialmente, juntamente com um quadro de aumento da alerta, inquietação, aceleração psicomotora, aumento dos batimentos cardíacos. Isso tudo acompanha a intoxicação por essa substância. A diferença entre ela e a cocaína cheirada é que a cocaína fumada (crack) atinge os pulmões, e uma grande quantidade de cocaína entra de uma vez só no corpo, atingindo rapidamente o cérebro. De cinco a oito segundos, a cocaína entra pelos pulmões, passa pelo coração e chega no cérebro. Então, o crack produz um efeito intenso e rápido, causando maior dependência.
Desde quando o Brasil investe em políticas públicas de enfrentamento ao crack e quais são as políticas existentes para tratar os dependentes?
As políticas públicas são muito recentes e realizadas pelo governo federal, governos estaduais e municipais, de uma maneira que poderia ser melhor integrada. Para você ter uma ideia, até 2003 não havia serviços para tratamentos específicos ambulatoriais para dependência química. Havia apenas seis serviços: três em São Paulo, um na Bahia, um no Rio e um em Porto Alegre. A partir dos anos 2000, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, foi introduzida a primeira política de drogas, entretanto, as políticas públicas passaram a se estruturar em 2003 e, desde então, estão aumentando, a partir da criação dos Centros de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas (Caps-AD).
Como é realizado o tratamento de dependentes químicos no Centros de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas (Caps-AD)?
Quando um tratamento começa, avaliamos qual é a estrutura química, física e social do paciente. A partir daí, escolhemos as opções que melhor atenderão as necessidades dele. Esse é o conceito atual. Então, é feita uma avaliação das necessidades e a partir disso, tentamos começar o tratamento com uma proposta terapêutica, onde são considerados os ambientes que temos à disposição (podem ser os ambulatórios, podem ser as clínicas, as comunidades terapêuticas, os hospitais). É escolhido o melhor ambiente, pensado na equipe de profissionais disponível para ajudar esse paciente e nas estruturas de apoio sociais - se o dependente químico tem filhos, procuramos uma creche para a criança, por exemplo. Portanto, algumas decisões são clínicas e outras, sociais. Os profissionais que atuam com os dependentes são o que chamamos de gerentes de caso, porque ficam junto com o paciente, próximo do dia a dia dele, e além do tratamento psicológico, ajudam e monitoram outras questões da vida social.
E como acontece isso na prática? O Brasil está preparado para esse modelo de tratamento?
A partir dos anos 1980 e 1990, foram fechadas todas as clínicas de internação. Havia vários manicômios velhos, cheios de ratos, onde as pessoas ficavam completamente abandonadas. O problema é que após fecharmos os manicômios, não colocamos nenhum modelo de internação no lugar, e algumas pessoas precisam ser internadas. Algumas vezes, não sempre, é bom começar o tratamento por uma desintoxicação de um mês. Tem pessoas que ficam muito comprometidas socialmente porque desistem de uma internação em comunidade terapêutica.
Têm pacientes que se beneficiam do Caps, mas este é um tratamento que requer uma estrutura do dependente, pois ele precisa marcar a consulta, e ir às reconsultas. Esse é um tratamento para alguém que já está conseguindo se estruturar melhor. Atualmente, existem Caps nas capitais e nas cidades médias ou naquelas que possuem Universidades Federais, Estaduais. Ainda falta integrar melhor o Caps com o tratamento informal.
Como o senhor avalia o desempenho dos Centros de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas (Caps-AD)?
A adaptação, às vezes, fica prejudicada porque como poucas pessoas trabalham com o tema no Brasil e não há muitos locais para se capacitar. Os profissionais ainda não receberam toda a capacitação que poderiam ter recebido. O grande problema é que as pessoas colocam a responsabilidade toda no Caps, mas ele não consegue resolver o problema da dependência química. Alguns pacientes se beneficiam com o Caps e outros não. Têm pacientes que precisam, por exemplo, de uma moradia assistida, que é um intermediário, e isso ainda não existe no Brasil.
