Variante indiana chega ao Brasil e preocupa autoridades sanitárias. Laboratório Sinovac pede para que Bolsonaro pare de criar atritos com a China. Roberto Cavalcanti é jornalista e Colunista do Portal RP-Bahia. www.ditoconceito.blogspot.com.br
A confirmação dos primeiros casos da variante indiana do coronavírus aumentou o alerta no Brasil.
Uma embarcação que saiu da Malásia e passou pela África do Sul atracou essa semana no estado do Maranhão. Ao todo foi constatado que seis tripulantes de um navio ancorado estão com a nova variante indiana. Um deles foi internado em São Luís. A linhagem já chegou também ao Ceará.
A linhagem B.1.617 é fruto de mais uma mutação que pode ter deixado o vírus mais transmissível e parece contribuir para o agravamento da pandemia na Índia, que bateu recordes de mortes nos últimos dias.
Em São Paulo, especialistas já alertam para a possibilidade de uma terceira onda da Covid-19. A Secretaria de Saúde da capital paulista pediu que a Anvisa imponha novas barreiras sanitárias nos aeroportos de Congonhas e Cumbica.
Entrevistada pelo site Sputnik Brasil, a médica Raquel Stucchi ressaltou que ainda não se sabe a eficácia das vacinas que o Brasil utiliza contra a variante indiana.
Disse ela: "Neste momento, o que nós podemos fazer é acelerar a vacinação. A segunda é manter a divulgação das medidas de higiene sanitária, como distanciamento social e o uso de máscaras".
E o Sinovac, laboratório chinês responsável pela matéria-prima da CoronaVac, vacina que protege contra a Covid-19 fabricada pelo Butantan, pediu à embaixada brasileira em Pequim para que o governo Jair Bolsonaro pare de criar atritos com a China.
O recado foi dado pelo presidente da empresa, Weidong Yin, ao embaixador do Brasil em Pequim, Paulo Estivallet de Mesquita, durante um encontro entre eles na quarta-feira, 19, e repassado ao Palácio do Planalto.
Na reunião, o embaixador do Brasil reiterou a importância de o Sinovac continuar enviando ao Brasil os insumos usados pelo Butantan na produção da CoronaVac e perguntou se havia empecilhos para o cumprimento do cronograma contratado.
Atrasos na importação desses produtos já obrigaram o Butantan a interromper a fabricação do antídoto em mais de uma ocasião.
O coronavírus já matou mais de 440 mil pessoas em todo o Brasil, algo jamais visto e presenciado pelo povo brasileiro.