Artigo – O sucesso do ENJA 2025 que contou com renomados juristas e especialistas nos diversos ramos do Direito. Roberto Cavalcanti é Advogado, Relações Públicas e Jornalista
O evento contou com a participação de
mais de 2.500 jovens e experientes advogados (as) objetivando fortalecer a
atuação dos profissionais da advocacia com até cinco anos de inscrição na
Ordem, por meio da realização de palestras, painéis e oficinas. Foram três dias
de intensa atividade.
O 22º Encontro Nacional da Jovem
Advocacia (Enja) teve início na quarta-feira (15/10), no Centro de Convenções
Ruth Cardoso, em Maceió (AL), reunindo representantes da advocacia de todo o
país, promovido pela OAB Nacional.
O presidente da OAB Nacional, Beto
Simonetti, abriu o evento lembrando o início da trajetória dentro da Ordem,
declarando o seguinte:
“Minha primeira doação à OAB foi como membro da Comissão da Jovem Advocacia.
Depois, fui presidente da comissão no meu estado, o Amazonas. Vinte e três anos
depois, continuo aqui, agora como presidente do Conselho Federal. Isso mostra
que é possível. Todos nós já estivemos aí. Viva a advocacia do Brasil!”, sob
aplausos.
Durante a cerimônia, o presidente da
OAB Nacional passou simbolicamente o comando da instituição para a presidente
da Comissão Nacional da Jovem Advocacia, Gabriela Tavares, em um gesto que
simbolizou o protagonismo das novas gerações dentro do Sistema OAB. No discurso,
falou sobre o sentimento de pertencimento e a responsabilidade da Jovem
Advocacia em tempos de transformação. Disse ela: “Hoje inauguramos um tempo
de reconstrução e esperança. Lembro da primeira vez que entrei em um fórum com
a carteira da OAB nas mãos, com o sonho de fazer a diferença. A advocacia é
resistência, é voz, é transformação”. Na continuidade também prestou
homenagem à jovem advogada potiguar Brenda dos Santos de Oliveira, assassinada
no exercício da profissão, afirmando: “Esse caso me marcou profundamente.
Não há democracia sem advocacia livre, e não há advocacia livre sem o respeito
inegociável às prerrogativas”.
Coube posteriormente ao presidente da
OAB Alagoas, Vagner Paes, reforçar o papel da Jovem Advocacia como força que
movimenta o Sistema OAB, declarando que “é dessa geração que surgem os
profissionais que vão construir o futuro da advocacia e da cidadania”.
A XXII edição do Encontro Nacional da
Jovem Advocacia (ENJA)
foi encerrado sexta-feira (17), no Centro de Convenções de Maceió, com a
palestra magna da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Marluce
Caldas, que falou sobre a importância das mulheres nos espaços de poder.
Após a palestra da ministra do STJ,
Marluce Caldas, estavam presentes à solenidade de encerramento o presidente da
Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) Vagner Paes; o
vice-presidente do Conselho Federal da OAB (CFOAB), Felipe Sarmento; o prefeito
de Maceió, JHC, e a presidente da Comissão Nacional da Jovem Advocacia e do
Conselho da Jovem Advocacia de Alagoas, Gabriela Tavares.
Durante três dias mais de 2 mil jovens
advogados e advogadas de todo o país tiveram a oportunidade de assistir a
palestras sobre temas jurídicos atuais e compartilhar experiências com
profissionais de diversas áreas do Direito
Durante o evento, Vagner Paes
ressaltou a importância do ENJA e destacou a participação da ministra Marluce
Caldas para fechar o evento com chave de ouro.
Disse ele: “Nos últimos dias, Maceió foi a
capital jurídica do país e é com muita honra que recebemos a ministra, que tem
uma trajetória marcada pelo respeito à advocacia, seja na vida acadêmica ou na
sua passagem pelo Ministério Público. Sempre foi uma agente pública que
respeitou a advocacia”, concluindo que os jovens advogados e advogadas são
o futuro da profissão.