Antes dos anos 1990, não tinha política nenhuma, o que surgiu no governo Fernando Henrique Cardoso foi uma grande carta de intenções, que se preocupava mais com a repressão do que em estruturar uma rede de tratamento para os dependentes químicos. Mas esse era o momento histórico. Foi desenvolvido um trabalho de colocar no papel tudo o que entendíamos por dependência, doença, mas a política de enfrentamento para o crack veio aparecer agora. Depois que a Dilma assumiu, ela fez o plano de enfrentamento e as propostas são válidas. Ela está pensando em diversificar a rede, e capacitar os profissionais. A ideia que está no papel é boa.
Alguns especialistas alegam que a desarticulação entre as políticas de segurança, saúde e assistência social tem prejudicado o tratamento de dependentes em crack. O senhor concorda? Quais são as razões desta desarticulação entre as políticas públicas?
O motivo desta desarticulação é porque o país investe em política pública nessa área há pouquíssimo tempo. Então, as pessoas ainda estão "batendo a cabeça". A falta de articulação também esbarra no preconceito em relação ao tratamento, porque ainda existem pessoas que acham que "passar a borracha" nos usuários de droga é a melhor solução. Essa é uma mentalidade da cultura dos indivíduos. Está no imaginário das pessoas essa concepção de que o dependente químico é um drogado e que não há problema em tratá-lo com violência. As pessoas, às vezes, acabam agindo de uma maneira equivocada.
Quais os desafios de tratar a dependência química como um problema de saúde pública e não como uma questão de segurança?
O grande desafio é possuirmos ambientes e capacitação, além de ter a oportunidade de influir nos momentos em que se definem as políticas públicas. É uma questão de encarar o crack como uma questão de saúde pública. Retirar os viciados da cracolândia não vai resolver o problema da dependência. É preciso oferecer serviços para esses indivíduos, associados a outras medidas, como a de saneamento, por exemplo. Ao encarar a cracolândia como uma área de traficantes e apenas querer limpar o espaço, se corre o risco de piorar a situação daqueles que estão seriamente dependentes do crack.
Considerando as pesquisas que o senhor realiza na universidade e o contato que tem com dependentes, diria que houve uma evolução no tratamento com dependentes químicos nos últimos anos?
Com certeza. Evoluímos bastante. Fiz um mapa sob como o crac foi evoluindo no Brasil nesses 23 anos e percebi que quando o tema entrou em pauta, nós, pesquisadores, se quer publicávamos sobre o tema - ficávamos fazendo revisão de artigos. Hoje, pelo contrário, temos muitos profissionais pesquisando sobre o assunto, vários serviços de assistência aos dependentes químicos. Nós avançamos muito em pesquisa e nos tratamentos, só que infelizmente ainda estamos no começo. Essa é a principal questão.
Como o uso de crack evoluiu nesses 23 anos? O perfil dos consumidores também mudou?
O crack ainda continua sendo uma droga de pessoas de classe baixa e que têm baixa escolaridade. A classe média também consome, mas está longe de ser o grande consumidor. Os usuários são pobres, com histórico de violência e abuso. Nesse período, houve de fato uma disseminação do crack pelas grandes cidades: São Paulo, Porto Alegre, o restante do Sul, Belo Horizonte e depois a droga foi sendo espalhada para o Rio de Janeiro e Nordeste. O crack já se interiorizou. Hoje, 98% das cidades convivem com esse problema. Em municípios de 10 mil habitantes, até os bóias-frias fumam a droga.
sábado, 28 de janeiro de 2012
CSA pressiona Sport Atalaia, mas perde pelo placar mínimo: 1 X 0, e está fora do G4. Na outra partida de hoje, ASA vence CRB em clássico por 1 X 0
Jornalista Roberto Ramalho
O time do CSA tinha tudo para vencer o Sport Atalaia na casa do adversário, mas acabou sendo derrotado pelo placar mínimo: 1 X 0.
A partida foi realizada na tarde deste sábado na abertura da quinta rodada do Campeonato Alagoano de 2012.
O único gol da partida foi anotado pelo jogador Paulinho, logo aos seis minutos do primeiro tempo de jogo. Depois disso nenhuma das equipes conseguiu fazer nenhum gol.
O resultado colocou o Sport Atalaia na quinta posição com sete pontos conquistados até o momento, enquanto que o CSA ficou no sétimo lugar com um ponto a menos.
Na próxima rodada, que acontece no dia 1º de fevereiro, o Sport Atalaia encara o CSE, fora de casa, time que tem um dos maiores ídolos e goleadores do país, o centroavante Túlio Maravilha. Já o CSA vai até Arapiraca para enfrentar o ASA, num dos maiores clássicos do futebol alagoano.
FICHA TÉCNICA DA PARTIDA
Campeonato Alagoano 2012 – 5ª Rodada
Local do jogo: Estádio Luis Pontes – Atalaia
Resultado final da partida: Sport Atalaia 1 x 0 CSA
Árbitro: Mário Sérgio da Silva Bancilon
Auxiliares: Adeilton Guimarães da Hora e Rondinelle Tavares
Sport Atalaia: Jefferson, Erivanio, Jal e Rafinha; Aldo, Felipe (Catanha), Palhinha e Paulinho; Da Silva e Etinho (Marquinhos). Técnico: Lino
CSA: Flávio, Diogo, Leandro, Rafael e Claudinho (Aderaldo); Anderson Paulista, Lima (Leís), Alisson e
Washington; Edson Di (Roni) e Paulinho Marília. Técnico: Celso Teixeira
Cartões Amarelos: Erivanio, Paulinho e Felipe (Sport) – Rafael, Claudinho e Anderson `Paulista (CSA)
Gols: Paulinho 6min(Sport)
ASA mantém tabu e vence CRB mais uma vez
Na outra partida jogada essa tarde no Estádio Rei Pelé, o tabu de cinco vitórias do ASA sobre o CRB continua.
Em uma partida muito movimentada e de muita marcação, o time do ASA aproveitou a única chance real de gol que teve no primeiro tempo e decretou a derrota do galo da Pajuçara por 1 x 0, com gol do atleta Lúcio Maranhão.
No segundo tempo da partida o CRB, passou o restante do jogo pressionando, mas não conseguiu sequer empatar.
Na próxima rodada o CRB recebe o Coruripe no estádio Rei Pelé, enquanto o ASA enfrenta o CSA no Municipal Coaracy da Mata Fonseca, num dos maiores clássicos do futebol d Alagoas.
FICHA TÉCNICA DO JOGO
Campeonato Alagoano 2012 – 5ª Rodada
Local da partida: Estádio Rei Pelé – Maceió
Placar do jogo: CRB 0 x 1 ASA
Árbitro: Francisco Carlos do Nascimento
Auxiliares: Pedro Jorge Santos e Julian Ferino
CRB: Cristiano, Elsinho, Filipe, Rodrigão e Rafinha; Roberto Lopes (Túlio Renan), Everton Gaúcho, Geovani e Ewerton Maradona (Adriano Alagoano); Pablo (Aloísio Chulapa) e Rodrigo Dantas. Técnico: Paulo Comelli
ASA: Tutti, Chiquinho Alagoano, Fabiano, Edson Veneno e Augusto; Cal, Marcelo Costa, Jorginho e Valdívia (André Nunes); Henri (Vitinha) e Lúcio Maranhão. Técnico: Leocir Dall’astra
Cartões Amarelos: Everton Gaúcho (CRB) – Jorginho e Lúcio Maranhão(ASA)
Cartões Vermelhos: Lúcio Maranhão (ASA)
Gols: Lúcio Maranhão 44min 1ºT(ASA)
Jornalista Roberto Ramalho
O time do CSA tinha tudo para vencer o Sport Atalaia na casa do adversário, mas acabou sendo derrotado pelo placar mínimo: 1 X 0.
A partida foi realizada na tarde deste sábado na abertura da quinta rodada do Campeonato Alagoano de 2012.
O único gol da partida foi anotado pelo jogador Paulinho, logo aos seis minutos do primeiro tempo de jogo. Depois disso nenhuma das equipes conseguiu fazer nenhum gol.
O resultado colocou o Sport Atalaia na quinta posição com sete pontos conquistados até o momento, enquanto que o CSA ficou no sétimo lugar com um ponto a menos.
Na próxima rodada, que acontece no dia 1º de fevereiro, o Sport Atalaia encara o CSE, fora de casa, time que tem um dos maiores ídolos e goleadores do país, o centroavante Túlio Maravilha. Já o CSA vai até Arapiraca para enfrentar o ASA, num dos maiores clássicos do futebol alagoano.