O vice-presidente do Conselho Federal
da OAB, Felipe Sarmento, citou a competência de Alagoas para sediar grandes
eventos e a relevância do ENJA para a advocacia jovem.
Declarou o vice-presidente do Conselho
Nacional: “O
evento mostrou que temos competência para realizar grandes eventos e é com o
sentimento de dever cumprido que encerro o ENJA. Este encontro representa um
marco na jornada de cada participante, um espaço onde a voz da jovem advocacia
ecoa com força e clareza. Testemunhamos uma edição histórica. A jovem advocacia
representa a inovação da profissão, um espaço de escuta e aprendizagem”.
Numa palestra inspiradora, marcante e
bastante esclarecedora a ministra Marluce Caldas abordou temas como a presença
feminina nos espaços de poder, os desafios enfrentados pelas mulheres nas
carreiras jurídicas e o papel transformador da juventude na advocacia.
Afirmou ela na oportunidade: “Esse evento é como um rito de
passagem, uma verdadeira metamorfose para muitos presentes, pois precisamos
construir pontes e derrubar muros. Precisamos ser ponte, por meio do Direito,
entre as pessoas. O ENJA é um espaço de escuta, um ato de fé na juventude
jurídica, na força das ideias e no poder da ação. É uma imersão na realidade,
nos desafios e nas possibilidades para todos nós, operadores do Direito”.
A ministra também fez um apelo pela
união entre as mulheres da advocacia, afirmando “Vejo muitas mulheres nas
universidades, mas nas carreiras de poder ainda são os homens que estão lá. Não
podemos ser abelhas-rainhas, precisamos nos unir. A verdadeira liderança
feminina floresce quando é solidária. Enquanto o homem caminha por um caminho
reto, a mulher encontra um labirinto. Com sensibilidade e coragem, o labirinto
vira caminho”.
Aos 66 anos, Marluce Caldas
compartilhou sua trajetória e falou da importância de conciliar tecnologia e
sensibilidade no exercício da advocacia, declarando o seguinte: “Sou hoje uma jovem idosa e estou
recomeçando. A liderança feminina é, muitas vezes, posta à prova com muitos
caminhos sinuosos. Nos últimos dois anos, antes de ser nomeada ministra, senti
na pele o quanto nós mulheres somos prejudicadas por causa das crenças sociais.
E não podemos culpar os homens, pois eu encontrei muito apoio vindo de advogados,
como o Vagner Paes e o Felipe Sarmento. Por isso digo, precisamos nos unir,
participar”.
Também destacou o importante papel das
novas tecnologias que leva para dentro dos tribunais os advogados e advogadas
que não podem estar presentes, no mesmo momento em que destaca a sensibilidade
para lidar com os casos é de responsabilidade do ser humano, afirmando: “A
sensibilidade a máquina não tem. Cabe ao advogado trazer essa humanidade,
provocar, fazer essa revolução, pois o Direito é uma forma de cura social.
Podemos deixar para a máquina o resumo, o relatório e a contagem de processos”.
No final do seu pronunciamento,
Marluce Caldas afirmou que os jovens advogados e advogadas presentes devem lutar
por justiça digital, climática e social, afirmando: “Vocês são os guardiões
do amanhã. A advocacia exige coragem para aprender, errar e reaprender,
humildade e sabedoria. O ENJA é uma imersão na realidade, nos desafios e nas
possibilidades para todos nós, operadores do Direito”. A ministra alagoana
destacou o orgulho de representar o Nordeste e todas as mulheres invisíveis,
mas fortes, que constroem o Direito no Brasil.
A última edição do evento foi
realizada em 2024, em Cuiabá, no Mato Grosso, contando com a participação de
grandes juristas e profissionais da área do Direito.
O Encontro Nacional da Jovem Advocacia
é o segundo evento nacional que aconteceu no estado em mais de 90 anos de
existência da OAB Alagoas. Em 2023, Maceió já foi destaque por sediar o V
Encontro da Jovem Advocacia do Nordeste, reunindo, na ocasião, mais de mil
participantes.

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