FICHA TÉCNICA DA PARTIDA
Campeonato Alagoano 2012 – 5ª Rodada
Local do jogo: Estádio Luis Pontes – Atalaia
Resultado final da partida: Sport Atalaia 1 x 0 CSA
Árbitro: Mário Sérgio da Silva Bancilon
Auxiliares: Adeilton Guimarães da Hora e Rondinelle Tavares
Sport Atalaia: Jefferson, Erivanio, Jal e Rafinha; Aldo, Felipe (Catanha), Palhinha e Paulinho; Da Silva e Etinho (Marquinhos). Técnico: Lino
CSA: Flávio, Diogo, Leandro, Rafael e Claudinho (Aderaldo); Anderson Paulista, Lima (Leís), Alisson e
Washington; Edson Di (Roni) e Paulinho Marília. Técnico: Celso Teixeira
Cartões Amarelos: Erivanio, Paulinho e Felipe (Sport) – Rafael, Claudinho e Anderson `Paulista (CSA)
Gols: Paulinho 6min(Sport)
ASA mantém tabu e vence CRB mais uma vez
Na outra partida jogada essa tarde no Estádio Rei Pelé, o tabu de cinco vitórias do ASA sobre o CRB continua.
Em uma partida muito movimentada e de muita marcação, o time do ASA aproveitou a única chance real de gol que teve no primeiro tempo e decretou a derrota do galo da Pajuçara por 1 x 0, com gol do atleta Lúcio Maranhão.
No segundo tempo da partida o CRB, passou o restante do jogo pressionando, mas não conseguiu sequer empatar.
Na próxima rodada o CRB recebe o Coruripe no estádio Rei Pelé, enquanto o ASA enfrenta o CSA no Municipal Coaracy da Mata Fonseca, num dos maiores clássicos do futebol d Alagoas.
FICHA TÉCNICA DO JOGO
Campeonato Alagoano 2012 – 5ª Rodada
Local da partida: Estádio Rei Pelé – Maceió
Placar do jogo: CRB 0 x 1 ASA
Árbitro: Francisco Carlos do Nascimento
Auxiliares: Pedro Jorge Santos e Julian Ferino
CRB: Cristiano, Elsinho, Filipe, Rodrigão e Rafinha; Roberto Lopes (Túlio Renan), Everton Gaúcho, Geovani e Ewerton Maradona (Adriano Alagoano); Pablo (Aloísio Chulapa) e Rodrigo Dantas. Técnico: Paulo Comelli
ASA: Tutti, Chiquinho Alagoano, Fabiano, Edson Veneno e Augusto; Cal, Marcelo Costa, Jorginho e Valdívia (André Nunes); Henri (Vitinha) e Lúcio Maranhão. Técnico: Leocir Dall’astra
Cartões Amarelos: Everton Gaúcho (CRB) – Jorginho e Lúcio Maranhão(ASA)
Cartões Vermelhos: Lúcio Maranhão (ASA)
Gols: Lúcio Maranhão 44min 1ºT(ASA)
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Dilma demite afilhado de líder do PMDB do Dnocs, após ameaça de retaliação contra o governo
Jornalista Roberto Ramalho com O Estado de São Paulo
A presidente Dilma Rousseff exigiu a cabeça do diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Elias Fernandes, demitido ontem pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB). A demissão ocorreu depois de o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ter desafiado o Palácio do Planalto ao dizer que não admitia ver seu afilhado sair com a pecha de corrupto. Irritada com as declarações de Alves, que ameaçou retaliar o governo no Congresso, a presidente mandou que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, entrasse em contato com o ministro da Integração para providenciar a rápida demissão de Fernandes. Essa é uma das principais manchetes publicadas na edição dessa sexta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo – 27.01.2012
"O PMDB é governo e nós sempre defendemos os ministros que foram acusados injustamente, como Fernando Pimentel, Fernando Bezerra Coelho e Paulo Bernardo", ameaçara Alves. "Agora, queremos o mesmo tratamento e direito à defesa."
Segundo O Estado de São Paulo, com receio de arrumar mais um problema com o PMDB em tempos de denúncias contra seu ministério, Bezerra pediu a ajuda do vice-presidente Michel Temer para explicar a situação ao líder peemedebista. Gleisi também recorreu a Temer e os dois concordaram que o líder do PMDB não podia dar um xeque-mate na presidente. A negociação para abafar a crise foi feita por meio de intensa troca de telefonemas. Na prática, a presidente já estava decidida a dispensar Elias Fernandes, mas a atitude de Alves acelerou o processo. Na noite de terça-feira, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também conversou com Temer e avisou que a situação do diretor era insustentável. Naquele mesmo dia, o líder do PMDB dissera ao vice-presidente e a Bezerra que aceitaria a degola de seu afilhado, logo depois de relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) ter apontado desvio de R$ 312 milhões no Dnocs.
Segundo levantou O Estado de São Paulo, na manhã de ontem, diante da ponderação de Gleisi de que Dilma queria a demissão antes do fim do dia, Temer telefonou ao líder do PMDB. A chefe da Casa Civil temia que o episódio deixasse sequelas na relação do PMDB com o governo. Na conversa com Alves, Temer disse que ele cometera um erro político grave, pondo em xeque a autoridade de Dilma. O deputado ponderou que suas declarações foram "turbinadas e mal interpretadas", mas admitiu que não havia outra saída: pagaria o preço da demissão do aliado. Como prêmio de consolação, foi dado a Alves a prerrogativa de indicar o substituto. No meio da manhã, foi combinado que Fernandes tomaria a iniciativa de pedir demissão. Mas, como Alves ainda estava inconformado com o carimbo de corrupto pregado no afilhado, o ministro teria de fazer um gesto. Bezerra comprometeu-se a dar declarações sobre a "lisura dos procedimentos" de Fernandes no Dnocs.
De acordo com O Estado de São Paulo, a cúpula do PMDB não se conforma com as acusações de desvio de recursos pela CGU em uma obra que não foi licitada. O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), disse ter recebido um telefonema do colega, admitindo exageros nas declarações. "O líder do PMDB me disse que as suas declarações tomaram dimensões que ele não deseja e que vai ajudar na superação do fato", escreveu Teixeira no Twitter. A mensagem foi entregue a Dilma por um dos auxiliares que a acompanharam a Porto Alegre, onde ela participou ontem do Fórum Social Mundial. Nos bastidores, vários peemedebistas acham que a disputa com o PT está mais acirrada a cada dia. Um dirigente do PMDB diz que o episódio vai deixar sequelas que começarão a aparecer nos próximos 15 dias, a partir da reabertura do Congresso, na próxima quarta-feira.
COMENTÁRIO DE ROBERTO RAMALHO
O PMDB É HOJE O QUE FORAM A ARENA, O PDS, E O PFL, QUE DERAM SUSTENTAÇÃO AO REGIME MILITAR.
ENTRETANTO CONSIDERO UM PARTIDO PIOR AINDA: CHEIO DE CORRUPTOS, DE CACIQUES POLÍTICOS QUE TRABALHAM NA BASE DO “TOMA LÁ, DÁ CÁ”, DE APROVEITADORES E PARASITAS, E QUE ALMEJAM O PODER A QUALQUER CUSTO.
SÃO GOVERNO DESDE OS TEMPOS DO GOVERNO DO PRESIDENTE SARNEY, QUE GOVERNOU O PAÍS COM UM MINISTÉRIO TODO NOMEADO PELO FALECIDO PRESIDENTE TANCREDO NEVES, QUE NÃO CHEGOU A TOMAR POSSE POR PROBLEMAS DE SAÚDE, DEPOIS FIZERAM PARTE DO GOVERNO ITAMAR FRANCO, DOS DOIS MANDATOS DO GOVERNO DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, DOS DOIS MANDATOS DO PRESIDENTE LULA, E AGORA MAMAM NAS TETAS DO GOVERNO DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF.
RESUMINDO, É UM PARTIDO DE SAFADOS, PARA NÃO DIZER QUE SÃO CAFAJESTES!
Jornalista Roberto Ramalho com O Estado de São Paulo
A presidente Dilma Rousseff exigiu a cabeça do diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Elias Fernandes, demitido ontem pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB). A demissão ocorreu depois de o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ter desafiado o Palácio do Planalto ao dizer que não admitia ver seu afilhado sair com a pecha de corrupto. Irritada com as declarações de Alves, que ameaçou retaliar o governo no Congresso, a presidente mandou que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, entrasse em contato com o ministro da Integração para providenciar a rápida demissão de Fernandes. Essa é uma das principais manchetes publicadas na edição dessa sexta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo – 27.01.2012
"O PMDB é governo e nós sempre defendemos os ministros que foram acusados injustamente, como Fernando Pimentel, Fernando Bezerra Coelho e Paulo Bernardo", ameaçara Alves. "Agora, queremos o mesmo tratamento e direito à defesa."
Segundo O Estado de São Paulo, com receio de arrumar mais um problema com o PMDB em tempos de denúncias contra seu ministério, Bezerra pediu a ajuda do vice-presidente Michel Temer para explicar a situação ao líder peemedebista. Gleisi também recorreu a Temer e os dois concordaram que o líder do PMDB não podia dar um xeque-mate na presidente. A negociação para abafar a crise foi feita por meio de intensa troca de telefonemas. Na prática, a presidente já estava decidida a dispensar Elias Fernandes, mas a atitude de Alves acelerou o processo. Na noite de terça-feira, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também conversou com Temer e avisou que a situação do diretor era insustentável. Naquele mesmo dia, o líder do PMDB dissera ao vice-presidente e a Bezerra que aceitaria a degola de seu afilhado, logo depois de relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) ter apontado desvio de R$ 312 milhões no Dnocs.
Segundo levantou O Estado de São Paulo, na manhã de ontem, diante da ponderação de Gleisi de que Dilma queria a demissão antes do fim do dia, Temer telefonou ao líder do PMDB. A chefe da Casa Civil temia que o episódio deixasse sequelas na relação do PMDB com o governo. Na conversa com Alves, Temer disse que ele cometera um erro político grave, pondo em xeque a autoridade de Dilma. O deputado ponderou que suas declarações foram "turbinadas e mal interpretadas", mas admitiu que não havia outra saída: pagaria o preço da demissão do aliado. Como prêmio de consolação, foi dado a Alves a prerrogativa de indicar o substituto. No meio da manhã, foi combinado que Fernandes tomaria a iniciativa de pedir demissão. Mas, como Alves ainda estava inconformado com o carimbo de corrupto pregado no afilhado, o ministro teria de fazer um gesto. Bezerra comprometeu-se a dar declarações sobre a "lisura dos procedimentos" de Fernandes no Dnocs.
De acordo com O Estado de São Paulo, a cúpula do PMDB não se conforma com as acusações de desvio de recursos pela CGU em uma obra que não foi licitada. O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), disse ter recebido um telefonema do colega, admitindo exageros nas declarações. "O líder do PMDB me disse que as suas declarações tomaram dimensões que ele não deseja e que vai ajudar na superação do fato", escreveu Teixeira no Twitter. A mensagem foi entregue a Dilma por um dos auxiliares que a acompanharam a Porto Alegre, onde ela participou ontem do Fórum Social Mundial. Nos bastidores, vários peemedebistas acham que a disputa com o PT está mais acirrada a cada dia. Um dirigente do PMDB diz que o episódio vai deixar sequelas que começarão a aparecer nos próximos 15 dias, a partir da reabertura do Congresso, na próxima quarta-feira.
COMENTÁRIO DE ROBERTO RAMALHO
O PMDB É HOJE O QUE FORAM A ARENA, O PDS, E O PFL, QUE DERAM SUSTENTAÇÃO AO REGIME MILITAR.
ENTRETANTO CONSIDERO UM PARTIDO PIOR AINDA: CHEIO DE CORRUPTOS, DE CACIQUES POLÍTICOS QUE TRABALHAM NA BASE DO “TOMA LÁ, DÁ CÁ”, DE APROVEITADORES E PARASITAS, E QUE ALMEJAM O PODER A QUALQUER CUSTO.
SÃO GOVERNO DESDE OS TEMPOS DO GOVERNO DO PRESIDENTE SARNEY, QUE GOVERNOU O PAÍS COM UM MINISTÉRIO TODO NOMEADO PELO FALECIDO PRESIDENTE TANCREDO NEVES, QUE NÃO CHEGOU A TOMAR POSSE POR PROBLEMAS DE SAÚDE, DEPOIS FIZERAM PARTE DO GOVERNO ITAMAR FRANCO, DOS DOIS MANDATOS DO GOVERNO DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, DOS DOIS MANDATOS DO PRESIDENTE LULA, E AGORA MAMAM NAS TETAS DO GOVERNO DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF.
RESUMINDO, É UM PARTIDO DE SAFADOS, PARA NÃO DIZER QUE SÃO CAFAJESTES!
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